quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016


Maracatu centenário tem história de resistência, mas não se prende ao passado. Pelo contrário: constrói um futuro promissor para a tradição dos reis e rainhas do Congo.

Cristiana Dias/Secult-PE
Cristiana Dias/Secult-PE
Centenário, o Nação Porto Rico é um dos homenageados do Carnaval do Recife 2016
por Michelle de Assumpção
Consciente do que precisa permanecer e sem amarras para transformar aquilo que pode ser mudado, os maracatus do Recife – símbolo da identidade pernambucana, ao lado do frevo – têm no carnaval a apoteose de suas práticas seculares. Vem de meados do século XVIII a tradição de se coroar negras e negros africanos trazidos ao Brasil, na cerimônia conhecida como “a coroação de reis e rainhas do congo”. Vem daí a criação do maracatu, tal como o conhecemos hoje. “O nome foi dado pelos brancos, pelos governantes, porque tinha um sentido pejorativo, de bagunça, de reunião de negros”, comenta o mestre Chacon Viana, responsável pelo batuque de uma das nações mais antigas de Pernambuco, a Nação Porto Rico, que neste carnaval completa 100 anos de história e, por isto, é homenageada da folia de momo recifense.
O Maracatu Porto Rico tem um histórico de resistência, de idas e vindas, surgimento e desaparecimento sucessivos. Sua fundação oficial em livro de registro data de 17 de setembro 1916, na cidade de Palmares, Mata Sul de Pernambuco. Era liderado por Chico de Itá, que foi rei da nação e era remanescente do Quilombo dos Palmares. Por falta de incentivo, a Nação entrou em declínio, reaparecendo sob a tutela de Zé da Ferida, em Recife, no bairro de Água Fria, com o apoio de Pereira da Costa e da Comissão Organizadora do Carnaval.
Divulgação
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Mestre Chacon Viana lidera a tradição
“No livro de Guerra Peixe encontramos que na época eram usados ‘mulungus’, instrumentos semelhantes ao atabaque, ao invés de zabumbas”, conta mestre Chacon que, depois que passou a liderar o Porto Rico, resgatou os atabaques para formação do seu grupo de batuqueiros, o que não era comum de se ouvir nos maracatus contemporâneos do Recife. Foi inclusive criticado por outros maracatus antigos, que defendiam que tradição não poderia ser mexida. “A fundação do maracatu começou com os instrumentos do terreiro indo às ruas, maracatu é o candomblé nas ruas. No princípio não existiam também alfaias. Os ogãs iam pra rua com os atabaques. Era o cortejo dos reis negros. Isso era chamado de maracatu, que é uma palavra pejorativa, foram os brancos, o povo da cidade, do governo que chamou assim”, explica Chacon. E foi assim que ele recriou, no Porto Rico, a tradição sonora dos tambores tocados com as mãos.
BAQUE DAS ONDAS – Cada maracatu tem seu baque característico. O da Nação Porto Rico é o baque das ondas. Foi batizado assim pela babalorixá e rainha Elda Viana. O nome vem da cadência mais lenta dos seus tambores. Chacon credita à Elda, sua mãe, também o espírito renovador do grupo. “Minha mãe, na década de 80, foi a primeira a colocar a corte mirim. Depois criou armação para as saias das baianas, ninguém fazia. Ela foi muito criativa e eu sigo a mesma coisa. Porto Rico hoje não tem loas, tem músicas. Loa é mais curta, as nossas são músicas”, diferencia ele, que é o compositor do grupo. Este ano, a música do Porto Rico faz homenagem a rainha Elda:
O Centenário de Lutas e de Glórias
Ela que foi coroada
Na igreja do rosário dos pretos
Mãe Elda é nossa rainha, nossa majestade, merece respeito
Em sua coroa carrega
100 anos de tradição
Com a força do seu pai Oxossi
Mãe Elda guerreira, de espada na mão
Centenário de luta e de glória,
Porto Rico nação de valor
Mãe Elda rainha, com seu manto cobre
O axé da Nação Nagô
Na década de 50, após a morte de Zé da Ferida, o Porto Rico chegou a ser recolhido ao museu. No final dos anos 60, foi resgatado e voltou às ruas do Recife, desta vez, organizado pelo mestre e babalorixá Eudes Chagas – com o apoio do lendário mestre Luiz de França e Veludinho (o mais antigo batuqueiro de maracatu de Recife).
Em 1978, com a morte de Eudes, mais uma vez o maracatu retorna ao museu, ressurgindo em 1980. Foi quando houve a coroação da última rainha coroada dentro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos: a ialorixá Elda Viana. Depois, este tipo de cerimônia, dentro da igreja, foi proibida pelo Vaticano por causa da sua ligação com o candomblé.
PONTO DE CULTURA – A Nação do Maracatu Porto Rico está, desde 1980, na Macaia do Oxóssi, no Bairro do Pina, à Rua Eurico Vitrúvio, 483. O compromisso social e a solidariedade que marcam as atividades de nações de maracatu dentro de suas comunidades transformaram o Porto Rico, no ano de 2011, em Ponto de Cultura. O grupo fortalece seu viés educacional e formativo através de oficinas de corte e costura, adereços, confecção de instrumentos, dança, baque, edição de imagens, além de um constante trabalho de intercâmbio musical. “A comunidade é muito forte, promovemos uma troca com grupos de outros lugares e países, que estimula os mais jovens a quererem permanecer e colaborar, promovendo a sustentabilidade e o surgimento de outros grupos”, explica Chacon.
No Porto Rico não existe essa preocupação – que se manifesta em outros grupos – de que um dia a manifestação pode acabar, pois não haverá descendentes que queiram dar continuidade. Pelo contrário. Mestre Chacon conta que recebe ajuda dos governos, mas não depende disso. “Sempre trazemos grandes projetos aqui pra dentro, oficinas, a Noite do Dendê (mês de setembro), levamos o grupo para projetos em outros estados, com palestras, oficinas, workshop, participamos o ano todo de editais. Corremos atrás dos recursos”, relata.
O intercâmbio cultural do Nação Porto Rico tem sido a base de criação artística para novas formas de expressão musical, em outros estados e países. No grupo, não existe o debate (polêmico) de se pode, ou não, chamar de “maracatu” os novos conjuntos percussivos. “Eles são maracatus sim. Não são uma nação, mas são grupos percussivos de maracatu”, defende Chacon, ele mesmo, fundador de dezenas de novos maracatus Brasil adentro e afora. Esses novatos carregam consigo o modelo padrão dos maracatus que conhecemos – instrumentos, batuques, personagens e até mesmo o culto e as obrigações aos orixás – mas seguem livremente com seus próprios sotaques.
Chacon contabiliza em torno de cinquenta grupos que constantemente estão vindo estudar com o Porto Rico. A contribuição já proporcionou a formação de maracatus no Canadá, Japão, França (Paris e Nantes), um em Hamburgo. Dentro de Pernambuco, eles creditam ao Porto Rico a formação do Afro Batuque (Floresta), de um grupo em Arcoverde, dos recifenses Axé da Ilha, Várzea do Capibaripe, Maracatu Atômico, Quebra Baque e o Baque Mulher. Também existem formações no interior de São Paulo: Quioa (Santos), Navegantes (Ribeirão), Pedra de Raio (Ribeirão Preto) e Maracatucá (Campinas). No Rio de Janeiro foram responsáveis pela fundação do Baques do Pina e Palmeira Imperial. Em Cuiabá, o Buriti Nagô também é “filho” do Porto Rico. Tem mais batuques em Londrina (Sementes de Angola), Porto Alegre (Maracatu Trovão), entre outros que vão perdendo a conta.
Ainda segundo Chacon, a dinâmica da formação é parecida. Os percussionistas interessados em maracatu vêm pro Carnaval, estudam o baque, a formação, as músicas, a religião, desfilam no Carnaval. Ao longo do ano, ele e outros batuqueiros também visitam a cidade dos que vieram e, assim, os grupos vão sendo formados. Além de tocar, os novos percussionistas também fazem obrigações religiosas no Ilê Axé Oxossi Guangoubira, que é a sede do Porto Rico. “São todos filhos do axé, estudam, cultuam, faço questão que eles assumam a religiosidade, maracatu e religião é uma coisa só”, define. “Eu costumo dizer nas minhas palestras que maracatu não é uma manifestação popular, é uma manifestação candomblecista”, completa.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Lampião e os escoteiros venezuelanos

