terça-feira, 15 de novembro de 2011

Silvério Pessoa no Clipe Carreiro Novo

                                                 
             

                                SILVÉRIO PESSOA



  Ele nasceu na Zona da Mata Norte Pernambucana,viveu na infância toda efervescência cultural do povo dos canaviais;Nasceu  na cidade de Carpina num universo artístico,ao lado dos irmãos  Ivson Wanderlei (Ivinho),o melhor guitarrista que pernambuco conheceu nos anos 70  e do cantor Sinai Pessoa, que fez uma carreira artística no circuito universitário dos anos 80. Silvério inicio carreira  na banda Elfos,mas ganhou projeção nacional no grupo Cascabulho em 1994,com a qual fez turnê no Canadá, Estados Unidos das Américas e Alemanha. Silvério dá tratamento contemporâneo  referência do cancioneiro popular da Zona da Mata,Agreste e Sertão de pernambuco,com o cuidado de não descaracterizá-las. Rock, Hip- pop,Punk e intervenções eletrônicas são algumas sonoridades absorvidas pelas tradições e refletidas num trabalho que sai do interior de pernambuco e conquista ouvintes  do mundo todo. Silvério tem  4 discos e um DVD lançados,todos muito bem recebidos por público e critica no brasil e exterior. Bate o Mancá- O Povo dos Canaviais(2001),com base nas músicas do cantador de coco Jacinto Silva, foi o primeiro trabalho da carreira solo. O álbum ganhou citações e artigos em publicações especializadas noa Europa,recebeu quatro estrela da revista Le monde de La Musique e foi selecionado como um dos melhores lançamentos do ano pela revista Vibrations,ambas na França. Já  Batidas Urbanas - Projeto Micróbio do Frevo(2003),revisão carnavalesca da obra de Jackson do Pandeiro,foi considerado uma renovação do Frevo e recebeu nota máxima da Folha de São Paulo,revista Veja e revista Rolling Stone da Argentina. O Terceiro CD,Cabeça Elétrica ,Coração Acústico(2005),é um disco autoral que conta  com a participação de Dominguinhos,Lenine,Alceu Valença,Siba,Ivanildo Vila Nova,Zé Vicente da Paraíba e Lula Queiroga e tantos outros músicos e amigos. Nesse ano,Silvério Pessoa foi selecionado pelo Projeto Pinxinguinha e participou da Caravana do Sul e Sudeste,se apresentando em oito cidades.Cabeça Elétrica- Coração Acústico rendeu a Silvério o Prêmio TIM de melhor cantor na categoria  Regional,em 2006.Desde 2003, quando deu inicio a uma série de turnê com o trabalho solo,Silvério mantém uma agenda com temporadas no exterior,tendo como base a França. Nesses anos, tem participado de importantes festivais como Sfinks Festival e Esperanzah(Bélgica),Roskild(Dinamarca),paleo(Suiça),Festival de sines(Portugal),dentre tantos,expandindo para outros continentes,como a participação em um dos maiores eventos musicais,o Rainforest Festival,na Ilha de Borneo(Malásia)e a realização de dois shows Tóquio (Japão). Com a banda Cascabulho,no inicio da carreira,Silvério fez turnês pelo EUA,Canadá e Alemanha. Participou do Free Jazz e de três edições do Abril pro Rock,no Recife. 
                                                           

segunda-feira, 14 de novembro de 2011


Taieira - Folclore - Sergipe                                                                       

 


                                                            TAEIRA




Grupo de forte caracteristica religiosa no estado de Sergipe tendo por objetivo a louvação a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário,ambos padroeiro dos negros no brasil. É da imagem desta santa que se retira a coroa para colocar nas "Rainhas da Taeira " e "Rainha do Congo." Durante a missa na igreja de São Benedito,em Laranjeiras,as Taeiras,grupos de influência afro,participa efetivamente do ritual cristã numa demostração do sincretismo religioso entre a igreja catolica e os grupo afro-brasileiros. o momento da coroação é  o ápice da festa que se realiza sempre no dia 6 de janeiro,nessa igreja. Tocando quexerés(instrumento de percussão) e tambores,as Taeiras,trajando blusa vermelha cortadas por fitas e saia branca,seguem pelas ruas cantando cantigas religiosas ou não. este evento é definido como uma das mais claras demostração de sincretismo com santos e rainhas,procissões e danças misturados num mesmo momento de celebração.
                                                              Djalma José de Oliveira - Mestre de Guerreiro - Coruripe - Foto Neno Canuto.jpg


