Por volta de 1926, o Cangaceiro Sabino Gomes, passava pelo sertão de Pernambuco, sem Lampião que estava em outra viajem, e encontrou com um pequeno comboio de animais de carga, conduzido por cinco almocreves, todos familiares. Sabino com sua tropa os abordou em busca de comida e mantimentos. Os Almocreves, diante daquela tropa, perguntaram com quem estavam tratando, momento em que Sabino respondeu que eram da força do governo. Os Almocreves aliviaram-se e passaram a atender e servir à tropa com atenção.
Enquanto o bando recebia o que queria e precisavam, Sabino dialogava com os viajantes, com perguntas capciosas sobre cangaceiros e Lampião. Os Almocreves, certos de que tratavam com uma volante da força policial, disseram-se aliviados em ter encontrado a força policial e não cangaceiros e teceram alguns comentários não elogiosos à Lampião, talvez querendo agradar aos “policiais” e incorrendo no que esperava o malvado Sabino, que neste momento, os surpreendeu, sinistramente, dizendo que eles acabaram de assinar suas sentenças de morte pois ele era Sabino Gomes, tenente de Lampião. Os pobres trabalhadores da almocrevia se aterrorizaram, e em pânico tentaram se desculpar e justificar seus comentários, mas em vão, pois o cruel Sabino os enfileirou numa linha de fuzilamento, matando-os sumariamente e covardemente às tiros de fuzil. Após soltaram e espantaram os burros que passaram a vagar sem destino nas matas do sertão, abandonando os corpos daqueles viajantes aos cuidados da natureza e seguiram viagem. João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 06/03/2020
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