domingo, 28 de julho de 2013






Eu tenho o sol, a terra, a serra
O tempo, o vento, até tormento
sofrimento e dor
eu tenho o mundo que encandeia
das areias sem nascentes, quentes
vivas de calor.

Eu quero João e devoção
sertão, Maria e família
destes meus irmãos
todos comungam pra Raimundo Jacó
irmão vaqueiro
morto sem explicação.

Aqui no fundo da caatinga tem,
missa e oração
vaqueiro, Deus e o sertão estão,
em tempo de comunhão
devoção, união e o perdão
é pra Raimundo Jacó
nossa comunhão.

Nem bem a barra vem quebrando
aboiando e pelejando
no trabalho estou
aqui no coice da boiada
esta vida estrupiada
dá-me força e destemor.
Eu quero Deus que me alimenta
e que me faz tá na pobreza
sem dizer um não;
quero também ser um vaqueiro
das caatingas o primeiro
a chegar pra comunhão.

Quero abraçar e comungar
participar e ser palavra e lavra
do sertão.
Dar um aboio de tristeza
que o mundo e a natureza
vejam a minha solidão.
O pão divino vem na missa
e no alforje do vaqueiro
o pão da terra está,
tem carne assada, tem farinha
tem queijo com rapadura
vida dura pra contar.

Rezas de Sol /Missa do Vaqueiro
Janduhy Finizola

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