quinta-feira, 6 de setembro de 2012

                                             


                                   RODA DE SÃO BENEDITO


No estado de Piaui,a Roda de São Benedito é uma tradição de caráter religioso que acontece depois dos leilões  e das rezas.A roda é organizada com coreografias simples constituídas por ritmos e volteios bem marcados.Não é tão difundida como a roda de São Gonçalo,porém a ela está relacionada,pois,sempre que se faz a roda de São Gonçalo,faz-se também uma de São Benedito.

Na RODA DE SÃO BENEDITO são formadas,duas fileiras em frente ao altar,uma de homens e a outra de mulheres,que fazem evolução com coreografias pré-determinadas ou improvisadas.
A  RODA DE SÃO BENEDITO não tem nada em comum com os festejos do santo,comemorada no dia 6 de outubro.Tanto a roda de SÃO BENEDITO como a de SÃO GONÇALO são uma forma de agradecer aos santos por uma promessa válida.SÃO BENEDITO é dito como padroeiro dos pretos.
SÃO GONÇALO,é o padroeiro de Amarante,Regeneração e Batalha. É festejado no dia 1 de janeiro com a dança do pagode e com as RODAS DE SÃO GONÇALO,principalmente.A RODA DE SÃO GONÇALO,mesmo estando em extinção em algumas localidades,é dançada em várias regiões do Piaui,em especial no interior.SÃO GONÇALO é um Santo Violeiro,de caráter litúrgico-religioso,e é da ordem
 dos frades beneditinos.Por ser um dos mais populares no interior do Estado ,é muito querido pelas moças solteiras que estão à procura de um marido.Dizem que este santo era muito cuidadoso em promover casamento,daí a fervorosa devoção das solteiras com o santo milagreiro.Primeiro é feito o leilão,com joias doadas pela comunidade,e só depois se faz duas fileiras,uma de homens e a outra de mulheres,se posição em frente ao altar,movimentando-se ora em forma de circulo,ora em forma de cruzeiro e, sempre reverenciando e beijando o santo.Esta manifestação é feita quando uma promessa pedida por um devoto ou não do santo é valida e este oferece jornadas ao santo.Esta manifestação é feita quando uma promessa pedida por um devoto ou não do santo é válida e este oferece jornadas ao santo,que variam de doze a quinze.O devoto assiste a todas as jornadas sentado com o santo sobre a cabeça ou,às vezes,dança todas as jornadas sem descanso. O aro do altar é todo enfeitado com frutas,flores,bolos,ramos e velas,além do santo. Quando termina todo ritual,pessoas que assistiam ou mesmo que dançam,ajudam a retirar todos os enfeites do altar,oferecendo-os a um outro leilão,aproveitando assim para fazer um pedido ao santo.Geralmente o dono(a)arremata os bolos e oferece a todos com chá,café e suco.



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

                                                                                     
                                                  


