quarta-feira, 8 de agosto de 2012

home mar1


O projeto Nova cena nordestina, selecionado por edital público para a promoção de espetáculos e atividades teatrais na Sala Carlos Miranda do Complexo Cultural Funarte SP em 2012, traz à capital paulista, nos meses de agosto e setembro, A Outra Companhia de Teatro.
O grupo, que tem sede no Teatro Vila Velha de Salvador (BA), apresentará em São Paulo dois dos mais recentes espetáculos de seu repertório: Mar me quer, contemplado em 2009 com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, e Remendo remendó, que em 2011, mesmo ano de sua estreia, recebeu duas indicações para o Prêmio Braskem de Teatro.
Mar me quer
Oitava montagem d’A Outra, Mar me quer é baseada na novela do moçambicano Mia Couto e no texto dramático elaborado a partir desta obra pela portuguesa Natália Luíza, para a Coleção Cena Lusófona.
Em cena, cinco atores (Eddy Veríssimo, Luiz Buranga, Israel Barretto, Luiz Antônio Jr. e Roquildes Junior) dão vida à saga de Zeca, um homem que tenta fugir do passado e vive em diálogo com o avô, já morto. A montagem estreou em agosto de 2010, no Teatro Vila Velha, e é resultado de nove meses de pesquisa, que não dispensou visitas a comunidades pesqueiras e intervenções urbanas em espaços populares de Salvador.
A trilha sonora, que mescla instrumentos convencionais a objetos tão comuns como um ralador de cozinha, é assinada pelo diretor musical potiguar Marco França. Os objetos comuns também se espalham pelo palco: um cabideiro de roupas, uma bacia, uma gaiola, um regador… “tudo é utilizado na construção de sons, imagens e simbologias, desde um pequeno grão de milho a um velho baú, que se transforma em barco”, conta o diretor, Luiz Antônio Jr.
Remendo remendó
Remendo remendó é a nona montagem da Companhia e estreou em abril de 2011, no Festival de Teatro de Curitiba (Fringe). No mesmo ano, foi indicada ao Prêmio Braskem de Teatro, nas categorias Melhor espetáculo infantojuvenil e Revelação, pela direção de Luiz Antônio Jr.
A narrativa põe em foco a literatura de cordel – especialmente o personagem João Grilo – e um dos contos do livro Alexandre e outras histórias, de Graciliano Ramos. Durante um festival de contadores de histórias em uma cidadezinha do interior, cerca de 20 personagens – entre eles os filhos do prefeito, uma mulher extrovertida, um intelectual e um sábio – se desdobram na disputa pelo prêmio. A trilha sonora resgata o cancioneiro popular nordestino, e é executada ao vivo ao longo do espetáculo, que se desenvolve em cenários continuamente montados e desmontados pelos próprios personagens.
Nova cena nordestina
Proposto pelo grupo Clowns de Shakespeare, de Natal (RN), o projeto Nova cena nordestinajá trouxe à Funarte, desde maio de 2012, espetáculos e atividades dos próprios Clowns e do grupo convidado Magiluth (Recife, PE). Juntos, estes núcleos artísticos – completados agora com a intervenção d’A Outra - propõem difundir e promover o debate sobre o teatro nordestino contemporâneo, com foco na construção de uma identidade nacional para o teatro de grupo.
Integram as atividades do Nova cena nordestina , ainda, oficinas abertas, mesas-redondas e intercâmbios. Em agosto e setembro, A Outra realiza duas mesas-redondas sobre a produção teatral dentro e fora do eixo Rio-São Paulo , leitura dramatizada do texto de Rafael Martins,Por que a gente não é assim? Ou por que a gente é assado?, e oficina de aprimoração da linguagem teatral.
Sobre A Outra: A Outra Cia de Teatro é um grupo heterogêneo, que reúne artistas de formações, origens e classes sociais variadas. Sediado no Teatro Vila Velha, em Salvador (BA), e com oito anos de atividade continuada, encenou 10 espetáculos teatrais em diversos festivais e mostras de artes cênicas brasileiras e realiza oficinas em variadas áreas das artes cênicas – tanto para iniciantes como para profissionais. O grupo integrou-se, também, em movimentos e redes de discussão sobre o fazer teatral em grupo, e se debruça sobre o resgate e difusão da memória de artistas e grupos cênicos (especialmente do Nordeste). Com uma pesquisa que propõe a investigação da cultura popular (danças, músicas, enredos, imagens) em cruzamento a tecnologias contemporâneas (dramaturgias, equipamentos, cenários, figurinos, vídeos), a identidade do núcleo vem sendo construída a cada espetáculo. Entre os prêmios recebidos ao longo de sua atividade, destacam-se, em 2010, o Prêmio BNB de Cultura com o projeto Memorial Brasil de Artes Cênicas – Cena Nordestina, e diversas aquisições do Prêmio Myriam Muniz de Teatro da Funarte: categoria circulação, com o projeto Outras Histórias, em 2010; o projeto Mar me quer, em 2009, e o projetoO Pique dos índios ou A espingarda de Caramuru, uma homenagem a Haydil Linhares, em 2007/2008. Já no ano de sua criação, em 2004, A Outra foi contemplada com o Prêmio Braskem de Teatro – categoria Revelação, pelo espetáculo Arlequim servidor de dois patrões, para o diretor Vinício de Oliveira. E em 2011, foi novamente indicada ao Prêmio pela montagem Remendo remendó, nas categorias Melhor espetáculo infantojuvenil e Revelação, pela direção de Luiz Antônio Jr.
Serviço
NOVA CENA NORDESTINA – A OUTRA COMPANHIA DE TEATRO (BA)
Sala Carlos Miranda do Complexo Cultural Funarte SP. Al. Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo, tel (11) 3662-5177
Informações: A Outra Companhia de Teatro (aoutra@gmail.com)Tels. (71) 8811-4081 (Comunicação); (71) 8849-9308 (Coordenação de Produção)
Espetáculo: Mar me quer
De 10 de agosto a 29 de setembro | Sextas e sábados, 21h