Teria realmente acontecido um encontro entre o cangaceiro Lampião e um grupo de escoteiros venezuelanos na caatinga nordestina? 

Por Rostand Medeiros

 Principalmente por ser um movimento que tem como objetivo apoiar os jovens em seu desenvolvimento mental, físico e espiritual, para que possam desempenhar um papel construtivo na sociedade, com um forte foco em atividades ao ar livre e habilidades de sobrevivência, foi que nas primeiras décadas do século passado o escotismo se tornou uma atividade extremamente popular em todo o mundo[1].

E tudo começou com o major-general do exército britânico Robert Stephenson Smyth Baden-Powell. Este possuía uma excelente carreira no serviço militar e tinha adquirido muito prestígio na Inglaterra pela sua atuação na Segunda Guerra dos Bôeres[2].
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Robert Stephenson Smyth Baden-Powell – Fonte – wpsess.octhium.com.br
Sua ascensão à fama alimentou as vendas de um pequeno manual militar denominado Aids to Scouting. Neste trabalho lançado em 1899, Baden-Powell tratou principalmente do treinamento de soldados na função de observadores, batedores e trouxe explicações sobre orientação no campo, além de métodos de como sobreviver com a alimentação encontrada na natureza.

Em seu retorno à Inglaterra o general soube que Aids to Scouting era utilizado por professores e organizações de juventude como um primeiro manual escoteiro. Ele também percebeu que muitos garotos mostraram considerável interesse no seu trabalho e aquilo lhe apontou que deveria escrever um manual para o público mais jovem.
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Fonte – http://farnhamscouting.com/website/home/scouting-history/
Baden-Powell publicou no início de 1908, em seis edições quinzenas, uma “revista” chamadaScouting for boys (Escotismo para Rapazes). Este trabalho estabeleceu as atividades e programas que as organizações de juventude poderiam utilizar em saídas no campo. 

A reação a este material foi fenomenal, além de bastante inesperada. Em um tempo muito curto patrulhas escoteiras foram criadas em toda Inglaterra, todos seguindo os princípios de Baden-Powell. No mesmo ano Scouting for boys foi lançado no formato de um livro[3].

O sucesso foi tanto que em 1909 era fundada no Chile a primeira associação de escoteiros da América do Sul. Logo jovens de outros países da região adotavam a ideia.

Escotismo na Venezuela

Foi Ramón Ocando Pérez que organizou em 1913 as primeiras patrulhas escoteiras na cidade de Maracaibo, Venezuela, sendo ele considerado o percursor do escotismo neste país. Tal como noutras partes do mundo, na Venezuela o movimento escoteiro logo conseguiu grande aceitação na sociedade e uma forte participação dos jovens.
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Escoteiros venezuelanos – Fonte –http://museovirtualscoutvzla.com
Ao longo dos anos foram criados novos grupos de escoteiros no país, com intensa movimentação. Logo as patrulhas seguiam para locais cada vez mais distantes, realizando o que era conhecido na época como “Raid pedestre.

