segunda-feira, 23 de janeiro de 2017


                                             POETA LOURO BRANCO

Francisco Maia de Queiroz, o popular Louro Branco, Poeta, repentista e compositor, nasceu dia 02 de Setembro de 1943 na Vila Feiticeiro no município de Jaguaribe - CE. Foi pescador, agricultor e vendedor ambulante. Começou a cantar aos 12 anos de idade, morou nas seguintes cidades: Jaguaribe – CE, Jaguaretama –CE, Coronel João Pessoa – RN, Limoeiro do Norte – CE, Mossoró – RN, Iguatú – CE, Caicó – RN, e atualmente em Santa Cruz do Capibaribe onde mora desde 1991, e aonde pretende permanecer.
Cantou em vinte estados do Brasil, com todos os maiores cantadores do Nordeste, participou em mais de 400 festivais, tem ao todo mais de 700 composições, condecorado como o maior cantador do Brasil, titulo dado pelo famoso poeta compositor e presidente da Classe, o baiano* Rodolfo Coelho Cavalcante.
Chegou a cantar para o ex-presidente José Sanei, publicou dois livros, 1º: A Natureza Falando, e 2º: Da Casca Até o Miolo, e está partindo para seu 3º livro.
Casado com Maria Gomes de Souza Queiroz, 6 filhos e 11 netos. Hoje com 39 anos** e em plena atividade. 
O CASAMENTO DOS VELHOS
Tem certas coisas no mundo
Que eu morro e num acredito
Mas essa eu conto de certo
Dum casamento bonito
De um viúvo e uma viúva
Bodoquinha Papaúva
E Tributino Sibito               
O véio de oitenta ano
Virado num estopô
A véia setenta e nove
Maluca por um amor
Os dois atrás de esquentar
Começaram a namorar
Porque um doido ajeitou

Um dia o véio comprou
Um corpete pra bodoquinha
Quando a véia foi vestir
Nem deu certo, coitadinha
De raiva quase se lasca
Que o corpete tinha as casca
Mas os miolo num tinha


No dia três de abril
Vêi o tocador Zé Bento
Mataram trinta preá
Selaram oitenta jumento
Tributino e Bodoquinha
Sairam de manhazinha
Pra cuidar do casamento

O veião saiu vexado
Foi se arranchar na cidade
Mandaram chamar depressa
Naquela oportunidade
O veião chegou de choto
Inda deu catorze arroto
Que quase embebeda o padre

O padre ai perguntô:
Seu Tributino, o que pensa,
Quer receber Bodoquinha
Sua esposa, pela crença?
O veião dixe: eu aceito
Tô tão vexado dum jeito
Chega tô sem paciência 
E preguntô a Bodoquinha:
Se aceitar esclareça
A véia lhe arrespondeu
Dando um jeitim na cabeça
Aceito de coração
Tô cum tanta precisão
Tô doida que já anoiteça
Casaram, foram pra casa
Comeram de fazer medo
Conversaram duas horas
Uns assuntos duns segredo
E Bodoquinha dixe: agora,
Meu pessoá, vão embora
Que eu quero drumi mais cedo
O véi vestiu um pijama
Ficou vê uma raposa
A véia de camisola
Dixe: óia aqui sua esposa
Cuma é, vai ou num vai?
O veião dixe: ai, ai, ai
Já tá me dando umas coisa
A véia dixe me arroche
Cuma se novo nóis fosse
O véio dixe: ê minha véia
Acabou-se o que era doce
A véia dixe: é assim?
Então se vai dar certim
Que aqui também apagou-se
Inda tomaram uns remédio
Mas num deu jeito ao enguiço
De noite a véia dizia:
Mas meu véi, que diabo é isso?
Vamo vendê essa cama
Nóis sempre demo na lama
Ninguém precisa mais disso
A véia dixe: isso é triste
Mas esse assunto eu esbarro
Eu já bati o motor
Meu véi estrompou o carro
Ê, meu veião Tributino
Nóis dois só tem um menino
Se a gente fizer de barro.