Texto: Mia Couto | Adaptação: A Outra Cia de Teatro | Direção e dramaturgia: Luiz Antônio Jr. | Elenco: Eddy Veríssimo, Luiz Buranga, Israel Barretto, Luiz Antônio Jr. e Roquildes Junior | Assistentes de direção: Israel Barretto Hayaldo Copque | Consultoria de dramaturgia e encenação: Fernando Yamamoto | Direção musical: Marco França | Preparação corporal: Fábio Vidal | Preparação vocal: Diana Ramos | Cenografia: Lorena Torres Peixoto | Caracterização:Luiz Santana 
Duração: 60 min. Recomendação etária: 14 anos
Ingressos: R$ 20 (meia entrada: R$ 10). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo – um ingresso por pessoa
Espetáculo: Remendo remendó
De 12 de agosto a 30 de setembro | Domingos, 20h

Texto original: Cell Dantas, Inácio Deus Vinicio de Oliveira Oliveira | Direção: Luiz Antônio Jr. | Adaptação e músicas: A Outra Cia de Teatro | Elenco: Eddy Veríssimo, Israel Barretto, Luiz Antônio Jr., Luiz Buranga Roquildes Júnior | Direção musical: Roquildes Júnior | Cenografia, caracterização e iluminação: Luiz Antônio Jr. e Luiz Buranga | Operação de luz:Catarina Campos
Duração: 60 min. | Recomendação etária: 12 anos
Ingressos: R$ 20 (meia entrada: R$ 10). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo – um ingresso por pessoa
Mesa de debate: Dentro e fora do eixo
Dia 8 de agosto | Quarta-feira, 19h

Com: Erlon Bispo (BA), Fernando Yamamoto (RN) e Marcos Barbosa (CE)
Dia 6 de setembro | Quinta-feira, 19h
Com: Marcelo Benigno (BA)
Entrada franca
Com a participação d’ A Outra Companhia de Teatro e de artistas e pesquisadores convidados, a mesa irá discutir a produção do teatro de grupo dentro e fora do eixo Rio – São Paulo, debatendo as dificuldades e as peculiaridades deste tipo de produção. Esta ação complementa o pensamento do projeto Nova cena nordestina, que visa apresentar a produção do teatro de grupo do Nordeste a partir da mostra de grupos representativos da região.
Oficina: Do jogo para a cena
De 21 a 30 de agosto | Terças, quartas e quintas, das 14h às 17h

Com: A Outra Companhia (Luiz Antônio Jr., ator e diretor, bacharel em interpretação pela UFBA; Roquildes Júnior, ator e diretor musical; Eddy Veríssimo, atriz e produtora; Luiz Buranga, ator, cenógrafo e figurinista; e Israel Barretto, ator).
Público-alvo: atores, estudantes, professores, arte-educadores e público em geral (acima de 16 anos).
Vagas: 25 
Inscrições: através do e-mail aoutra@gmail.com (envio de nome completo, idade, telefone, e-mail e um currículo ou carta de intenção)
Integrante do projeto Nova cena nordestina, a oficina pretende trabalhar os elementos básicos da linguagem teatral através de jogos, brincadeiras e exercícios desenvolvidos e utilizados pelo grupo no seu processo criativo ao longo de oito anos de atividades e apreendidas nos diversos intercâmbios realizados pelo grupo com companhias de todo o Brasil.
Leitura dramatizada do texto Por que a gente não é assim? Ou Por que a gente é assado?, de Rafael Martins (CE)
Dia 5 de setembro | Quarta, 19h
Entrada franca
Valendo-se do jogo do metateatro, o texto tem como mote principal a diversidade e a diferença humana. Através de um jogo de máscaras, os atores se transvestem de animais para questionar e tencionar as relações sociais, as escolhas dos indivíduos, o caos da rotina cotidiana, num texto com ritmo intenso e divertido.
Assinado pelo cearense Rafael martins, o texto foi montado pelo Grupo Bagaceira de Teatro, integrando até hoje seu repertório e circulando por diversas cidades e festivais do Brasil.


Nenhum comentário:

Postar um comentário