sábado, 14 de dezembro de 2013


                                                                João Silva


Ele nasceu nas terras aridas do Sertao do Ipanema,numa regiao de transicao do agreste pernambucano com o sertao. Batizado  na outrora Rio Branco,hoje a desenvolvida cidade de Arcoverde,com o nome de João Leocádio da Silva,no dia 16 de agosto do ano da graca de 1935.Cedo teve o encontro marcado com a musicalidade,quando  aos sete anos de idade começou a tocar pandeiro. Aos nove anos,ja taludinho, ganhou um concurso como cantor. Aos dez anos apresentou-se no programa no programa Aldemar Paiva na Rádio Clube de Pernambuco tocando acordeom.Um dos principais parceiros de Luiz Gonzaga a partir dos anos 1960. Aos 17 anos mudou-se para o Rio de Janeiro com uma carta de recomendação de João Calmon. Apresentou-se no programa "Domingueira" apresentado por Arnaldo Amaral na Rádio Mayrink Veriga onde cantou "Crepúsculo sertanejo", de sua autoria. Em 1964, Luiz Gonzaga gravou no disco "A sanfona do povo" o baião "Não foi surpresa", de sua parceria com João do Vale. Em 1965, o Rei do Baião gravou dele e Albuquerque a marcha junina "Piriri". Em 1966 gravou "Crepúsculo sertanejo", dele e Rangel. No mesmo disco, "Óia eu aqui de novo", aparece sua primeira parceria com Luiz Gonzaga, "Garota Todeschini". Em 1968, no LP "São João do Araripe", aparecem duas composições da parceria entre os dois, "Lenha verde" e "Meu Araripe", que se tornou um enorme sucesso.
Em 1973, no LP "Nova Jerusalém", Luiz Gonzaga gravou "O vovô do baião" dele e Severino Ramos . Em 1974, Bastinho Calixto gravou dele e Anatalício a composição "Laura". Em 1978 compôs com Gonzaga "Umbuzeiro da saudade". Em 1979 compôs com Pedro Maranguape "Adeus a Januário", em homenagem ao pai de Luiz Gonzaga. Em 1980, compôs com P. Maranguape a composição "Cego Aderaldo", gravada por Luiz Gonzaga. Em 1983, no disco "70 anos de sanfona e simpatia", Luiz Gonzaga gravou três de suas parcerias, "Cidadão sertanejo", "Forró de Ouricuri" e "Sequei os olhos", esta uma pungente canção sobre a seca que assolou a região nordestina entre 1979 e 1983.

Em 1984 compôs com Luiz Gonzaga o forró "Pagode russo", regravado nos anos 1990 pelo grupo Mastruz com Leite. Em 1984, no LP "Luiz Gonzaga e Fagner", a composição de abertura do disco é "Sangue nordestino", outra parceria de suas parcerias com Gonzaga. Em 1985 no LP "Sanfoneiro macho", o Rei do Baião gravou seis composições de parceria com João Silva, entre as quais "A mulher do sanfoneiro", além de "Maria baiana" de sua parceria com Zé Mocó e "Amei à toa" comJoquinha Gonzaga. Em 1986 compôs em parceria com Luiz Gonzaga "Forró de cabo a rabo", que deu nome ao disco de Gonzaga daquele ano e no qual aparecem mais duas parcerias entre os dois e ainda "Xote machucador", parceria com Dominguinhos, e "Passo fome mas não deixo", em parceria com Zé Mocó. No mesmo ano, Marinês em seu LP "Tô chegando" gravou dele e Luiz Gonzaga "Tá virando emprego", e dele e Zé Mocó "Amigo velho tocador". Em 1987, mais uma de suas composições, "De fia pavi", feita em parceria com Oseinha, deu nome a um disco de Luiz Gonzaga, no qual aparecem ainda "Doutor do baião", "Pobre do sanfoneiro" e "Toca pai", três parcerias suas com o Rei do Baião. No mesmo ano, Marinês gravou no LP "Balaio de paixão" sua parceria com Chico Xavier "Danação de gamação" e dele, Maranguape e Iranilson, "Olhos duidinhos". Em 1988 compôs com Luiz Gonzaga "Pra que mais mulher", "Fruta madura" e "Outro amanhã será", todas gravadas no LP "Aí tem Gonzagão".
Em 1989, uma composição de sua parceria com Luiz Gonzaga, "Vou te matar de cheiro", deu título ao último disco do Rei do Baião, no qual João Silva participou da gravação de três faixas, "Um pra mim, um pra tu" e "Arcoverde meu", em parceria com Gonzaga, e "Ladrão de bode", com Rui Moraes e Silva. Ao todo compôs mais de 30 músicas com Luiz Gonzaga, todas gravadas pelo Rei do Baião. Teve ainda composições gravadas com sucesso pelo Trio Nordestino, entre as quais "Estou roendo sim", em parceria com Anatalício, "No galpão da bulandeira" com K-boclinho, "Intupidinho de amor" com J. B. de Aquino e "Gamado até demais" com Sebastião Rodrigues. Dominguinhos gravou, "Pode morrer nessa janela", "O galo já miudou" e "Cintura de abelha".

Tem cerca de 2000 composições. Entre seus parceiros estão João do Vale, Onildo AlmeidaRosil Cavalcante, Severino Ramos, Bastinho Calixto, Pedro Maranguape, Zé Mocó, Pedro Cruz, Dominguinhos, Sebastião Rodrigues e outros. Entre seus principais sucessos estão "A mulher do sanfoneiro", "Danado de bom", "Pagode russo", "Nem se despediu de mim", "Meu Araripe", "Uma pra mim outra pra tu" e "Pra não morrer de tristeza", que já teve cerca de 40 gravações. Como produtor, produziu discos de Luiz Gonzaga, Trio Nordestino e Jackson do Pandeiro entre outros. Atuou também como arranjador. Em 2006, o coco "Como tudo começou", de sua autoria, foi gravado por Dominguinhos, no CD "Conterrâneos".
Obras
A mulher do sanfoneiro (c/ Luiz Gonzaga)
A puxada (c/ Luiz Gonzaga)
Adeus a Januário (c/ Pedro Maranguape)
Aí tem (c/ Zé Mocó)
Amei à toa (c/ Joquinha Gonzaga)
Amigo velho tocador (c/ Zé Mocó)


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