Fonde: Acorda Cordel 



 Versos de Louro Branco 


Cantador como eu ninguém num fez
Deus deixou pra mandar muito depois
Que se cabra for grande eu dou em dois
E se o cabra for médio eu dou em três
E se for bem pequeno eu dou em seis
Que a minha riqueza é bem total
Cantador como eu não nasce igual
Que ou nasçe mais baixo sou mais estreito
Repentista só canta do meu jeito
Se for fora de série ou genial.

Acho bonito o inverno
Quando o rio está de nado
Que o sapo faz oi aqui
Outro oi do outro lado
Parece dois cantadores
Cantando mourão voltado.
Cantando com VALDIR TELES, o colega perguntou onde LOURO residia e depois disse o seguinte:

QUALQUER DIA, MEU COLEGA
VOU CONHECER SUA CASA...

LOURO pegou na deixa e falou:
MEU CUMPADE, A MINHA CASA
É UMA CASA TÃO FEIA...
D'UM LADO É UM CEMITÉRIO
DO OUTRO LADO A CADEIA
D'UM LADO SE COME TERRA
DO OUTRO SE COME PEIA.

Noutra oportunidade, cantando à Natureza, disse:

Admiro a Natureza
Mar vomitando salinas
Lajedos de corpos nus
Com as pedras cristalinas
E as serras, túmulos rochosos
Onde Deus sepulta as minas

Noutra oportunidade, cantando com Sebastião da Silva, outro poeta de primeira grandeza, e falando da herança que deveria deixar para a família, saiu-se com essa:

No dia que eu morrer
Deixo a mulher sem conforto
Roupas em malas guardadas
E o chapéu em torno torto
E a viola com saudades
Dos dedos do dono morto.
  
Fonte: Nos bordões da viola

domingo, 22 de janeiro de 2017

Bendegó - Onde o olhar não mira

BENDEGÓ

Grupo vocal e instrumental criado na Bahia, no começo da década de 1970, pelo cantor e compositor Gereba e que teve intensa atuação nas décadas de 1970 e 1980. Em 1973, o grupo lançou seu primeiro disco, pela Fontana/Philips com o título de "Bendegó", no qual foram interpretadas as seguintes músicas: "Chorada", "Desaguou", "Princesa sertaneja", "Bendegó", "Abrolhos", "O gole", "Algazarra de padre", "Bala de ouro", "Rio doloso", "Bonde", e "Zesse feche Zesse", todas da dupla Patinhas e Gereba, além de "Caratacá", de Gereba. Em 1975, o grupo participou do histórico LP "Jóia", de Caetano Veloso, na faixa "Canto do povo de um lugar", de Caetano Veloso.


