Fernanda Acioly/Divulgação
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Severinos, Virgulinos e Vitalinos será encenado nesta sexta-feira (17), às 20h
O Teatro Arraial Ariano Suassuna inicia, nesta sexta-feira (17), a nova temporada de 2017, com dois espetáculos: Severinos, Virgulinos e Vitalinos e A Fuzarca.  O primeiro é um musical, montado pela Dispersos Cia. de Teatro, que traz em seu enredo a saga de dois filhos de artistas. Um é filho de palhaço e outro é filho de uma atriz mambembe. Os dois partem para os confins do sertão na busca dos seus pais e acabam deparando-se com a morte (Severina), a violência (Virgulino) e por fim o sonho (Vitalino) tecido diante da loucura e da desrazão de dois artistas forjados na prima arte.
Com texto inédito e direção geral assinados por Samuel Santos, e direção musical de Leila Chaves e Victor Chitunda, o espetáculo reúne circo, teatro e música no mesmo picadeiro. “Simbolicamente, a montagem aborda a realidade do homem e sua arte nos caminhos e nas veredas do tempo e da vida”, conta Lívia Lins, atriz e diretora da Dispersos Cia. de Teatro. Segundo ela, após uma longa pesquisa em direção à novas linguagens, Severinos, Virgulinos e Vitalinos“representa a imersão do grupo no universo circense e suas formas de representação popular”. Sobre sua participação na convocatória de ocupação de pautas do Teatro Arraial, a artista destacou que “ficou bastante honrada em participar da seleção” e ressaltou que “o edital permite que os grupos pernambucanos levem ao público o que sabem fazer de melhor: teatro”.
Além dela, o musical conta em seu elenco com a participação e Madson de Paula (Cordel do Amor sem Fim), Victor Chitunda (Vento Forte Para Água e Sabão; Abraço), Leila Chaves (Abraço), Danielle Sena (Abraço) e Tiago Nunes (A Terra dos Meninos Pelados) executando a trilha sonora ao vivo.
Esse é o segundo espetáculo da Dispersos com dramaturgia inédita e repertório autoral. O grupo busca estimular a produção de novos textos e soluções musicais para o teatro. O primeiro foi Abraço – Nunca estaremos sós, com direção de Duda Martins e Lívia Lins, que foi indicado a seis Prêmios APACEPE de Teatro e Dança, incluindo melhor trilha sonora. No Teatro Arraial, Severinos, Virgulinos e Vitalinos fica em cartaz até o dia 22/4, nas sextas-feiras e nos sábados, às 20h.
Divulgação
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A Fuzarca – Uma Brincadeira de Rua entra em cartaz no domingo (19), às 16h
Já no domingo (19), às 16h, o equipamento cultural abre espaço para a montagem A Fuzarca – Uma Brincadeira de Rua. O espetáculo é uma folia cômica e poética que conta a história de três mendigos – palhaços que vivem de pedir esmolas, atividade essa que já não lhes dá condições de sobrevivência. Porém, tudo muda quando um dia o mendigo – palhaço – chefe resolve formar uma trupe circense e encenar um espetáculo de circo. Assim está armada a fuzarca, que convida a plateia a uma divertida e poética reflexão sobre os moradores de rua.
Numa mescla de circo e teatro, a encenação propõe um espetáculo onde o grande foco é o ator-palhaço. Repleto de gags e brincadeiras de palhaços tradicionais a montagem usa poesia e comicidade para refletir sobre as condições de vida dos moradores de rua. Com música executada ao vivo, com violão, bateria e instrumentos de brinquedo a sonoridade é um elemento que conduz o espetáculo.
“O público nesse experimento compõe a cena não apenas como plateia, mas como parte do jogo cênico. A dramaturgia é construída a partir de um processo colaborativo, a fuzarca leva aos palcos poesia e comicidade através desse grande poeta cômico que é o palhaço. Os figurinos foram pensados dentro do perfil de cada ator-palhaço, tendo como fonte de pesquisa os palhaços de circos tradicionais do Brasil. A iluminação é apenas um complemento da cena sem descaracterizar o ambiente circense. O plano de maquiagem segue a concepção de cada ator-palhaço priorizando a sutileza e o uso de cores bases (vermelho, branco e preto)”, conta o ator Geraldo Cosmo, um dos integrantes da montagem que está circulando por várias cidades pernambucanas desde 2013. O espetáculo segue em cartaz até o dia 30/4, sempre aos domingos, às 16h.