CÂNTICO DE SOL E DE CHUVA,UM AUTO DE NATAL SERTANEJO


A  estiagem,o inverno, a fauna e a flora do semi-árido são o cenário sem limites para a história de um casal que vive a descrença e a fé de uma  história que se passa no sertão nordestino. Depois de tantas reviravoltas provocadas pelas dificuldades,Benjamim e Carminda acabam sendo surpreendidos pela fartura e harmonia que só a estação chuvosa consegue multiplicar. Os dois dão a volta por cima de um cotidiano conflituoso que ganha luz com o nascimento de gêmeos.Com muita poesia,a história de Cânticos de Sol e de chuva movimenta o primeiro Auto de Natal que se passa na caatinga.Escrito pelo poeta e compositor sertanejo Virgílio Siqueira,o Auto,em forma de livro. 
Nascido na pacata Santa Cruz,Sertão do Araripe, Pernambuco,onde passou a infância convivendo com as agruras da estiagem,o autor montou uma narrativa dinâmica que também carrega as belezas do Sertão.Segundo o autor,que lançou seu primeiro livro na década de 90,o projeto Cânticos de sol e de Chuva povoa se sentimento sertanejo há mais de vinte anos,mas só agora conseguiu transformá-lo em livro. "Sempre  começava o processo de pesquisa,dava os primeiro passos da escrita,mas parava no meio. Ano passado,passei por momentos difíceis na vida e retomei o projeto fazendo pesquisas na região de Santa Cruz e Ouricuri,dando forma à narrativa dos poemas e das músicas". conta.Cânticos de sol e da chuva ganha dinamismo poético através da linguagem que o autor conduziu usando as formas de terceto,quadra,sextilha,décima,versos brancos e livres,além da poesia concreta. O desfecho da história se dá com o nascimento de Aída e Ivan  ,que para o pai,Benjamim,representam,respectivamente,ternura e fibra/doçura.Virgílio Siqueira também é compositor e tem músicas gravadas por Raimundo Fagner e Santana.

terça-feira, 4 de setembro de 2012


                                                 

   

 POETA JOAQUIM BATISTA DE SENA,UM CIENTISTA SOCIAL DO VERSO


  Ele foi um dos maiores expoentes da Literatura de Cordel,2012 é o ano do centenário do poeta paraibano Joaquim Batista de Sena,que nasceu no dia 21 de maio de 1912,em Fazenda Velha,Curimataú,do termo Bananeiras,hoje pertencente ao município de Solânea,no Agreste Paraibano. De uma família essencialmente de agricultores,os "Baraúnas",muito cedo trocou a enxada e o trabalho no sol escaldante,pelo cultivo da rica e exuberante poesia narrativa da Literatura de Cordel, "a mais bela de todas as poesias",na descrição do mestre Camara Cascudo.Sena,como a grande maioria dos meninos pobres que moravam nos sertões paraibano,andou completamente nú,até os sete anos de idade.Conforme um depoimento seu nos anos 60,acrescentando que nos sertões do Curimatau os meninos mais pobres ,já na puberdade,passavam a maior parte do tempo dentro de casa para esconder a nudez,ou acocorados em buracos que cavavam,chegando alguns deles a criar "encriquilamento" nas pernas.Pelo longo tempo que permaneciam  naquela posição. O poeta logo liberou-se dessa inusitada situação  e foi viver do verso do cordel nas  grandes cidades. Autodidata,adquiriu vasto conhecimento sobre cultura popular e era um defensor intransigente da poesia popular nordestina.Começou como cantador de viola,permaneceu  três anos neste oficio,no final da década de 30. Por mais de quatro décadas percorreu o sertão nordestino produzindo,imprimindo e revendendo seus folhetos. No início da década de 40,vendeu um sitio de sua propriedade e adquiriu sua primeira tipografia,que funcionou algum tempo na cidade de Guarabira,Paraiba,depois instalou o seu "quartel general"em Fortaleza .Na capital cearense,sua tipografia adotou o nome  " Graças Fátima".O poeta explicava a razão desse titulo:durante a passagem da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima pelo nordeste,na década de 50.ele conseguiu ganhar muito dinheiro vendendo folhetos sobre a visita da santa,ampliando consideravelmente seus negócios.Por essa época,foi vitima de um naufrágio da Baia de Quebra-Potes(Maranhão).Salvou-se nadando,mas perdeu uma mala de folhetos,contendo diversos originais.Na Tipografia Graças Fátima  publicou  seus  próprios cordéis e também boa parte da criação literária de José Camelo Rezende,de quem adquiriu diversos originais.Romancista de primeira linha,Joaquim Batista de Sena era um grande poeta,de verve apurada e rico vocabulário,procurava seguir a mesma trilha deixada por Athayde,Camelo e Leandro Gomes de Barros e outros gênios da poesia popular. Conhecia bem os costumes,a flora,a fauna e a geografia nordestina,motivo pelo qual seus romances eram ricos em descrições dessa natureza.Pode-se dizer que com a sua morte,no início da década de 90,fechou-se o ciclo na poesia popular nordestina e o gênero "romance" perdeu um de seus maiores poetas.
Em 1973 vendeu sua gráfica e sua propriedade literária para Manoel Cabodo e Silva e tentou estabelecer-se no Rio de Janeiro,também no ramo de cordel,porém não foi bem sucedido.De volta ao Ceará,ainda editou alguns folhetos de sucesso.  Dentre as suas obras de maior aceitação popular,destacamos: A filha noiva do pai ou Amor culpa e perdão; A morte comanda o cangaço;As sete espadas de dores de Maria Santissima;Estória de Manoel Seguro e Manoel Xexeiro;História de João Mimoso e o castelo maldito;História de Braz e Anália;Os amores de |Chiquinha e as bravuras de Apolinário;História do assassino de Manoel Machado e a vingança do seu filho Samuel;História do principe João Corajoso e a Princesa do Reino Não-Vai-ninguém. 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