SAUDADES DO MESTRE DO GUERREIRO ALAGOANO



 Djalma José de Oliveira, Mestre Jayme, (in memoriam) foi mestre de guerreiro. Nasceu em Belo Jardim/PE, filho de José Germano de Oliveira e Angélica da Conceição. Mestre Jayme, como era conhecido, começou a dançar guerreiro com treze anos de idade, tendo como mestres Francisco Jupi  e João Inácio de Atalaia, seguido de Ismerita, de Murici.“A eles deve tudo o que sei, foram eles que me fizeram o mestre que sou hoje”, comentava com humildade Mestre Jaime. Mas, por trás do reconhecimento, existia um mestre Jaime muito vaidoso, não só do seu dom de rima mas no cuidado como a aparência. Sempre elegante, vestindo camisa de mangas compridas de cambraia de linho e calças social, nunca de chinelos, sempre de sapatos muito bem polidos. Isto quando não estava impecavelmente trajando sua indumentária de mestre de guerreiro e seu belíssimo chapéu, em forma de igreja, confeccionado por ele próprio.“Não tenho preguiça de nada, muito menos de cantar, sou bom na rima, no improviso e na memória. Não tem uma peça que eu já tenha cantado que tenha esquecido. A inspiração veio quando ouvi uma cantoria de vaqueiros que estavam tangendo os bois e cantando boiada, aí abriu a veia da poesia, a chave da minha cabeça e nunca mais fechou”.Sempre sorridente, dizia que quem dança guerreiro não pode ser triste. Fez de tudo um pouco quando era rapaz. Cantou com as baianas, fez emboladas, pagode, viola e guerreiro. E confessava: “É do guerreiro que eu gosto mais e foi com ele que fiquei”.Em Coruripe, onde residia, dançou no guerreiro “Águia Negra” e em Maceió é, durante muitos anos, mestre do guerreiro “Leão Devorador” fundado na Chão da Jaqueira pela amiga e comadre, mestra Vitória, no qual também dançava sua esposa, Dolores Gomes, como sereia, com quem esteve casado a mais de 30 anos e sempre fez questão de acompanhá-lo em suas andanças. Para ele a grande rainha de guerreiro que conheceu foi Maria Delmira e depois Maria Pinheiro, ambas de Rio Largo. Hiltom da Capela, o mais interessante dos palhaços , Verdelinho o melhor mateus, Maria das Dores a melhor Lira, Zé Índio o melhor índio de guerreiro, e completou: “um mestre para ser bom tem que saber as 25 partes do guerreiro e,  igual a mim, bom como eu, só o mestre Adelmo de Atalaia. Mestre Jaime era um poeta do cotidiano que narrava fatos ocorridos no dia a dia, como é o caso das peças que fez quando caiu um avião em Chã Preta, a enchente em Viçosa, a morte dos xangozeiros, um fato interessante que ocorreu em Juazeiro do Norte “quando o prefeito cortou um pé de pau que o Padre Cícero tinha plantado”, entre outros.

