CORDELISTA ANTONIO BARRETO
Natural de Santa Bárbara, teve na infância contato com os violeiros e repentistas nas Feiras por onde passava, observava atento com um olhar sertanejo, sonhava com sua cultura nordestina, “então minha alma já era cordelista” ele diz. Mas, somente em 2004 que Antônio Barreto produz oficialmente por incentivo de amigos cordelistas, como Jotacê Freitas e Antônio Vieira e violeiros, seu primeiro cordel, interagindo com outros cordelistas conhecidos na Bahia.
Pertencente a uma família de 18 irmãos, como muitas outras crianças do interior da Bahia Barreto só foi alfabetizado aos 10 anos, como por necessidade teve que se mudar para Salvador para continuar os estudos secundários. “Naquela época ou se ia para Feira de Santana ou para Salvador”, “para quem tinha condições de se manter, quem não tinha, parava por onde desse mesmo” ele conclui. Em Salvador ele se fixa, trabalha no Pólo
Petroquímico e cursa a faculdade de letras. Mas o espírito aventureiro, o espírito da infância te acompanha, ele afirma “o sertão é meu lugar”, o sertão está presente na sua vivência, tudo que ele escreve têm a ver com o menino do sertão e o homem urbano, que lembra o jovem com muita dificuldade de se relacionar com as pessoas e seu primeiro encontro poético com a lua e ela com ele aos 19 anos, no avarandado da casa. Como um bom cordelista de seu tempo, Barreto escreve sobre temas do seu cotidiano, alerta sobre o HIV, Política (As mentiras que o povo gosta em época de eleição), critica, propõe mudanças, grita com muita poesia e esperteza de cordelista. Seu primeiro cordel foi “O discurso de um caipira”, que estimulou pra mais de 50 livretos, entre eles “Canto Lírico de um Sertanejo”, pelejas como “ A peleja virtual de uma mulher valente com um cabra cismado” junto com “cordelista-feminista-militante” Dona Creuza Meira, e a pouco terminou “Peleja de sabedoria com a Internet”, nesse tempo “já deve de ter” idéias pairando publicações.
Como professor utiliza o cordel como um instrumento pedagógico, atualmente trabalhando com alunos de 2°grau e em oficinas de cordel, já realizadas em Valença, Sr. do BomFim, Ilhéus, entre tantas outras cidades.
Com sua viola, ou violão e, quem sabe a guitarra, Barreto segue na sua vida urbana significada pela sua poesia sertaneja.
Texto por Roselí Araujo.
Texto por Roselí Araujo.
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