Em 12 de dezembro de 1934 um grupo de vinte escoteiros venezuelanos iniciou uma destas aventuras, cujo objetivo era sair de Caracas e chegar caminhando ao Rio de Janeiro[4]. A liderança destes escoteiros estava a cargo do “Capitán Scouts” Andrés Zambrano, um jovem oriundo de Maracaibo, então com 21 anos e filho do general Alejandro Rondón Zambrano[5].

O grupo teria então entrado pelo Brasil através da fronteira amazônica, mas infelizmente são mínimas as informações sobre o trajeto destes escoteiros, as cidades em que estiveram e o que fizeram. Mas, segundo entrevistas do próprio Andrés Zambrano, ele e seus colegas tiveram um terrível encontro nas caatingas nordestinas com ninguém menos que o cangaceiro Lampião.

A primeira notícia e o desconhecimento dos diplomatas venezuelanos sobre os escoteiros

Esse episódio da história do cangaço de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, ocorreu no último mês de 1935 e foram correspondentes na Bahia que primeiro transmitiram noticias deste encontro para o periódico carioca “A Noite”. Este era um jornal que sempre publicava notícias relacionadas a Lampião e ao cangaço que existia no distante Nordeste.

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Tudo indica que o grupo de escoteiros chegou a Salvador no dia 14, ou 15 de dezembro. O certo é que já no dia 16 daquele mês a notícia era publicada na primeira página de “A Noite”. Mas, de maneira geral, as primeiras notícias divulgadas sobre estes escoteiros foram limitadas.

Informou-se basicamente que Zambrano e seus amigos haviam adentrado o território baiano em outubro de 1935. Ao seguirem a pé pela caatinga os venezuelanos ouviram várias histórias dos sertanejos sobre o temível Lampião, até que em certo momento foram surpreendidos por cangaceiros armados em um lugar chamado “Água Bella”[6].

Nesta primeira reportagem publicada o venezuelano Zambrano informou que no início houve certa confusão pela incompreensão dos cangaceiros diante dos jovens que falavam espanhol, mas ele e seus amigos passaram a noite toda presos, esperando serem trucidados. Foram duas mulheres, entre elas Maria Bonita, que pediram pelas vidas dos estrangeiros e eles foram libertados.
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Notoriedade – Lampião e Maria Bonita com um exemplar do jornal carioca “A Noite Ilustrada”
O mais interessante (e estranho) nas primeiras notícias divulgadas por Zambrano, é que os venezuelanos estavam “armados” e foram despojados pelos homens de Lampião do armamento e de suas munições[7].

O texto do jornal finalizava comentando que o grupo estava Salvador e, como era praxe nesta época quando um grupo de escoteiros estrangeiros chegava a uma cidade que estava no itinerário de um “Raid pedestre”, normalmente eles foram recebidos pelas autoridades locais e tencionavam seguir o mais rapidamente possível para o Rio de Janeiro.

Enquanto os venezuelanos se preparavam para partir de Salvador, na então Capital Federal, após receberem as notícias do correspondente na Bahia, os jornalistas de “A Noite” não perderam tempo e partiram céleres para buscar informações oficiais sobre aqueles escoteiros na representação diplomática da Venezuela. A resposta dos membros da legação daquele país no Brasil foi que aquela empreitada era “um empreendimento sem caráter oficial” e “nada sabiam a respeito” [8].

Junto a Polícia Mineira

Mas somente com a chegada do novo ano de 1936 é que vamos ter mais detalhes deste encontro dos escoteiros com Lampião e alguma nova notícia dos venezuelanos.
No final de fevereiro o “Capitán Scouts” Andrés Zambrano estava sozinho em Belo Horizonte, onde deu uma declaração ao correspondente do jornal “A Noite” lotado naquela cidade[9].

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Zambrano comentou que estivera na cidade mineira de Corinto, mais de 1.200 quilômetros de Salvador, onde passou por vários problemas. Ali o delegado Oswaldo Machado prendeu o escoteiro que “pregava” para a pequena comunidade. O delegado tinha a suspeita que o venezuelano fardado fosse um “elemento extremista”. O jovem escoteiro foi conduzido sob escolta para a capital mineira, distante cerca de 240 quilômetros de Corinto[10].

Na sede da Polícia Central o estrangeiro aparentemente passou nos policiais mineiros uma versão venezuelana do brasileiríssimo “sabe com quem tá falando?”. Pois junto às autoridades presentes Zambrano informou que “era filho do general Alejandro Rondón Zambrano” e foi “prevenindo” os policiais que estes não poderiam detê-lo por “mais de 24 horas”, que ele “conhecia direito internacional” e que se necessário faria “valer seu direito se fosse preciso”.
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Lampião – Fonte – lounge.obviousmag.org
Talvez pelo uniforme, ou pela segurança nas palavras, o certo é que o escoteiro venezuelano “não esquentou a cadeira” na chefatura de polícia. Logo suas declarações foram registradas no então Cartório de Vigilâncias e Capturas e ele foi liberado. 

Da polícia seguiu para ser entrevistado pelo jornalista correspondente de “A Noite”. Que por sinal estava muito mais interessado sobre o encontro de Zambrano com Lampião, do que as suas peripécias junto aos “homens da lei”.

“-Toca, negrada, levanta. Vamos ao chefe”

Durante a entrevista Zambrano se apresentou vestido de uniforme cáqui, com galões de capitão e um grande chapéu de feltro escuro e abas largas. Já o correspondente de “A Noite” mostrou ao venezuelano a edição de dezembro de 1935 daquele jornal, onde estava a primeira reportagem sobre a aventura dos escoteiros venezuelanos. Zambrano também apresentou ao jornalista uma caderneta com anotações e declarações de autoridades brasileiras, comprovando a sua passagem por vários locais do nosso país.