domingo, 13 de novembro de 2011

                                                                                              
                                              João Furiba e José Feitosa






                  POETA JOÃO FURIBA


 Ex  plantador de milho e feijão do sitio cacimba velha, magro de andar ereto e  fazedor de menino,fez 44 filhos.Nasceu no dia 3 de julho de 1931,no Sitio bomba d'agua,serra de cachoeira,Taguaritínga do Norte,agreste de Pernambuco. "Minha mãe lavava roupa na beira do rio quando,num repente,eu vim ao mundo. Muito nova e inexperiente minha mãe correu assustada para casa",diz o poeta num dos trecho do seu livro Furiba Falando a Verdade. João Furiba foi amigo e parceiro  do falecido Pinto do Monteiro um dos mais renomado nomes da cantoria,um cantador de grande monta no nordeste brasileiro e que lhe deu o nome de Furiba. Nesses oitenta e cinco anos de peregrinação pela terra,enfrentou grandes desafios mundo a fora. Um dos momentos críticos da vida do grande poeta foi quando um padre chegou a lhe dar a  extrema unção num leito de morte num hospital da cidade de Cajazeiras,Paraíba,em dezembro de 2007. Duro como uma baraúna,Furiba mostrou que é madeira que cupim não rói,e assim, voltou as atividades sete dias depois. Mas não é de agora que o repentista escapa das armadilhas que  a vida  lhe prepara de vez em quando. Quando ainda era bebê João Furiba relata que escapou de "ser comido por uma coruja,a qual,junto à caixa,julgava-me um filhote de punaré.Minha mãe tocou lhe o cabo de vassoura". História relatada em um dos seus livros. Há 17 anos atrás,o repentista enfrentou outra agrura na vida.dessa vez,segundo afirma ele,teve problema nas cordas vocais,onde se submeteu a uma cirurgia. O repentista deu de cara com o repente quando ainda era pequeno. Em sua casa era comum ocorrer cantorias. Ele e o irmão,Vicente,ficavam grudados juntos aos cantadores. Aos 12 anos,João Furiba ganhou uma viola do avô de presente. Aos 15 anos já fazia cantorias na região emcidades como Surubim,Santa Cruz do Capibaribe,Vertentes e outras cidades. Furiba velho de guerra teve seis esposas e uma prole de 44 rebentos.Cada mulher que passou pela vida de Furiba ficou com muito dos trófeus que ele ganhou nos festivais vida a fora,ele caucúla uns dois mil trofeus. O encontro do poeta com Pinto do Monteiro ocorreu nos idos de 1949. Foi quando o famoso Lino Pedra azul de Lima,um repentista de grande estima na região de Sumé,pediu para lhe substituir numa cantoria, numa trova com Pinto do Monteiro no lugarejo de Boi Velho. E assim viajaram por dois anos pelo país.,tornando grandes parceiros. Além de cantador  e poeta,  João Furiba,prestou serviço a aeronáutica como soldado,no Rio de Janeiro. Aprendeu o oficio de mecânico do setor aeronáutico com um operário mineiro na fábrica da Celma. Enquanto era destacado em uma base aérea,foi,ainda,comissário de bordo pela Panair do Brasil. Na Italia chegou a passar fome,em uma ocasião quando Castelo Branco cassou a Panair. Ele se encontrava em Milão e encontrou grande dificuldade em voltar para o brasil. Por esse momento, passou  cinco dias comendo restos de comida no comissariado do aeroporto. Por sorte,devido a sua longa permanência neste setor,se deparou com um avião da Varig de passagem pelo aeroporto que lhe trouxe de volta  ao Brasil. Furiba retorna a missão para qual nasceu -fazer cantorias por todo nordeste -e se tornou um dos mais bem sucedidos poetas populares que existiu neste país.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

               
                                                              elias procópio mestre violeiro e repentista - maceió - foto neno canuto.jpg



A VIOLA DE JOÃO PROCÓPIO TOCA PONTEADO


Elias Procópio de Lima, o João Procópio, Nasceu nas terras dos verdes canaviais alagoano,no municipio de Murici,durante as águas de março de 1940,é repentista desde 1975. Começou na arte como coquista, tendo como mestre Juca Ferreira. A partir de uma visita de cantadores na sua residência em Maceió, como Rouxinol do Norte, Paulo Coqueiro e Tiago Passarinho, ficou inspirado e passou a tocar o repente. Desde então,deu pro mundo, já tocou em vários estados brasileio, representando o seu querido estado Alagoas,a terra dos marechais . Inquieto,João Procópio,representa a sua classe artistica, é fundador e presidente da Associação de Violeiros do Estado de Alagoas, AVTA, que congrega os violeiros e repentistas do Estado.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

                                                        Mestre Zé Pio


                     MESTRE ZÉ PIO


José Francisco Rocha,nasceu em Fortaleza na capital alencarina,num distante dia 4 de dezembro do ano da graça de 1946. Mestre Zé Pio é o guardião da memória de vários bois de Fortaleza. Começou a brincar de boi aos três ano de idade e mais tarde tornou-se o índio do Boi Reis de Ouro. Aos 13 anos o menino do bairro da barra do ceará, passou a dançar no Boi Ceará, onde foi primeiro capitão e tornou-se então vaqueiro. Aos 20 anos decidiu formar seu próprio grupo, o Boi Terra e Mar. Hoje, mestre Zé Pio coordena o Boi da Juventudade, integrado por jovens da Barra do Ceará e criado para não deixar morrer a tradição.
                                                    