Convocatória de ocupação
O projeto “Convocatória de Ocupação de Pautas de Equipamento Cultural para Espetáculos de Circo, Dança e Teatro”, desenvolvido pelo Teatro Arraial Ariano Suassuna, tem feito a diferença para a difusão das produções pernambucanas. Com duas edições anuais, a iniciativa acontece desde 2012 e prevê a concessão de um incentivo financeiro, com base no quantitativo de público obtido através do somatório das sessões.
A partir do cumprimento das temporadas, o projeto, além de atingir os objetivos de difusão das produções do Estado e de formação de plateias, permite o acesso democrático e transparente para sua ocupação. Nesta primeira edição de 2017, foram disponibilizados seis tipos de pauta, incluindo-se duas longas temporadas, uma de Teatro Adulto e uma de Dança, com 10 apresentações cada, o que permite às produções um maior número de apresentações e ao público mais oportunidades de prestigiar os espetáculos.
Segundo a gestora do Teatro Arraial, Ana Cláudia Wanguestel, “a convocatória já se tornou uma ferramenta importantíssima na difusão da produção cênica do Estado e é um mecanismo que preza cada vez mais pela transparência em seu processo suas seletivo”.
Grade
Confira a programação completa dos espetáculos selecionados:
Fernanda Acioly/Divulgação
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Severinos, Virgulinos e Vitalinos
Período: de 17/3 a 22/4
Sinopse: “São dois na estrada, na caminhada, um é o circo, o outro é o rito”. `Severinos, Virgulinos e Vitalinos` conta a saga de dois filhos de artistas. Um é filho de palhaço e o outro de uma atriz mambembe que fugiram com o Circo e a Carroça da Divina Inspiração. Os dois partem para os confins do sertão na busca dos seus pais e acabam deparando-se com a morte (Severina), a violência (Virgulino) e com o sonho (Vitalino). O texto traça simbolicamente a realidade do homem e sua arte nos caminhos e veredas do tempo e da vida. No espetáculo, circo, teatro e música se apresentam juntos no picadeiro.
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A Fuzarca – Uma Brincadeira de Rua
Período: de 19/3 a 30/4
Sinopse: Um abrigo e três mendigos. O que manda e os que obedecem. Povo e poder, um farsesco retrato da sociedade contemporânea numa história sobre poder e liberdade. Esse espetáculo conta a historia de Gegê e Pixuruca, dois mendigos que vivem sobre o comando de outro mendigo. Pimenta, aquele que manda, faz os seus subalternos acreditarem que é impossível viver sem o comando de um patrão. Mas um dia dois cantadores de rua aparecem na praça em que eles vivem e tudo pode mudar. Um espetáculo sobre a descoberta da liberdade através das brincadeiras do povo. É nesse contexto que o Grupo Teatral Risadinha comemora os seus 24 anos de muito trabalho, voltando ao seu espaço que tanto fez uso, a rua.
Fernando Figueroa/Divulgação
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Retomada
Período: de 28/4 a 27/5
Sinopse: A performance “Retomada” nos fala das vozes que fortemente persistem ecoando sobre a terra arrasada. Nela o Totem corporifica a sacralidade das terras indígenas, sentida no ato ritual e na reverência de espírito aguerrido que tem seu povo pela sua terra. O espaço sagrado pelo qual se luta, é o mote desse trabalho, uma ode à mãe geradora e mantenedora de tudo. A cena ritual criado pelo grupo, não representa ou reproduz rituais vividos nas aldeias, através do teatro performático característico de sua poética, o Totem manifesta sua identificação com o sentimento de resistência. Sendo este um ato ritual único, onde os corpos entoam a força coletiva e invocam as vozes silenciadas nas páginas do tempo.
André Ramos/Divulgação
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DORalice
Período: de 7/5 a 11/6
Sinopse: Brincadeira de casinha e comidinha com Cidinha, a boneca preferida de Alice. A menina também brinca com um amiguinho de pique esconde, pega-pega, amarelinha. Alice e as histórias do Pai e os cuidados da Mainha. Tudo é brincadeira na vida da menina, até que um dia uma mão malvada invade a casinha de Cidinha e tudo muda na vida de Alice. O espetáculo não usa palavras para contar esta história…
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Em nome do Pai
Período: de 2/6 a 17/6
Sinopse: “Em nome do Pai” reacende o debate sobre a valorização do texto, resgatando a importância do literário no teatro. No palco, pai e filho se enfrentam num embate psíquico desgastado pelo conhecimento vulgarizado de que as relações afetivas se estabelecem, logo após a morte do principal elo entre os dois: a mulher – esposa e mãe. Os sentimentos de amor, raiva, solidariedade e repulsa estão misturados sob a dor dessa perda avassaladora.