sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

MOURÃO DI PRIVINTINA

A Meca dos Sertanejos,assim descreveu o escritor Euclides da Cunha no distante ano de 1902,a cidade Baiana de Bom Jesus da Lapa. Município banhado pelas águas do Rio São Francisco e que todo ano leva milhares de Romeiros Nordestinos a gruta aos pés do morro do Bom Jesus ,local sagrado para o sofrido povo sertanejo onde em romarias deslocam dos mais distantes rincões para louvar,agradecer e de onde enveredam na constante procura de respostas para seus problemas, e, é na Lapa e no campo místico que encontram a solução para as dificuldades do cotidiano. A cidade de Bom Jesus da Lapa,deu muito mais aos Nordestinos e a Música popular Brasileira,Saiu de lá Gutemberg Guarabira (da dupla Sá & Guarabira),Zeca Bahia e o Grupo Mourão di Privintina. O casamento artistico do poeta João Batista Fernandes Filho(João Filho) com o músico e compositor Paulo Sérgio Pereira de Araújo(Paulo Araújo),gerou no ano da graça de 1998 o Mourão di privintina. O grupo que surgiu com a proposta de resgatar a música e as lendas que vivem no imaginário do povo barranqueiro do médio são francisco,numa proposta sincera através da arte que manifesta a cultura do seu povo. o grupo toca uma música com misturas de Baião ,Rock,forró e MPB, com informações cosmopolita mais voltada para o umbigo. Fazer música no Sertão,longe dos grandes centro e da indústria cultural é um grande desafio para o grupo. A dificuldade para produzir um material era enorme no inicio da carreira da história da banda.Não tinham aceso a mídia e a grana para fazer um trabalho legal,mais valeu a persistência do grupo e a situação começou a mudar nos últimos anos,com o inicio da descentralização dos financiamentos e apoios culturais que valorizaram as expressões artísticas do interior baiano. Com um bom tempo de estrada Paulo Araújo aos 15 anos, ao ouvi as músicas de Chico Buarque. A vontade de cantar como o idolo,unida ao gosto pelas coisas da sua terra,fez o adolescente sair à procura de amigos e professores que pudessem ensina-lo a tocar algum instrumento musical e a ler e escrever sa notas musicais. Paulo nunca teve aulas formais,sempre aprendeu tudo na base da vontade e da amizade, e tomando livro emprestado sobre o assunto. Com o passar dos anos ele compôs várias músicas,mais não tinha um incentivo para criar a própria banda. Até que surgiu no final da década de 90 o CANTA VALE,projeto que surgiu em bom Jesus da Lapa com o intuito de divulgar a arte da região,por meio de festivais de músicas. e essa foi a grande oportunidade de Paulo Araújo. a história de João Filho se confunde com a de Paulo pelos festivais do vale,João Filho fundou pequenos jornais na região e sempre teve canções nos festivais. O curioso nome do grupo rende homenagem aos antepassados,os primeiros sertanejos cujo uso do arame farpado era despendioso,desta forma,valía a palavra do homem para demarcar as terras.Era o tempo da terra cantada. Fincava-se o mourão no chão para marcar o ponto onde a terra começava e terminava.Era um mourão de prevenção,uma corruptela,una variação do substantivo,daí Mourão di privintina. o Grupo está no seu segundo trabalho fonográfico,com a mesma proposta de levar além das barrancas do rio o seu som e sentimentos do povo ribeirinho.

William Veras de Queiroz 2010 D.C - Santo Antonio do Salgueiro - PE.

Um comentário:

  1. Grande William, o Mourão serve de exemplo de que é possível fazer música de qualidade no sertão e cantar suas mazelas me encoraja a continuar trilhando este caminho. Viva Privintina!!

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