Para Zambrano a viagem pelo Brasil seguiu sem maiores problemas, mas que o nome e o medo que existia em relação a Lampião era comentado em vários locais por onde ele passou. Entretanto Zambrano e seus amigos fizeram pouco caso das façanhas do cangaceiro. Pensavam até que Lampião seria uma espécie de “superstição” dos brasileiros incultos do norte.
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Zambrano entrevistado em Belo Horizonte.
Superstição, ou não, Zambrando conta que em uma manhã tranquila, quando ele e seus camaradas se encontravam a “14 léguas” (84 quilômetros) de “Água Bella”, pararam todos embaixo de algumas árvores para beber água e comer bananas, foi quando o grupo foi cercado por 24 cangaceiros fortemente armados “de fuzis e facas” e montados em alimárias.

Os guerreiros encourados apearam e o que comandava o grupo falou com extremo autoritarismo “-Toca, negrada, levanta. Vamos ao chefe”. Na mesma hora Zambrano entendeu que iria ficar frente a frente com Lampião.

Os venezuelanos então acompanharam o bando de cangaceiros por cerca de cinco léguas (30 quilômetros), em meio a uma caatinga fechada.

No esconderijo Zambrano descreveu que Lampião recebeu os estrangeiros no final da tarde, muito a vontade, embalando-se “em uma rede vermelha e amarella” e que entre suas pernas estava “um fuzil cravejado de libras”, que após a “análise” do venezuelano, constatou serem “canadenses”[11].

Sem perda de tempo Lampião ordena autoritariamente aos estrangeiros explicarem quem eles eram e Zambrano cai na besteira de responder em espanhol. No seu relato o escoteiro afirma que nesse momento o cangaceiro deu um salto da rede e gritou “-Vocês são é polícia paulista. Morrerão todos amanhã!”.
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Manchete do Diário de Pernambuco, de 4 de outubro de 1935, sobre a morte de 
quatro cangaceiros na propriedade Cachoeirinha.
Provavelmente foi sobre estas mortes que Lampião comentou com Zambrano.
Em meio a muitos impropérios Lampião continuou vociferando “-Vocês já mataram quatro tenentes meus, cada tenente meu vale cem de vocês, logo, são quatrocentos que eu tenho de vingar” [12].
Na sequência o chefe ordenou ”-Passa a revista” e os escoteiros foram despojados de quatro contos e quinhentos mil réis, chapéus, suas fardas de cor kaki e ficaram amarrados “apenas de cuecas”. Zambrano não relatou nesta entrevista em Minas Gerais, conforme tinha dito anteriormente em Salvador, que ele e seus amigos entregaram armas e facas aos cangaceiros.

Lampião também comentou com o venezuelano que ele parecia com “Manoel Neto”, um valente policial, membro do famoso grupo dos Nazarenos, que infligia séria perseguição aos cangaceiros. Zambrano, logicamente, se derramou em negativas.
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Lampião e Maria Bonita – Fonte – blogdomendesemendes.blogspot.com
Em outro momento, buscando ser extremamente polido com seu algoz, Zambrano o chamou de “-Sr. Lampião”, mas a resposta veio rápido, indignada e transmitida na base do grito: “-Meu nome é Virgulino Ferreira, seu malcriado!”.

Amarrados e despidos, por volta das seis da noite a fome e a sede apertaram os estrangeiros, que clamaram por água e comida. Lampião não estava sendo um bom anfitrião e mandou para os escoteiros algumas canecas com café com sal e água com pimenta. No que Zambrano esboçou gesto de repulsa pelo que lhes foi oferecido, Lampião comentou aos gritos “-Não gostou? Aqui se trata bem assim os que vão morrer”. Depois completou ameaçadoramente para o grupo: “-Ou bebem, ou parto a testa de vocês na bala. Aqui tenho a minha lei”. E abriu fogo para o alto com uma pistola Parabélum.

Salvos pela Maria do Capitão e as contradições do escoteiro

Os escoteiros venezuelanos passaram parte da noite amarrados e, segundo declarações de Zambrano, por volta da meia noite chegou ao coito de Lampião um grupo com cerca de quinze cangaceiros. Dentre estes estava uma jovem cabocla, esbelta, trajando camisa branca, culotes, perneiras, com várias joias, um punhal na cintura e que ele a considerou de estatura “alta”.
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A Maria do Capitão Lampião
Esta perguntou a um dos cabras de Lampião que vigiava o grupo quem eram eles e o que pretendiam fazer com aqueles estranhos? “-Liquida-los” foi a resposta[13].

A cabocla então se aproximou do venezuelano e este lhe fez rogos pela sua liberdade e de seus amigos. A jovem brasileira pegou no queijo do venezuelano, balançou sua cabeça e disse “-Não se assuste. Não lhe faremos mal. Você é bonitinho, rapaz”. Na sequência a mulher seguiu faceiramente para perto do chefe. Depois os escoteiros souberam que ela era Maria Bonita, a mulher do chefe, a Maria do Capitão Lampião.

Zambrano afirmou que considerou “esquisita” a atitude daquela mulher. Mas o que deixou a ele e seus companheiros verdadeiramente “estupefatos” foi que dez minutos depois do encontro com Maria Bonita eles foram desamarrados pelos cangaceiros, que lhes entregaram suas roupas, seus chapéus e os mandaram embora. Como pilheria final dos “Guerreiros do Sol” nos escoteiros venezuelanos, cada um dos estrangeiros foi contemplado com um belo chute na bunda como forma de despedida[14].

Zambrano (2)

Como apontamentos finais sobre esta entrevista concedida por Zambrano em Belo Horizonte, se insere algumas declarações bastante contraditórias.