                                                  Divulgação


 JOSÉ GALDINO E A CIRANDA DO AMOR


   O Multiartista pernambucano José Galdino, que também é mestre de maracatu  de Baque-solto(Maracatú Rural) e repentista dos bons, é um dos principais responsáveis pelo refinamento da poesia popular da Zona da Mata Norte pernambucana através da diversificação e atualização de temas e da apropriação de recursos técnicos de rima, métrica e oração oriundos da cantoria de viola.O domínio da melodia e da voz são uma característica marcante de seu estilo como cirandeiro.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

                                                  Pedra do Reino /são José do Belmonte-PE
                   

MOVIMENTO SEBASTIANISTA NO NORDESTE


                                PARTE  3


                   O sebastianismo é um fenômeno secular, que muitas vezes é visto como uma seita ou elemento de crendice popular. Teve sua origem na segunda metade do século XVI, surgindo da crença na volta de Dom Sebastião, rei de Portugal, que desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir, na África, no dia 4 de agosto de 1578, enquanto comandava tropas portuguesas. Como ninguém o viu tombar ou morrer, espalhou-se a lenda de que El-Rei voltaria. Alimentado por lendas e mitos, sobreviveu no imaginário português até o século XVII.
       O sebastianismo tem suas raízes na concepção religiosa do messianismo, que acredita na vinda ou no retorno de um enviado divino, o messias; um redentor, com capacidade para mudar a ordem das coisas e trazer paz, justiça e felicidade. É um movimento que traduz uma inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação, ainda que miraculosa, através da ressurreição de um morto ilustre.
Chegou ao Brasil, principalmente ao Nordeste brasileiro, no século XIX. Unindo fanatismo religioso com idéias socialistas, o movimento se redescobriu no sertão nordestino, assumindo características próprias através de símbolos e do imaginário popular.
Alguns viajantes estrangeiros afirmam ter conhecido adeptos do sebastianismo, no Rio de Janeiro (1816) e em Minas Gerais (1817), descrevendo-as como pessoas educadas, cordatas e sem traços de crueldade aparente.
No sertão de Pernambuco, no entanto, o sebastianismo apresentou-se como um movimento político-religioso violento, com líderes fanáticos que ludibriavam a boa fé da população, principalmente dos mais humildes e menos informados, que sofriam bastante com o isolamento e os flagelos da seca.
Dois movimentos sebastianistas trágicos aconteceram em Pernambuco: o da Serra do Rodeador, no município de Bonito, em 1819-1820, e o da Serra Formosa, em São José do Belmonte, no período de 1836 a 1838.
O primeiro, conhecido como A Tragédia do Rodeador, tinha como líder Silvestre José dos Santos, “Mestre Quiou”, que fundou um arraial no local denominado Sítio da Pedra, destruído em 25 de outubro de 1820 pelo governador de Pernambuco Luiz do Rego. Denominado de “massacre de Bonito”, a destruição do arraial pelas forças legais deixou um saldo de 91 mortos e mais de cem feridos. Após o massacre, mais de 200 mulheres e 300 crianças foram aprisionadas e enviadas para o Recife.
O segundo movimento, A Tragédia da Pedra Bonita, ocorreu num lugar denominado Pedra Bonita, localizado na Serra Formosa, no município de São José do Belmonte, sertão de Pernambuco. Um grupo de fanáticos sebastianistas, liderado por João Antônio dos Santos, fundou uma espécie de reino, com leis e costumes próprios e diferentes dos do resto do país. Seu líder era chamado de rei e usava até coroa feita de cipó. Nas suas pregações ele dizia que o rei Dom Sebastião lhe havia aparecido e lhe mostrara um tesouro escondido; e que o rei estaria prestes a retornar e iria transformar todos os seus seguidores em pessoas ricas, jovens, bonitas e saudáveis. O grande número de pessoas pouco esclarecidas que seguiu os fanáticos de Pedra Bonita preocupou o governo, os fazendeiros e a Igreja Católica. Foi enviado o padre Francisco José Correia de Albuquerque para tentar fazer as pessoas voltarem ao seu lugar. O padre conseguiu convencer João Antônio a parar com a pregação, mas este deixou em seu lugar o cunhado João Ferreira, que se tornou o mais fanático e cruel rei da Pedra Bonita. Ele pregava que Dom Sebastião só voltaria se a Pedra Bonita fosse banhada com sangue de pessoas e animais, comandando um grande massacre de pessoas inocentes em maio de 1838. Entre os dias 14 e 18 morreram 87 pessoas. No dia 18 de maio o arraial da Pedra Bonita foi destruído pelas forças comandadas pelo major Manoel Pereira da Silva.
O movimento político-religioso também foi muito forte e com resultados trágicos nos sertões da Bahia, no arraial de Canudos chefiado por Antônio Conselheiro, entre os anos de 1893 e 1897, que culminou com a Guerra de Canudos. Documentos encontrados no arraial indicam que Conselheiro e seus colaboradores acreditavam no retorno de Dom Sebastião, ou, pelos menos, usavam isso para obter apoio dos seus seguidores. No caso de Canudos, o sabastianismo pregava a volta de Dom Sabastião para restabelecer a monarquia e derrubar a República. Em 1897, o arraial de Canudos foi destruído por tropas do Exército.
O sentido místico-religioso do sebastianismo também contribuiu para o aparecimento de manifestações folclóricas no Brasil. Há registros de lendas sobre o retorno de Dom Sebastião, como as do Touro Encantado e a do Rei Sebastião.