Em 1976, já pela Continental, lançou o LP "Onde o olhar não mira", interpretando as músicas "Onde o olhar não mira", de Vermelho, Kapenga, Zeca e Patinhas, "Obrigado bandida", de Patinhas, "Olhos de fogo", de Zeca, Kapenga e Patinhas, "Você e tu", de Gereba e Tuzé de Abreu, "Tierra llena del sol y de luna", de Kapenga, Zeca, Gereba e Patinhas, "O coco louco", de Kapenga e Carlos Eládio, "Palhas de milho", de Kapenga, Vermelho e Patinhas, "O arco-íris trovejou", de Kapenga e Patinhas, e "As muié santa de Canudos", "Além de Arembepe", "Dom Tapanatara", e "Chamego do Vicente", todas de Gereba e Patinhas. No ano seguinte, o grupo participou do LP "Norte forte", lançado pela gravadora Continental, com as participações de Belchior, Ednardo, Haréton Salvanini, Marcus Vinicius, Fagner, Banda de Pífanos de Caruaru, Tom Zé, João Só, Édson e Aloísio, Tetty, e Orquestra Armorial. Nesse disco, interpretou "Você e tu", música de Gereba e Tuzé de Abreu. No mesmo ano, participou do LP "O som de Status", também da gravadora Continental, no qual interpretou "Além de Arembepe". Fizeram parte desse disco os artistas Edu Lobo, Os Novos Baianos, Conjunto Aquarius, Almôndegas, Sergio Sampaio, Ney Matogrosso, Paulo Chaves, Célia, Fagner, Os Três Morais, e Walter Franco. Em 1979, foi lançado pela Epic/CBS o LP "Bendegó", que contou com as participações especiais do violeiro Passoca e da cantora Marlui Miranda na faixa "Seguraí", de Gereba, Kapenga e Patinhas. Estão também no disco as músicas "Ficou bêbado" e "Celacanto e Lerfa-um", ambas de Kapenga, Gereba e Patinhas, "Piriquitamba", de Gereba e Tuzé de Abreu, "Pé de vento", de Gereba, Kapenga e Tuzé de Abreu, "Dança do punhal", de Kapenga e Patinhas, "Pajarito" e "Recuo tático (General inverno)", ambas de Kapenga, "Bom dia violão", de Gereba, "Nem Freud pode", "Paciência Tereza", de Gereba e Patinhas, e "Danças dos Ni", de Gereba e Kapenga.
No mesmo ano, o grupo participou da trilha sonora da novela "Dinheiro vivo", da extinta TV Tupi, interpretando a música "Danças do Ni", de Gereba e Capenga. Dois anos depois, o grupo voltou a gravar na Cointinental e lançou o LP "Bendegó", contendo as músicas "Em Nazaré das Farinhas (Topo tudo a todo tempo)", "Coração alheio" e "De mim que fui de mim que sou", de Gereba e Patinhas, "Sem medo (Asa é risco)", de Kapenga e Carlos Pita, "Do I Ching ao Xingú", de Kapenga, Moraes Moreira e Antônio Risério, "Banco de Areia", de Kapenga, João Bá, Gereba e Vidal França, "Os índios e os passarinhos", de Kapenga, Gereba e Patinhas, "Rancheira", de Gereba e Tuzé de Abreu, "Um sinal de amor e de perigo", de Kapenga e Patinhas, "Tempo forte", de Kapenga e João Bá, "De flor em flor", de Gereba, Patinhas e Antônio Risério, e "Lovely Beatles", de Kapenga e Tuzé de Abreu. Ainda em 1981, o grupo participou, juntamente com Jorge Mello, Vicente Barreto, Téo Azevedo, Gê Maria, Arthur Moreira Lima, Almir Sater, e Rolando Boldrin, do show comemorativo dos dez anos do espaço cultural "Paço das Artes", em São Paulo. O acontecimento resultou num LP gravado ao vivo e lançado pela Continental, no qual o grupo interpreta "Recuo tátito", de Kapenga.
Em 1986, o Bendegó lançou o LP "LA nave va", pela gravadora 3M, interpretando as músicas "Santa menina sensual do metrô", de Kapenga, Gereba e Capinan, "Cores do Rio", de Gereba e Carlos Pita, "Arrasou minha coisinha", de Gereba e Tuzé de Abreu, "A fonte é viver você", de Kapenga e Patinhas, "Xô xô Pataxó" e "La nave va", de Gereba e Capinan, "Cuba-nagô", de Gereba e Carlos Pita, "Brilho do amor", de Kapenga, Gereba e Tuzé de Abreu, "Dia de mar azul", de Kapenga, João Bá e Barbatana, "A hora H do agora", de Kapenga e Patinhas, "Big Valley", de Gereba e João Bá, e "Pimentinha no forró", de Gereba e Tuzé de Abreu. Nesse ano, o grupo se dissolveu e seus integrantes passaram a seguir carreira solo. Quatro anos depois, houve um breve retorno com a participação no LP "Forró bom! - É do ABC!!!", da gravadora Musicolor/Continental, que contou com as participações de Anastácia e César do Acordeom. Nesse disco o grupo interpretou "Quebra quebra requebra", de Gereba e Charles Negrita, "Engole fogo", de Gereba, Edil Pacheco e Capinan, "Mistérios da natureza", de Kapenga e Carlos Pita, e "Fruta pão", de Gereba e Zeca Bahia.

sábado, 21 de janeiro de 2017





Ava Rocha abre programação do Ouvindo e Fazendo Música

A apresentação acontece no dia 21/1, às 17h. Os ingressos custam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia-entrada)


