sábado, 29 de junho de 2013


        CANARINHO DE ALAGOAS

Antonio Salvador de Souza,Canarinho de Alagoas,nasceu em Limoeiro de Anadia,Alagoas ,no dia
 26 de fevereiro de 1946. Trovador, Embolador  e  Repentista.   Comecou  cantando embolada nas
 feiras  das  cidades  vizinha. Com  jeito  simples, no  dedilhar  das  cordas do violão ou no ritmo do
 pandeiro,  o violeiro e cantador Canarinho mostra com sabedoria suas rimas e  versos. Na   poesia
 do  repente  ou  na  embolada que improvisa, ele  canta a  vida do  homem do interior de   Alagoas.
Por  causa  da  cantoria  de  viola,  ele  ganhou,  ainda  em  Limoeiro  de  Anadia,  onde     nasceu, o 
carinhoso  apelido  de  Canarinho  das  Alagoas.  E   assim  foi  nos  últimos 50 anos, nas   praças e 
feiras  onde  se  tornou  atração.  Eu  me sinto bem em cantar;  esse  sempre  foi o meu ofício. Nasci 
para cantar”, afirmou o mestre, que desde ontem, integra o Livro do Registro do Patrimônio Vivo de
Alagoas.
Ele  iniciou  sua  carreira  com  o  ritmo  do pandeiro, incentivado pelo pai, que lhe deu também  um 

cavaquinho,  mas  foi  com  a  viola  que  se  identificou.  Aprendeu  a cantar, observando  os outros 
cantadores,  quando  era  criança,  e  com  o  talento  de  improvisar  e  a  voz  poderosa,  passou  a
 cantar   desafios,   martelos ,   galopes   à   beira-mar   e   todos   os     tipos   de   cantoria    de  viola.
“Não  tem   cantador   que   canta  no  meu  rojão”,  desafia  o  violeiro,   em   um   de   seus      versos 

improvisados. “Faço de cabeça, qualquer tema”, disse, com entusiasmo.
Mas  não  foi  só  com  cantoria  de  viola  e  emboladas  tiradas  ao  som  do pandeiro, que   ele ficou 

conhecido. Por mais de 20 anos, participou, na figura do palhaço, de  vários   grupos   de  guerreiros 
no   Estado,   entre    eles  o  de  Joana Gajuru,  ( Maribondo ),  de João  Inácio  ( Boca  da  Mata ), 
Zé  Pequeno  ( Capela ),  Zé  Anjo  ( Pilar )  e  mestre  Eduardo  ( Coruripe ).

“Sempre   recebi   convites   para   participar,  era  um  divertimento  muito bom. Chegamos a viajar   o 

Sertão inteiro, até a pé”, relembra o mestre.
A  tradição  do  improviso  ultrapassou  o  tempo e a nova geração da família segue os passos  do pai.

 Três  filhos  do  mestre  Canarinho  das Alagoas reproduzem o que aprenderam com ele e seguem  a
 profissão.  “Fico  orgulhoso  em  poder  ver  que  meus  filhos  continuam   essa  tradição  da  cantoria.
 Espero que isso ajude a nunca se acabar”.

Segundo  o  mestre, o  povo  gosta  de  poesia  e ela  sempre há de existir, na voz e nos versos de um 

Canário das Alagoas.
Texto de Valéria Guimarães


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