                                                  seu_oliveira



                                         SEU OLIVEIRA

 José Pereira de Oliveira,este é o nome de pia(batismal) do famoso artesão   do litoral da costa leste do estado do Ceará.Ele nasceu no dia 25 de setembro de 1925,no município de Aquiraz.A história de Seu Oliveira como artesão aconteceu numa  certa manhã,quando  caminhava na praia do Iguape,e lá encontrou um pedaço de madeira  que tinha o formato de lastro de uma  jangada,levou  o pedaço de madeira para casa e deu formato e acabamento,fez a vela e coloriu .De lá para cá vem reproduzindo as pequenas jangadas com suas cores,velas e leveza.No ano de 2006,num ato de reconhecimento,pelos relevantes trabalhos no artesanato de madeira, recebeu da Secretaria de Cultura do estado do Ceará o título de Tesouro Vivo da Cultura.     

domingo, 2 de setembro de 2012


A LENDA DO TAMBA-TAJÁ


Na tribo Macuxi havia um índio forte e muito inteligente. Um dia ele se apaixonou por uma bela índia de sua aldeia. Casaram-se logo depois e viviam muito felizes, até que um dia a índia ficou gravemente doente e paralítica.

O índio Macuxi, para não se separar de sua amada, teceu uma tipóia e amarrou a índia à sua costa, levando-a para todos os lugares em que andava. Certo dia, porém, o índio sentiu que sua carga estava mais pesada que o normal e, qual não foi sua tristeza, quando desamarrou a tipóia e constatou que a sua esposa tão querida estava morta.
O índio foi à floresta e cavou um buraco à beira de um igarapé.
Enterrou-se junto com a índia, pois para ele não havia mais razão para continuar vivendo.
Algumas luas se passaram. Chegou a lua cheia e naquele mesmo local começou a brotar na terra uma graciosa planta, espécie totalmente diferente e desconhecida de todos os índios Macuxis. Era a TAMBA-TAJÁ, planta de folhas triangulares, de cor verde escura, trazendo em seu verso  uma outra folha de tamanho reduzido, cujo formato se assemelha ao órgão genital feminino.
A união das duas folhas simboliza o grande amor existente entre o casal da tribo Macuxi.
O caboclo da Amazônia costuma cultivar esta curiosa planta, atribuindo a ela poderes místicos.
Se, por exemplo, em uma determinada casa a planta crescer viçosa com folhas exuberantes, trazendo no seu verso a folha menor, é sinal que existe muito amor naquela casa. Mas se nas folhas grandes não existirem as pequeninas, não há amor naquele lar. Também se a planta apresenta mais de uma folhinha em seu verso, acredita-se então que existe infidelidade entre o casal.
De qualquer modo, vale a pena cultivar em casa um pezinho de TAMBA-TAJÁ.

sábado, 1 de setembro de 2012

Gereba e Gonzagão Carnaforro 1986.ASF

                                     