Segundo consta nas notícias transmitidas de Salvador em dezembro de 1935, e publicadas no jornal carioca “A Noite”, Zambrano e seus amigos iriam partir de Salvador em direção ao sul do Brasil[15]. Mas, contradizendo o que foi escrito anteriormente, Zambrano afirmou ao correspondente mineiro que o medo dos seus companheiros foi tanto após o encontro com Lampião, que os outros retornaram para a Venezuela de navio e apenas ele seguia na jornada a pé pelo nosso país.

Mas estranho ainda está no fato de Zambrano, mesmo com ele e seus companheiros tendo sido revistados pelos cangaceiros, pedir publicamente no final da reportagem que Oswaldo Machado, o delegado da cidade de Corinto, lhe devolvesse um revólver tomado por esta autoridade quando ele foi detido na pequena cidade mineira. O venezuelano justificava a devolução da arma pelo fato dela ser um presente do Dr. Aquiles Lisboa, então governador do Maranhão.

Bem, ou esse correspondente de “A Noite” falseou as declarações do escoteiro venezuelano, ou os cangaceiros de Lampião eram muito incompetentes na hora de revistar os prisioneiros do grupo, ou Zambrano era um grande de um mentiroso!

Outra entrevista e novas contradições

Aparentemente a direção do jornal “A Noite” achou que valia a pena investir um pouco mais no escoteiro, pois ele concedeu uma nova entrevista na sede deste periódico no Rio. Ele chegou a então Capital Federal em 15 de fevereiro e veio de Minas Gerais por via férrea[16].
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Zambrano concedendo uma entrevista na sede do jornal “A Noite”, no Rio.
Sobre o local de sua captura voltou a afirmar que tinha sido a “14 léguas” de “Água Bella”, mas agora informou que o grupo partiu de Aracaju, Sergipe, e durante a jornada houve o encontro com os bandoleiros[17].

Já em relação ao seu encontro com o chefe cangaceiro no meio da caatinga, o escoteiro acrescentou que viu o mesmo retirando de uma bolsa, e contando, uma grande quantidade de dinheiro em cédulas e todas amarradas em volumosos maços.
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Lampião e seus cangaceiros
Descreveu que o “Rei do Cangaço” estava com uma “gravata vermelha” (provavelmente um lenço) com um rico alfinete brilhante, caçava botas, culotes, camisa kaki e tinha nos dedos das mãos vários anéis de fina qualidade, todos com valiosas pedras preciosas.

Lampião perguntou quem eram aqueles rapazes fardados. “-Quem é o chefe deste batalhão?”, inquiriu Virgulino. Foi quando Andrés Zambrano se apresentou, afirmando ser da Venezuela e não trabalhar para a polícia. Como o venezuelano Zambrano insistia em dialogar no seu idioma nativo com Lampião, este último pegou um fuzil e lhe deu uma coronhada no peito e o estrangeiro foi ao chão. Após o escoteiro se colocar de pé, seguro por dois cangaceiros, este dispara na cara do “Rei do Cangaço: “O senhor deve me tratar como eu mereço. Sou um estrangeiro e tenho direito a ser respeitado. O senhor está desrespeitando a sua lei e o seu governo”.

Realmente nessa nova entrevista o jovem escoteiro Zambrano se apresentou ao jornalista como um homem muito mais decidido e “macho” na ocasião do seu encontro com o maior bandoleiro da história do Brasil.

Chamou atenção do jornalista que entrevistava Zambrano a declaração que o cangaceiro Lampião dormia uniformizado, com a sua arma muito próximo, tinha o sono “levíssimo” e acordava ao menor barulho. Para o estrangeiro o chefe cangaceiro desconfiava de todos, pois ele presenciou Lampião inicialmente dormindo em uma rede e depois de algum tempo este se levantou, pegou uma lona e foi dormir em um local escuro. Outro fato comentado sobre Lampião foi que, na opinião do venezuelano, ele poderia “está tuberculoso” por ter uma tosse seca.

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Quanto a Maria Bonita o venezuelano acrescentou que ela vinha acompanhada de “um menino de onze anos de idade”, mas não disse quem seria esse garoto. Desta vez também informou que a mulher de Lampião convenceu o chefe a soltá-los, depois dos “visitantes” terem dado sua palavra de honra de que não informariam à polícia o paradeiro do bando.

Talvez isso explique, mesmo em parte, informações tão desencontradas de Zambrano sobre o local onde se deu o encontro com os cangaceiros.

Mas nesta nova entrevista existe algo de chega a ser verdadeiramente hilário nas declarações do venezuelano, que mostra claramente seus exageros e contradições. Na primeira entrevista ele afirmou que ele e seus colegas ficaram amarrados “apenas de cuecas”. Já nesta segunda declaração os venezuelanos ficaram presos totalmente “nus”.
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Fonte – www2.uol.com.br
Se, diante do antigo e tradicional recato sertanejo em relação às mulheres, já era complicado aceitar que os cangaceiros deixaram estes homens presos em pleno acampamento, com cangaceiras presentes, amarrados em “trajes menores”, mais difícil ainda é aceitar a segunda declaração de Zambrano. Poder-se-ia até mesmo ser comentado que eles ficaram presos com poucas roupas para, no caso de uma fuga, a tentativa ser dificultada pelas plantas cortantes da caatinga. Mas as mudanças de versões de Zambrano atenta contra suas declarações.

Ao final da entrevista Zambrano informava que considerava sua aventura concluída, iria se apresentar as autoridades consulares venezuelanas lotadas no Rio e retornar ao seu país de navio[18].

Zambrano em São Paulo com seus companheiros

Mas, segundo noticiaram dois jornais brasileiros, o “Capitán Scouts” Andrés Zambrano não voltou para sua terra natal.