Divulgação


A cantora é a primeira atração do projeto neste ano
Cantora, compositora e cineasta, Ava Rocha traz o DNA de experimentação da família. Filha do diretor baiano Glauber Rocha, grande expoente do Cinema Novo, a artista abrirá, no próximo dia 21/1 (sábado), às 17h, a programação do Ouvindo e Fazendo Música no Museu do Estado de Pernambuco (MEPE). Os ingressos custam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia-entrada).
“Nesta nova temporada, o projeto trará, entre os meses de janeiro e fevereiro, nomes que vão do blues à nova MPB. A abertura contará com uma das grandes revelações da música brasileira, a cantora Ava Rocha, e contará ainda com as participações de Clayton Barros (28/1), Lucas dos Prazeres (4/2), Abeokuta (11/2) e Birdlegg (18/2)”, adianta a produtora Ana Garcia, responsável pela programação do Ouvindo e Fazendo Música no MEPE.
Ava apresentará, no MEPE, um show com repertório fundamentado no seu primeiro álbum solo Ava Patrya Yndia Yracema, que mistura MPB com grooves afros, amazônicos, poesia, distorções, suavidade e improvisos. A voz rara, doce e poderosa é aditivada pela guitarra de um dos principais músicos da nova cena carioca, Marcos Campello. Para a apresentação, os dois recriam para os palcos o disco lançado em março de 2015. Além das músicas do disco, o repertório do show inclui outras canções, como Iracema, de Adoniram Barbosa e Canoa, Canoa, de Milton Nascimento e Fernando Brandt.


Lia de Itamaracá inaugura primeira etapa de seu Centro Cultural

Ciranda e coco vão animar a entrega da primeira fase da obra


Divulgação


O Centro Cultural Estrela de Lia vai voltar a promover cirandas semanais em Itamaracá. A primeira fase da obra será inaugurada neste sábado (21) com uma solenidade especial e, claro, uma grande festa da cultura popular com a presença da cirandeira Patrimônio Vivo de Pernambuco e a participação das coquistas Dona Anjinha e Mestra Tontinha.
A entrega da obra, que nesta primeira etapa compreendeu a revitalização do Palhoção da Ciranda, contou com o incentivo do Governo de Pernambuco, por meio da Secult-PE e da Fundarpe. “Estamos correndo atrás para providenciar os últimos detalhes do palhoção para ‘fazermos acontecer’ no sábado”, comentou Lia. “A Fundarpe apoiou a gente desde o início, elaborando um projeto arquitetônico para que a emenda parlamentar do deputado Guilherme Uchôa pudesse ser liberada”, recordou a cirandeira.
Após a inauguração, o centro contará inicialmente com as cirandas de Lia, que serão realizadas aos sábados. “Já temos o palhoção, mas a partir de agora iremos correr atrás de patrocínios e parcerias para que a infraestrutura do centro conte também com salas de aula, camarins, rampas de acesso, e então possamos oferecer outras atividades culturais, como oficinas de ciranda, percussão e cerâmica, exatamente como era antes do centro ser desativado”, explica Beto Hees, empresário e produtor da mestra.
Serviço:
Reinauguração do Centro Cultural Estrela de Lia
Quando: sábado, 21 de janeiro
Horário: a partir das 20h
Local: Praia de Jaguaribe, na Ilha de Itamaracá
Apresentações culturais: Lia de Itamaracá, Dona Anjinha e Mestra Tontinha
Acesso gratuito 





Ensaios de maracatu rural movimentam fim de semana na Mata Norte

Festividades serão realizadas em Chã de Alegria, Nazaré da Mata, Araçoiaba e Paudalho.