      GEREBA, O CANTADOR DO SERTÃO DE CANUDOS


 Na década de  80,ele fundou o Grupo Bendegó,uma turma de músicos mineiros e baianos,radicados em Sampa. Compositor,cantor e violonista,Winston Geraldo G.Barreto,nasceu na cidade de Monte Santo,município situado no Sertão Baiano,no ano da graça de 1946.Conhecido por sua versatilidade como compositor e instrumentista,vem participando de gravações e apresentações nos últimos 30 anos com os maiores nomes da Música Popular Brasileira.Têm composições suas gravadas por nomes ligados a vários estilos da nossa música,como Raimundo Fagner,Elizete Cardoso,Paulo Moura e Beth Carvalho.Arranjador e instrumentista em mais de quarenta discos,entre eles "Contrastes" de Jards Macalé e "Joia" de Caetano Veloso. No grupo Bendegó,que além de ter gravado álbuns próprios nas décadas de 70/80,deixou a marca de seu refinado som eletro-acústico em diversos LPs de outros intépretes e autores.Em 1986,lançou  o projeto "Carnaforró",introduzindo pela primeira vez o forró no carnaval de rua de Salvador e com a participação de Dominguinhos e Gonzagão,no Trio Elétrico,"Quebra Gereba". Como violonista,gravou um álbum ao vivo com Tom Zé e participou de apresentações com Silvio Caldas,de onde surgiu a idéia de se montar um conjunto voltado para a música brasileira de raiz,que fez mais de 1500 apresentações  de serenatas,culminando com a breve turnê pelo sul da França e Espanha(Madri)  no ano de 1991Para coroar sua extensa discografia,teve um álbum "Canudos",de 1997,indicado para o prêmio Sharp de MPB,na categoria regional.Reconhecido pela crítica e público,vem sendo utilizado como trilha sonora em vários documentários televisivo e curtas metragens cinematográficos,talvez por ser"... uma ópera popular,um épico brasileiro",segundo Mauro Dias, do jornal "O Estado de São Paulo". Gereba  fez a produção executiva do álbum "90 anos do Poeta Cearense Patativa do Assaré.Atuou também como arranjador/instrumentista em diversas faixas.Musicou e atuou como intérprete na gravação do poema "Festa da Natureza",de autoria do homenageado. 
Produziu um  álbum comemorativo dos 400 anos da cidade de Natal,capital Potiguar ,musicando e orquestrando o poema do escritor Câmara Cascudo,"Não Gosto de Sertão Verde".
Produziu e participou como arranjador  do álbum em homenagem a Elino Julião,grande compositor Potiguar,com as participações de Dominguinho,Elba Ramalho entre outros.Idealizou e realizou uma série de apresentações em São Paulo destacando os grande autores brasileiros como Noel Rosa e Pinxinguinha,sempre com um escrete de intéprete,seus convidados especiais,como Itamar Assunção,Chico César,Isaias do Bandolim e Tetê Espindola e outros.


sexta-feira, 31 de agosto de 2012




               DANÇA DO CAVALO PIANCÓ


 A Dança do Cavalo Piancó é uma dança de pares com formação em circulo encontrada na cidade de Amarantes,município situado no Vale do médio Parnaíba,no estado do Piaui,cujos participantes dançam imitando o trote de um cavalo manco.Segundo a lenda,os negros da beira do rio Canindé,para afugentar o sono nas noites de luar,dançavam trotando noite a dentro.Cavalheiros e damas,aos pares,formam um circulo e vão alegremente,ora bem compassado,batendo firme no chão,com o pé esquerdo,ora apressado,sempre trocando os pares. A coreografia atende às marcações determinadas pela letra,que pode ser improvisada,o que influi na coreografia.É a dança de salão,sem data fixa para apresentação.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


29 DE AGOSTO, DIA  NACIONAL DO VAQUEIRO

                                     