Dez dias depois de conceder a entrevista no Rio para o jornal “A Noite”, Zambrano estava em São Paulo, onde inclusive foi recebido em audiência oficial pelo engenheiro Fabio Prado, então prefeito da capital paulista.
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Nota do jornal Correio da Manhã 23 de fevereiro de 1936
Um detalhe interessante deste encontro foi que desta vez Zambrano estava acompanhado dos seus amigos escoteiros, os mesmo que haviam supostamente retornado de Salvador para Venezuela.
Depois destas notícias dos escoteiros venezuelanos em São Paulo, não consegui mais nenhuma informação deste grupo no Brasil.

Depois de tantas contradições, tantas histórias estranhas, são muitas as conjecturas e dúvidas em relação ao que Zambrano comentou sobre os cangaceiros.
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Nota da Prefeitura de São Paulo, publicado no Diário de São Paulo em 21 de fevereiro de 1936
Será que estes escoteiros realmente estiveram no coito de Lampião?
Ou será que talvez, em meio às andanças pelo sertão, Zambrano tenha recebido várias informações sobre Lampião de pessoas que estiveram com o cangaceiro e, buscando a fama no Brasil, criou toda essa história?
Ou seria possível que tudo tenha sido uma criação dos jornalistas de “A Noite”, com o intuito de vender exemplares no Rio e o venezuelano participando da farsa para ganhar notoriedade?

E os outros escoteiros venezuelanos, onde estavam enquanto Zambrano aparecia nas páginas dos jornais brasileiros? 

No final das contas percebemos, por razões óbvias, que todos os relatos apresentados por Zambrano eram informações sumamente difíceis de serem averiguadas junto a Lampião, Maria Bonita e os outros cangaceiros[19].

O fato que mais me intrigou em toda esta história foi a total ausência de quaisquer referências sobre o “Capitán Scouts” Andrés Zambrano, seus companheiros e a sua rocambolesca aventura por terras brasileiras nos inúmeros sites da internet que tratam da história do escotismo na Venezuela.

Ao realizar esta pesquisa descobri que os escoteiros venezuelanos valorizam muito a história deste movimento em seu país e fazem questão de divulgar a maior quantidade possível de informações. Inclusive os sites que encontrei são extremamente informativos, realizados com esmero, qualidade e trazendo uma grande quantidade de informações históricas produzidas e dispostas de maneira clara e ágil.

Bem diferente do caso dos escoteiros que estiveram no Brasil, temos inúmeras referências sobre o “Raid pedestre” que ligou Caracas e Washington, capital dos Estados Unidos.

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Jornal venezuelano El Heraldo, 17 de junho de 1937
Em 11 de janeiro de 1935 partiram a pé de Caracas, a capital venezuelana, em direção a Washington, a capital dos Estados Unidos, os escoteiros Rafael A. Petit e Juan Carmona. Este evento, ou teve uma grande repercussão no país, sendo a aventura dos dois escoteiros reproduzida extensamente pela imprensa local, sendo cultuada até os dias de hoje[20].

Mas nada sobre Zambrano, seus companheiros e sua passagem pelo Brasil.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016


DAUDETH BANDEIRA, O DOUTOR DA VIOLA

A polêmica  obra de transposição do Rio São Francisco não trará só prejuizos ambientais para o combalído bioma do semí-árido nordestino,danos irreparáveis são previsiveis em nome do agronogócios e do progresso, em detrimento dos valores imateriais dos pobres mortais do grande sertão. É na comunidade Riacho Boa Vista,situada no municipio Paraibano de São José de Piranhas que fica o berço do clã  Bandeira. A história desta gente,será submergida por um grande lago que dará suporte a uma estação de bombeamento dos canais e tunéis que levarão água do velho Chico para encher o Açude do Boqueirão e perenizar o Rio Piranhas. Por baixo d'agua ficará a velha casa onde em 1945  viu  nascer o Cantador,Poeta,compositor e Bacharel em Direito Manoel Bandeira de Caldas(Daudeth Bandeira),filho da Poetisa Maria Bandeira de França e de  Tobias Pereira de Caldas e neto do imortal cantador  Galdino Bandeira,irmão dos cantadores João,Francisco e Pedro Bandeira. Logo cedo, Seguiu o fado dos nordestino e foi morar na terra da garôa,e foi no sudeste aos 18 anos de idade que começou a cantar. Uma saudade lascada o trouxe aos 22 anos de volta para Paraiba e na terra deu prosseguimento ao trabalho dos pais organizando festivais e cantorias. Daudeth,tem registro de sua obra gravada em 4 LPs com  Lauro Branco,Benone Conrado,Juvenal Evangelista e com o Mano Pedro Bandeira,são: O Grande Desafio,Frenacrep,Cantares da Terra, Estação Nordeste,Capim Verdão e Um Vôo na Poesia. é da sua autoria : O Plantador de Milho,Pássaro Rural,Nordestinação,O Pai  o Filho e o Carro,Sorte de Vaqueiro,A manicuri, Adeus de Nordestino entre outros. "Cantores da Terra" é o Titulo do seu CD . Publicou 3 Livros "Nas Águas da Poesia", "Vale dos versos" e "Ceará em Poesias" Com José de Soua Dantas. Entre tantas Poesias destaque para " O Pai o Filho e o Carro,Daudeth Bandeira é  Bacharel em Ciencias Juridicas e Sociais,formado pela UFPB,em 1985,Como repentista profissional,continua participando de Festivais,torneios e congressos de cantadores ,país afora,conquistando excelentes colocações em diversos deles, móra na capital da provincia Paraibana(João Passoa) e leva a vida que pediu a Deus entre a  Advocacia e a Viola,para o bem de todos e felicidade da cultura popular


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Divulgação

Maracatu Nação Salgueirense anima prévias no Sertão Central

Festividades acontecem em Salgueiro, onde a agremiação estará demonstrando além de toadas de baque virado, ritmos como ciranda, coco e frevo.



