sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010


MARACATU PIABA DE OURO, MESTRE SALUSTIANO
O bairro da Cidade Tabajara, em Olinda (PE) é palco do tradicional Maracatu Piaba de Ouro, Maracatu Rural. Fundado no dia 11 de setembro de 1977, por Manuel Salustiano Soares, Mestre Salustiano (falecido 31 de março de 2008), Augustinho Pires e Manoel Mauro de Souza, com a necessidade de relembrar o que eles vivenciaram no campo da Zona da Mata Norte de Pernambuco durante a sua infância surgiu a idéia de fundar o Maracatu Piaba de Ouro. Sob a liderança do Mestre Salustiano o Piaba de Ouro conquistou por sete vezes consecutivas o título de campeão do carnaval pernambucano, além de diversos títulos. No, Ponto de Cultura Formação Continuada, o Piaba de Ouro ganhou o 2º lugar no Prêmio Cultura Viva na categoria Ponto de Cultura, Prêmio Escola Viva e Prêmio Culturas Populares 100 Anos de Frevo Maestro Duda. O legado construído por Mestre Salu é mantido pelos 15 filhos e pela comunidade de mais de 250 brincantes, que criam seus mamulengos, bordados e estandartes e perpetuam a Cultura Viva da história de luta e resistência dessa manifestação cultural. Atualmente dirigido por Manoel Salustiano Soares Filho (Manoelzinho Salustiano) que através de seu aprendizado de vida vem mantendo essa tradição de luta. Sede do Maracatu Piaba de Ouro e Praça Ilumiara Zumbi (Rua Curupira, 125, Cidade Tabajara Olinda)
. Na sede do grupo, crianças e jovens seguem os passos dos mais velhos e aprendem com a tradição oral e o reforço de oficinas, como as de dança e bordados. Portanto, a semente plantada por Mestre Salu brota e floresce a todo instante e destas sementes que já estão dando os frutos nascem Sambada Piaba de Ouro e Cambidinha de Araçoiaba -PE, o Piabinha que é a versão infantil do Piaba de Ouro, afinal cultura começa no berço.. Aqui fica registrada algumas palavras do Mestre Salú: Juntando nossos índios com a África, o maracatu de baque solto ou maracatu rural, é resultado da soma dos rituais indígenas brasileiros com a representação real das cortes africanas. A vida dura dos canaviais, berço e moradia do maracatu rural, que explode em cores, ritmos, passos e rituais, símbolo da história de resistência dessa manifestação de nossa cultura. Homens fortes e trabalhadores, que bordam suas próprias fantasias, ricas em bordados em vidrilhos, canutilhos, lantejoulas, plumas, veludos e cetins, miçangas e tudo que seu orçamento familiar de canavieiro permite representar com dignidade e beleza únicas.
William Veras de Queiroz, 2010-D.C-Santo Antônio do Salgueiro-Pernambuco

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