     TENENTE  ZÉ RUFINO,O MATADOR DE CORISCO


  Numa tarde,de um distante domingo no sertão,durante uma  festa de casamento na fazenda Barrinha,do Capitão Pedro da Luz, no município de Salgueiro . Quis o destino que os caminhos do sanfoneiro José Osório de Farias,Sanfoneiro afamado no sertão pernambucano,e o de Virgulino Ferreira da Silva se cruzassem para  construir a saga do cangaço no semi-árido nordestino.José Osório vivia exclusivamente de tocar em festas de renovações ,casamentos e batizados,e assim, foi o primeiro contato de Zé Rufino com Lampião.Convidado pelo rei do cangaço para integrar o bando,pois ha muito tempo que Lampião procurava um sanfoneiro. A recusa de Zé Rufino,foi uma afronta para Lampião,assim,Zé Rufino não teve outra alternativa e ingressou na policia para fugir da vingança de Virgulino,que não aceitava uma negativa.Meses depois José Osório engajou-se à polícia chegando a receber graduação de tenente, e daí por diante surgiu o tenente Zé Rufino,o implacável caçador de cangaceiros. Ele chegou rapidamente a oficial,alcançando a posição de coronel da Policia Militar da Bahia Participando de inúmeros combates,Zé Rufino  Matou muitos cangaceiros,tendo se tornado um dos mais respeitados chefes militares na perseguição ao cangaço,na sua lista contava as mortes dos cangaceiros Zabelê,Barra Nova,Pai Véi,Cangica,Mariano Zepellin e Corisco,que sem dúvida,foi o que mais lhe rendeu fama de caçador implacável ao cangaço. A volante de Zé Rufino ficou famosa por cortar as cabeças dos asseclas mortos em combate.A morte mais comentada foi a de Corisco,um dos mais famosos facínoras que se tem noticia. Em depoimento ao cineasta Glauber Rocha,ele afirmou ter eliminado cerca de vinte integrantes dos bandos ligados a Lampião.Em 1936,Zé  Rufino eliminou o bando de Mariano,um cangaceiro da velha guarda que acompanhava o rei do cangaço a treze anos.      
                                                                Dadá ferida rumo a Salvador     
Nova Gameleira - Rainha Alice de Nova GameleiraGUARDA DE MOÇAMBIQUE DA     NOVA GAMELEIRA


Como forma de pagamento pela cura de seu filho Geraldo do Evangelho,No ano de 1960 ,Maria de Lourdes dos Santos,funda a Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário,que ficava na antiga Rua dos Pretos na Vila dos Marmiteiros,Bairro da Gameleira,em Belo Horizonte,capital de Minas Gerais.Sua família e de seu marido eram de Itaguara-MG e já  participava de Congado há várias gerações,seu  marido José Sabino da Costa foi Capitão de Uma Guarda de Marujo em Itaguara,mas infelizmente quando Maria de Lourdes funda o Moçambique ele já havia falecido e seu sogro José Sabino Velho era Capitão de Moçambique na mesma cidade e vários outros membros da família faziam  parte do congado. Todo esse amor pelo Congado vai ser trazida para Belo Horizonte por essas pessoas e por todas as outras que vão formar essa Irmandade.Recentemente reencontraram Raimundo,sobrinho de Maria de Lourdes em uma guarda de Congado em Itaguara.Além de Maria que se torna a Rainha Conga,Zé Faustino(bigode)Primeiro Capitão,Zé Martins,José Olicio Rocha,marido de sua filha Maria Alice,atual Rainha Conga e seus filhos que na época eram pequenos gostavam de brincar de tocar Moçambique na lata de  doce,Jairo,Geraldo que se tornam os primeiros caixeiros da Irmandade e até hoje são e João Eustáquio que foi caixeiro depois foi Rei Congo com sua irmã Alice.
  Nova Gameleira - Caixas no chão Nova Gameleira - Banda de Congo de Ibiracu, ES   Nova Gameleira - Banda de Congo de Ibiracu, ES