Conhecida por tradicionais agremiações carnavalescas de rua, como o popular bloco A Bicharada do Mestre Jaime, a cidade de Salgueiro, no Sertão Central, também segue no ritmo das festividades que antecipam a Folia de Momo no Estado. No polo Academia das Cidades, a próxima sexta-feira (22), será de batucada, frevo e ritmos regionais, com as apresentações do Maracatu Baque Virado Nação Salgueirense, acompanhado da Cia de Dança na Pisada do Sertão Terranovense, da Orquestra do Maestro Paixão e da Cia Soul Dance. A festividade começa às 19h e é aberta ao público.
Produzindo atividades culturais há seis anos, o Maracatu Baque Virado Nação Salgueirense é um dos diferenciais nas tradições da cidade. “Nossa batucada, dentro das características de uma agremiação sertaneja, agrega influências dos maracatus Nação Pernambuco e Estrela Brilhante, além das obras do saudoso Jackson do Pandeiro”, explica Cícero Luiz, coordenador do Nação Salgueirense. “Também temos um misto de ciranda e coco nas nossas toadas, ritmos que também adotamos como forma de  aprofundar estas tradições tão raras por aqui”, comentou.
Atualmente, o maracatu é composto por cerca de 50 integrantes e também promove em sua sede, cursos de batuqueiros de gonguê e alfaia, para jovens acima dos 14 anos e residentes na região. Na sexta-feira (29), o grupo também estará participando da prévia popular realizada no polo, que contará também com as apresentações da Orquestra Cultura Pernambucana e da Cia Soul Dance.
Programação:
- Sexta-feira, 22 de janeiro 
Local: Academia das Cidades – Praça da Escola Carlos Pena Filho (Rua Gertúlio Vargas, bairro Nossa Sra. Aparecida)
19h – Maracatu Baque Virado Nação Salgueirense
20h – Orquestra do Maestro Paixão e Cia Soul Dance
- Sexta-feira, 29 de janeiro
Local: Academia das Cidades – Praça da Escola Carlos Pena Filho (Rua Gertúlio Vargas, bairro Nossa Sra. Aparecida)
19h – Orquestra Cultura Pernambucana Cia Soul Dance
20h – Maracatu Baque Virado Nação Salgueirense

terça-feira, 19 de janeiro de 2016


             MESTRE ANDERSON MIGUEL

O mestre Anderson Miguel começou a participar do maracatu rural de baque solto no ano (2007) como caboreteiro (nome que se dar ao brincante que carrega o lampião )no maracatu cambinda brasileira .
No ano 2008 o mesmo foi contra mestre da cambinda brasileira juntamente com o mestre ANTONIO PAULO SOBRINHO e seu pai (mestre ADERITO) teve sua participação por cinco meses .

No mesmo ano foi mestre pela primeira vez do maracatu sonho de criança, o mestrou por um ano

Em (2009) teve sua participação como contra mestre do poeta Zé flor,na águia misteriosa por (3) três anos.
No ano 2011 após o carnaval o poeta ANDERSON assumiu a responsabilidade de mestre oficial deste maracatu com apenas 15 anos de idade,assumindo o compromisso de um homem,o maracatu deu total confiabilidade ao poeta adolescente,onde este assumiu uma grande responsabilidade, de ensaios,sambadas,apresentações e cortejos nos carnavais.
No mesmo ano o mestre Anderson disputou sua primeira sambada com o mestre Sibia do maracatu águia dourada, diz, que sua primeira sambada foi sensacional.


O mesmo mestrou o maracatu águia misteriosa por por (2) dois anos 2012 e 2013.
O mestre Anderson saiu da águia misteriosa por opção própria No dia 20/03 de 2013 ,ao ficar sem maracatu para mestrar, os integrantes do maracatu cambinda brasileira sabendo dos rumores apesar de ser um mestre jovem,mas de uma experiencia adulta,o mestre ANDERSON, foi convidado a cantar na Cambinda Brasileira como mestre oficial, atendendo aos pedidos de seus familiares,folgazões e amigos,em virtude do seu aprendizado e amor a cultura o poeta pretende chegar ao centenário do maracatu e fazer história, sendo um poeta jovem defendendo a bandeira de um maracatu histórico, consagrado na nossa cultura como um dos maracatus mais antigo de pernambuco e que tem sua sede na zona rural.






domingo, 17 de janeiro de 2016

              

                                MARIA DAPAZ



Desde pequena tinha facilidade para decorar as letras e melodias que ouvia na programação da Rádio Pajeú. Aos nove anos, cantou pela primeira vez no concurso "A mais bela voz do Nordeste", ganhando o segundo lugar. Iniciou a carreira cantando e compondo músicas no estilo nordestino. No início dos anos 70 formou com alguns colegas o grupo "Os Unidos". Em 1978 mudou-se para São Paulo. Em 1981 lançou seu primeiro disco, "Pássaro Carente", com "Súplica Cearense" de Gordurinha. Esse disco foi muito elogiado pela imprensa, e valeu à cantora o troféu "Disco Visão" como revelação da MPB.


