segunda-feira, 8 de maio de 2023

Plano de Salvaguarda dos Maracatus Nação será lançado em Pernambuco

O Plano de Salvaguarda dos Maracatus Nação, bem imaterial inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi oficialmente lançado para os maracatuzeiros em Pernambuco, ontem, domingo (8), em solenidade que será realizada no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, no Recife. O evento promovido pela Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (Amanpe), que, na ocasião, também fará a entrega do Prêmio Miçanga de Ouro – O Brilho das Nações de Maracatu Tradicionais de Pernambuco. Estarão presentes as 25 nações de maracatu que são associadas à Amanpe e o convite também foi estendido para outras nações de maracatu, como os ligados à Associação dos Maracatus de Olinda (Amo). “Vai ser um evento importante que inicia com o lançamento do plano, e encerra com a apresentação das agremiações que foram campeãs do Carnaval do Recife”, explica Fábio Sotero, presidente da Amanpe. Também participam do evento representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de Brasília e Pernambuco, bem como da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Titulados como Patrimônios Imateriais do Brasil, em dezembro de 2014, os Maracatus Nação agora possuem o documento fundamental que apresenta as iniciativas de proteção de maneira estratégica, os objetivos e o planejamento de ações a serem desenvolvidas a curto, médio e longo prazo a fim de promover um amplo alcance da política de salvaguarda. “A partir de domingo (8) vamos também disponibilizar o plano nas redes sociais da Amanpe para que os maracatuzeiros possam acessar o documento e ampliar a divulgação o máximo possível”, reforça Fábio Sotero. Clique aqui e confira o plano de salvaguarda, disponível no site do Iphan.
Foto: Renato SpencerFoto: Renato Spencer Titulados como Patrimônios Imateriais do Brasil, em dezembro de 2014, os Maracatus Nação agora possuem um Plano de Salvaguarda Plano de Salvaguarda – A Fundarpe foi a instituição que realizou o Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) do Maracatu Nação, que resultou no Registro do Maracatu Nação como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, em 2014. “Desde essa época, o Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e a Fundarpe, tem colaborado no desenvolvimento de diretrizes de salvaguarda e das oficinas para a elaboração do Plano de Salvaguarda do Maracatu Nação. As oficinas iniciaram formalmente por volta de 2017 e foram retomadas em 2019, sendo concluídas durante a pandemia, em 2021”, destacou Marcelo Renan, coordenador do Patrimônio Imaterial da Fundação, que representará a instituição durante a solenidade neste domingo (8). O INRC do Maracatu Nação está disponível para consulta na Biblioteca Teca Carlos, na Fundarpe, e o dossiê pode ser acessado neste link. A elaboração do Plano de Salvaguarda do Maracatu Nação também contou com a participação da Fundarpe e é fruto da organização e dedicação dos detentores desse bem cultural para a perpetuação de sua manifestação e da sua busca ativa pelas políticas públicas da área da cultura e patrimônio cultural. O resultado é um documento representativo, que reúne um diagnóstico abrangente da situação do bem cultural e dos seus grupos, mas que é dinâmico, mutável, e dessa forma pretende responder às mudanças sociais que o Maracatu Nação enfrenta. Além do Iphan e Fundarpe, outras instituições participaram da elaboração deste plano de salvaguarda, como a Amanpe e a Associação dos Maracatus de Olinda (Amo). Também se envolveram no processo técnicos das prefeituras de Recife, Olinda, Igarassu e Jaboatão, municípios onde são mais presentes os grupos de Maracatu Nação, além de professores e pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) envolvidos na produção do INRC do Maracatu Nação. O Plano de Salvaguarda é um documento que orienta a tomada de decisões em ações estratégicas a serem promovidas pelas instituições. Algumas são demandas específicas como, por exemplo, editais específicos, aumento de cachês e apoio a eventos. Outras são mais genéricas, como o enfrentamento ao racismo religioso que sofrem os participantes dos maracatus em suas próprias comunidades, o que exige o envolvimento de diferentes agentes públicos e da sociedade civil. Com isso, é possível definir recursos orçamentários e cronograma de ação, entre outros pontos, que colaboram para a salvaguarda do bem cultural. A publicação do Plano de Salvaguarda do Maracatu Nação segue as orientações do Manual de Elaboração de Planos de Salvaguarda, publicado pelo Iphan, autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura. O documento surgiu da necessidade de apresentar à área técnica do Instituto, aos detentores dos bens registrados e demais agentes as orientações necessárias para a execução de ações de preservação do bem. Em Pernambuco o Frevo e as Matrizes do Forró são outros dois bens imateriais que possuem plano de salvaguarda. “Está em elaboração o do Repente e Cavalo Marinho e, neste ano, está no plano de ação das instituições a realização de oficinas para contemplar os outros bens que ainda não possuem seus respectivos planos”, reforça Marcelo Renan. Prêmio Miçanga de Ouro – O prêmio é uma ação de salvaguarda, promovido pela Amanpe, no qual vamos premiar, anualmente, as nações de maracatu que foram campeãs do Carnaval do Recife. Mas vale ressaltar que é uma ação para salvaguardar os fazedores de cultura de maracatu e, neste sentido, vamos premiar destaques como a rainha, o rei, a dama de passo, o batuqueiro, o mestre e o regente, entre outros. Maracatu Nação - Também conhecido como Maracatu de Baque Virado, o Maracatu Nação é manifestação artística da cultura popular e carnavalesca da Região Metropolitana do Recife que remete às coroações dos reis e rainhas do Congo, em que um cortejo com seus pálios coloridos que anunciam a presença real, além de toda a corte, com calungas e dama do paço. Os trajes reais usam seda, veludo e bordados com pedrarias nos desfiles. O maracatu desfila pelas ruas, acompanhado de um conjunto musical percussivo, com os seus batuques, compostos de tambores, caixas, mineiros e gonguês. Fonte: Portalculturape

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