Primeira Formação da Guarda de Moçambique:

. Maria de Lourdes dos Santos  - Rainha Conga
. Dona Maria Genove - Rainha de São Benedito
. Dona Expedita - Rainha de Santa Efigênia
. Dona Isabel - Rainha da Estrela
. Dona Clotilde - Rainha de Nossa  Senhora do Rosário
. Jairo ,Geraldo e João - Caxeiros
. Jovelina - Capitã
. Divina - Secretária
. Zé Faustino(Bigode) - Capitão
. Zé Custódio Branco - Presidente
. Dona Diva - Fé de Bandeira por 25 anos e atual Rainha de Santa Efigênia.

Ainda na primeira formação da guarda entra Dona Conceição - Rainha de São Jorge e Capitã de fileira,está na Guarda fazem 35 anos e é quem puxa as novenas e também serve de exemplos para as novas gerações.



terça-feira, 28 de agosto de 2012

                                             
                                               Foto: Dicionário das Artes visuais da Paraíba 



                                                                                      TOTA

Dos tempos em que produzia utilitários em Tracunhaém, na Zona da Mata de Pernambuco – onde metade da população vive de transformar barro ‘em santo ou em panela’ – até emprestar sua experiência à indústria paulista de cerâmica, tudo o que Tota fez na vida, o fez com o barro. Assim, criou família e ganhou notoriedade quando, em 1972, além de exímio oleiro de panelas e potes, se descobriu ‘artista’! E para comprovar a pureza e singularidade da obra de Tota, conta-se que um crítico de arte carioca propositalmente confundiu um grupo de especialistas em concorrido encontro no Rio de Janeiro, apresentando-lhes uma das cerâmicas do artista como sendo de autoria de Picasso, tal a surpreendente identidade visual das peças de ambos os artistas. Desfeito o mal entendido, todos se espantaram ao saber que o verdadeiro autor era um artista popular da longínqua Paraíba e, mais ainda, que ele jamais ouvira falar de Pablo Picasso... (Dyógenes Chaves, ABCA/AICA). 
 Antônio Paschoal Régis, o Tota, nasceu na cidade de Tracunhaém, Pernambuco, em 1932, mas passou grande parte de sua vida em João Pessoa, capital da Paraíba, onde faleceu em 2003. Descendente da mais autêntica tradição oleira de Tracunhaém, Tota começou a trabalhar com cerâmica ainda criança e dedicou uma vida inteira ao universo do barro. Ele deixou um rico acervo de obras em museus e coleções particulares no Brasil e no exterior.

As peças produzidas por Tota, utilitárias e/ou decorativas, eram produzidas com barro colhido em jazidas da região que ele próprio preparava, pisando e peneirando. Na modelagem das peças ele usava torno de oleiro de pé e outras técnicas, na decoração utilizava esmaltes de tons variados. As peças eram queimadas em um rústico forno à lenha. Suas figuram revelam despreocupação com qualquer registro realista. São peças completamente livres do formalismo doado pela natureza, antropomorfizadas e profundamente expressivas do drama da região onde viveu.
Tota participou de inúmeras exposições individuais e coletivas. Dentre elas merecem destaque: Centro Cultural São Francisco (1975); Sesc São Paulo (1976); UFPB (1978); Galeria Gamela (1981); Tota – Barro puro e simples[homenagem póstuma] (Usina Cultural Energisa, 2009); Galeria Batik [com José Lucena] (João Pessoa, 1977); Centro Social Urbano Monsenhor José Coutinho (João Pessoa, 1980); Funesc (1983); Rio Design Center (Rio de Janeiro, 1984). Participou do Salão Nacional do Ceará (Fortaleza, 1984). No XII Fenart (Funesc, 2008), ocupou Sala Especial como integrante da mostra Panorama da Cerâmica Artística.