Em 1983 gravou o segundo disco, "Maria da Paz". Em 1985 foi para a Suíça onde viveu durante cinco anos. Nesse país apresentou um programa de MPB na Rádio Chablais em Monthey. Gravou nesse país dois discos e apresentou um programa de música latina em uma rádio local. Em 1986 gravou a fita K7 "Música do Nordeste Brasileiro", comercializada pela HEKS para arrecadar fundos destinados à cooperativas agrícolas do estado de Pernambuco. Essa fita K7 acabou divulgando o trabalho da cantora na Europa. Em 1987 gravou o CD "Clareia" pela Seeds Records, com composições próprias, cujo tema era o Nordeste e suas tradições. Em 1989 lançou o CD "Minha Terra". Retornou ao Brasil em 1990, passando a compor para artistas sertanejos, como Nalva Aguiar, Roberta Miranda, Chitãozinho & Xororó e João Paulo & Daniel. Em 1993 lançou, pela gravadora Warner/Continental, o CD "Maria da Paz". Em 1995 gravou o disco "Êxtase", com regravações de clássicos da MPB. Em 1996 teve a música "Farsa" gravada por Wanderley Cardoso. Em 1997 gravou "Da pá virada", com composições inéditas e uma só regravação, "Vendedor de Caranguejo" de Gordurinha. Em 1992, Chitãozinho e Xororó gravaram a composição "Brincar de ser feliz" (Maria da Paz - Nino), que virou tema da novela "Pedra sobre pedra", da Rede Globo, e foi um grande sucesso. Em 1994, lançou um disco em que gravou, além de composições de sua autoria, as consagradas "Teu sonho não acabou", de Taiguara, e "Gosto de maçã", de Wando. Em 1999 lançou o CD "Meu lugar", no qual interpretou composições de sua autoria como "Coração beija-flor" e "Meu lugar", em parceria com Fátima Romero e "De volta para você", parceria com Jota Moreno, além de sucessos de Luiz Gonzaga como "Nem se despediu de mim", parceria com João Silva e "Sabiá", parceria com Zédantas. Em 2001 lançou o disco "Remanso". Em 2004 foi lançado "Vida de Viajante", somente com músicas do repertório de Luiz Gonzaga. A partir desse disco passa a assinar o nome artístico como "Maria Dapaz", não mais "Maria da Paz". Nesse mesmo ano lançou o CD ao vivo "2 Banquinhos e 1 Violão", outro disco de clássicos da MPB. Em 2006 lançou o Cd "Da Cor Morena". Em 2008 lançou o CD "Ó Abre Alas", com marchinhas carnavalescas e frevos famosos. Em 2013 lançou o Cd autoral "Outro Baião". Maria Dapaz jamais se tornou uma cantora nacionalmente conhecida, mas é dona de carreira sedimentada desde o início dos anos 80, lançando discos regularmente.

domingo, 10 de janeiro de 2016


A tradicional Manhã de Sol do Bloco da Saudade, estará abrindo no ‪#‎Recife‬ a agenda pré-carnavalesca da agremiação. Neste domingo (10), a Orquestra de Frevo do Maestro Lessa, a Ciranda Dengosa e o grupo Guerreiros do Passo estarão proporcionando aos seguidores e integrantes da agremiação, todo o lirismo de frevos de bloco e de rua! 
Confira no link mais detalhes sobre a festividade.

sábado, 9 de janeiro de 2016




O final de semana na Zona da Mata Norte de Pernembuco contará neste sábado (9), com sambadas nas cidades de ‪#‎Aliança‬‪#‎BuenosAires‬,‪#‎GlóriaDoGoitá‬‪#‎NazaréDaMata‬ e ‪#‎Tracunhaém‬! Os ensaios estarão abrindo a temporada de prévias carnavalescas na região, através dos maracatus Pavão Misterioso, Estrela Dourada de Buenos Aires, Carneiro Manso, Leão Africano de Nazaré da Mata, Leão das Cordilheiras de Aliança e Leão da Mata Norte.


domingo, 3 de janeiro de 2016

                          

                          Paulo Simões


Original e marcante. Assim é a música e a trajetória deste Carioca,que optou por residir em Campo Grande, MS, onde passou parte da adolescência descobrindo amigos e futuros parceiros, como os irmãos Geraldo e Celito Espíndola, Geraldo Roca e Almir Sater.
Transitando entre Rio, São Paulo, Campo Grande e o Pantanal, onde gosta de pescar e compor, Paulo Simões vem reunindo um número significativo de admiradores para seu trabalho. Intérpretes como Sérgio Reis, Renato Teixeira, Sandy e Júnior, Diana Pequeno, Tarancon e outros, além do parceiro Almir Sater, contribuem para tornar suas canções conhecidas nacionalmente.

Seu primeiro disco individual data de 1992, ano em que recebeu o Prêmio Sharp de melhor compositor regional, com Paiaguás, em parceria com Guilherme Rondon. "Paulo Simões & o Expresso Arrasta-Pé Volume I", inclui suas composições mais conhecidas até então, como Trem do Pantanal (com Geraldo Roca), Comitiva Esperança e Sonhos Guaranis (com Almir) e o Lobo da Estrada (com Pedro Aurélio), esta última transformada em sucesso nacional por Sérgio Reis. O disco marca também o lançamento do selo Sauá, de Simões e Guilherme Rondon, responsável por incluir Mato Grosso do Sul no mapa fonográfico brasileiro.
Em 1994, inicia o projeto "Chalana de Prata", grupo que reúne quatro expoentes da música do Mato-Grosso do Sul. Além do próprio Simões, dele participam Celito Espíndola, Guilherme Rondon e o lendário sanfoneiro Dino Rocha, sendo seu primeiro CD lançado em 1998, com grande repercussão.

Sua discografia é ampliada, no mesmo ano, com lançamento do "Expresso Arrasta-Pé Volume 2", onde se destacam músicas como Vida Bela Vida (com Rondon) e Labaredas (com Rondon e Celito Espíndola), logo gravadas por diversos artistas regionais.

Com o título "Rumo a 2 Mil e Uns" ele nos mostra seus trabalhos mais recentes, incluindo uma nova e promissora parceria, com o multi-instrumentista Antonio Porto, responsável pela direção musical deste CD. Nele, podemos encontrar a marca registrada de Paulo Simões: a qualidade de melodias e letras, a incorporação de elementos regionais e fronteiriços ao universo pop e, principalmente, o raro dom da originalidade.