sábado, 5 de novembro de 2011

                                                Batalha de Alcácer Quibir                                                                                      Batalha de Alcácer  Quibir  



MOVIMENTO SEBASTIANISTA NO NORDESTE  
           

                                                               PARTE  2



   Rei de Portugal,Dom Sebastião partiu para o norte do Marrocos em 4 de  agosto de  1578,com seu exército respaldado pelo Sultão Mulay Mohamed(da dinastia Saadi) e seus guerreiros. Tinha pela frente o grande exército Marroquino com 10 000 cavaleiro  liderado pelo sultão Muley Moluco com Apoio dos Mouros e Otomanos. E assim se fez a Batalha dos Três Reis. No seu fervor religioso Dom Sebastião planeara uma cruzada após Mulay Mohammed  ter solicitado sua ajuda para recuperar o trono,que seu tio Moley Moluco  tinha tomado.A batalha terminou após 4 horas de combate intenso com a completa derrota do exército de Dom Sebastião e de Mulay Mohammed com quase 9.000 mortos e 16.000 prisioneiros  nos quais se incluem grande parte da nobreza portuguesa ; 100 sobreviventes talvez tenha escapado com custo.Mulay Mohammed aliado dos portugueses tentou fugir ao massacre mais morreu afogado no rio. O Sultão Moley Moleco,também morreu durante a batalha,mas de causas naturais uma vez que o esforço da batalha foi demais para o seu debilitado estado de saúde. Dom Sebastião por sua vez desapareceu liderando  uma carga da cavalaria contra o inimigo e seu corpo jamais foi encontrado.Nestas condições, o exército português,pesem alguns atos de grande bravura,foi completamente dizimado.Apesar de na época duvidarem da morte do rei português, é provavel que nesta batalha ele tenha perecido.  A Batalha de Alcácer Quibir resultou na derrota  Portuguesa com o desaparecimento em combate da nata da nobreza portuguesa e do Rei Dom Sebastião. Além do Rei Português morreram os dois Sultões rivais originando o nome Batalha dos Três Reis,como ficou conhecido entre os Marroquinos.A derrota na Batalha de Alcácer Quibir levou á crise a dinastia de 1580 e ao nascimento do mito do Sebastianismo.O  reino foi gravemente empobrecido pelos resgates que foi preciso pagar para reaver os cativos. A batalha ditou  fim da dinastia Avis e do periodo de expansão iniciado com a vitoria na Batalha de Aljubarrota.  Acrise dinática resultou na perda da independencia de portugal por 60 anos,com a união ibérica sob a Dinastia Filipina.