Foto Beto Figueiroa




Maracatu Leão Teimoso, uma das agremiações que estarão promovendo ensaio para o Carnaval.
Enaltecendo a pulsante cultura popular da região da Mata Norte de Pernambuco, os maracatus de baque solto Pantera da Vila, Águia Dourada, Leão Faceiro e Leão Teimoso estarão promovendo neste final de semana, os tradicionais ensaios de prévias carnavalescas. No sábado (21), as festividades acontecem em Chã de Alegria, Nazaré da Mata e Araçoiaba. Já no domingo (22), a programação continua na comunidade da Sardinha, em Paudalho.
Segundo o mestre André de Lica, articulador dos encontros, as festividades objetivam intensificar o fortalecimento da cultura de maracatu rural na região, promovendo verdadeiros espetáculos gratuitos. “Além de duelos de poesia sob o comando dos mestres de cada maracatu e seus convidados, existe a vontade de promover esta tradição de forma independente. Com isso, os ensaios mantém a tradição de iniciarem às 22h, terminando por volta das 5h do dia seguinte, como o público participante já está acostumado a vivenciar”, comentou.
Confira a programação:
Maracatu Pantera da Vila 
Com o Mestre Luiz Maior e convidados
Quando: sábado, 21 de janeiro
Horário: a partir das 22h
Local: Proximidades da Vila do Campo, em Chã de Alegria
Maracatu Águia Dourada 
Com o Mestre Biu e convidados 
Quando: sábado, 21 de janeiro
Horário: a partir das 22h
Local: ao lado da Capelinha do Sertãozinho, em Nazaré da Mata
Maracatu Leão Faceiro 
Com o Mestre Antônio Paulo Sobrinho e convidados
Quando: sábado, 21 de janeiro
Horário: a partir das 22h
Local: No Bairro do 15, em Araçoiaba-Pe
Maracatu Leão Teimoso 
Com o Mestre Biu Ramos e convidado
Quando: domingo, 22 de janeiro
Horário: a partir das 22h
Local: Guadalajara na comunidade da Sardinha, próximo à Igreja Assembleia de Deus de Paudalho

terça-feira, 17 de janeiro de 2017


Fim de carreira

Cangaceiros aprisionados



Alguns cangaceiros, ainda no auge do Cangaço, escaparam da quase certa morte nas mãos de policiais, jagunços e mesmo de populares. 

Acima, fotografia obtida na Casa de Correção, em Salvador, Bahia, em 1933.

São três cangaceiros aprisionados: Bananeira, Alecrim eRelâmpago.

Coisa de Rubens Antonio e seu Cangaço na Bahia

"O Imparcial" - BA, em 22 de Maio de 1935
Liberdade para Alecrim e Bananeira 

Transcrito por: Urano Andrade

Matéria de capa
É o que menos se poderia acreditar, mas aconteceu. Quatro ex-cangaceiros que assolavam o sertão, espalhando o terror por toda parte foram soltos e enviados para Ilhéus e Itabuna, para trabalharem (honestamente, já se vê) nos campos do Sul...

Manoel Raymundo Correia, Sebastião Valentim dos Reis, Pedro Vieira da Silva (Alecrim), e Horácio Teixeira Junior (Bananeira)  chegaram já a Ilhéus. Os dois primeiros eram bandoleiros de um Virgilino, bandido de Ituassu, e os dois últimos do celebérrimo
Virgolino Ferreira, o Lampião, condenado a morrer de velho...

Dois desses bandoleiros foram enviados a Itabuna, ficando os outros em Ilhéus sob a vigilância da polícia...

Ora, essa “bôa gente” estava aqui na Penitenciária há cerca de um anno, tendo agora essa liberdade “devido ao bol procedimento que tiveram naquele presidio, e atendendo a outras circinstancias que militam em seu favor...”

Quaes serão estas circunstancias favoráveis aos presos, e como teria sido essa rápida regeneração que durou só um anno, depois de ninguém sabe quantos crimes?

Pedro Vieira da Silva o "Alecrim"

Um criminoso comum pode, por um só crime, levar 30 annos na Penitenciaria; uns bandoleiros que foram o terror do sertão, de cujos crimes, ninguém sabe o numero certo se arrependem assim depressa, no espaço de um anno, e são postos em liberdade, embora vigiada!

Bandoleiros habituados a correr no matto denso trabalhando “vigiados” nas mattas do Sul!...

É curioso, mas parece também perigoso... E ninguém é capaz de atinar com a razão dessa concessão aos bandoleiros.

Lampião Aceso.