                                   Lagos46 kopie.jpg




sexta-feira, 4 de novembro de 2011

                                           
                                                              Dom Sebastião



MOVIMENTO SEBASTIANISTA NO NORDESTE

                             PARTE 1


De onde vem a tragédia sertaneja de Canudos no sertão da Bahia,o massacre da Pedra do Reino e o da serra do rodeador em São José do Belmonte e no municipio de Bonito,no interior de Pernambuco ? Tudo começou com a história de  D. Sebastião I de Portugal,que nasceu em Lisboa, em 20 de Janeiro de 1554 —  foi o décimo sexto rei de Portugal, cognominado O Desejado por ser o herdeiro esperado da Dinastia de Avis, mais tarde nomeado O Encoberto ou O Adormecido. Foi o sétimo rei da Dinastia de Avis, neto do rei João III de quem herdou o trono com apenas três anos. A regência foi assegurada pela sua avó Catarina da Áustria e pelo Cardeal Henrique de Évora. Aos 14 anos assumiu a governação manifestando grande fervor religioso e militar. Solicitado a cessar as ameaças às costas portuguesas e motivado a reviver as glórias do passado, decidiu a montar um esforço militar em Marrocos, planeando uma cruzada após Mulei Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono. A derrota portuguesa na batalha de Alcácer-Quibir em 1578 levou ao desaparecimento de D. Sebastião em combate e da nata da nobreza, iniciando a crise dinástica de 1580 que levou à perda da independência para a dinastia Filipina e ao nascimento do mito do Sebastianismo. Era neto do rei João III, tornando-se herdeiro do trono depois da morte do seu pai, o príncipe João de Portugal, duas semanas antes do seu nascimento, e rei com apenas três anos, em 1557. Em virtude de ser um herdeiro tão esperado para dar continuidade à Dinastia de Avis,ficou conhecido como O Desejado; alternativamente, é também memorado como O Encoberto ou O Adormecido, devido à lenda que se refere ao seu regresso numa manhã de nevoeiro, para salvar a Nação. Durante a sua menoridade, a regência foi assegurada primeiro pela sua avó, a rainha Catarina da Áustria, viúva de D. João III, e depois pelo tio-avô, o Cardeal Henrique de Évora. Neste período, para além da aquisição de Macau em 1557, e Damão em 1559, a expansão colonial foi interrompida. A premência era a conjugação de esforços para preservar, fortalecer e defender os territórios conquistados.Durante a regência de D. Catarina e do cardeal D. Henrique e o curto reinado de D. Sebastião, a Igreja continuou a sua ascensão ao poder. A actividade legislativa centrou-se em assuntos do foro religioso, como por exemplo a consolidação da Inquisição e sua expansão até à Índia, a criação de novos bispados na metrópole e nas colónias. A única realização cultural importante foi o estabelecimento de uma nova universidade em Évora – e também aqui a influência religiosa na corte se fez sentir, pois foi entregue aos Jesuítas.Investiu-se muito na defesa militar dos territórios. Na rota para o Brasil e a Índia, os ataques dos piratas eram constantes e os muçulmanos ameaçavam as possessões em Marrocos, atacando, por exemplo, Mazagão em 1562. Procurou-se assim proteger a marinha mercante e construir ou restaurar fortalezas ao longo do litoral.Os bastiões no Norte de África, pouco interessantes em termos comerciais e estratégicos, eram autênticos sorvedouros de dinheiro, sendo necessário importar quase tudo, além do que, sujeitos a constantes ataques, custavam muito em armamento e homens. Assim, Filipe II em 1589 viria prudentemente a devolver aos mouros Arzila, oferecida a D. Sebastião em 1577 por Mulay Mohammed. Filipe II retirou-se.De facto, a preservação das praças em Marrocos devia-se sobretudo à questão de prestígio e tradição. No entanto, estas evidências pouco interessavam a D. Sebastião, pois o seu grande sonho era conquistar Marrocos.Jovem rei cresceu educado por Jesuítas e tornou-se num adolescente de grande fervor religioso, embora a sua falta de experiência militar e política viesse a conduzir o exército português a grandes perdas no Norte de África e à própria  morte ou desaparecimento do rei. Um rei menino,que  Aos 14 anos, que assume a governação. Sonhava com batalhas, conquistas e a expansão da Fé, profundamente convicto de que seria o capitão de Cristo numa nova cruzada contra os mouros do Norte de África. Sebastião começou a preparar a expedição contra os marroquinos da cidade de Fez. Filipe II de Espanha, seu tio, recusou participar e adiou o casamento de Sebastião com uma das suas filhas para depois da campanha. O exército português desembarcou em Marrocos em 1578 e Sebastião rumou imediatamente para o interior. Tinha 24 anos de idade.