quarta-feira, 16 de julho de 2014
Eu te ofereço o meu gibão
chapéu de couro e oração
nossa união e decisão
nossa melhora e disposição
minha surrada montaria
onde nela todo dia
eu me escancho e vou do rancho
me encontrar com a luz do dia.
Meu senhor meu verdadeiro
Deus do céu e do mundo inteiro
que me escuta e me espia
que me guia e me vigia
eu te ofereço até meu berço
este mundão de tabuleiro.
Eu te ofereço os meus tropeços
minhas raras alegrias
os meus arreios, os meus paleios
sobre a seca e a valentia
a rês do pasto que perdida
numa boquinha de noite
ninguém sabe como pode
se perder da minha vida.
Ofereço as injustiças
que são feitas ao vaqueiro
minha sina que me ensina
correr solto na caatinga
eu te ofereço até meu ganho
Do tamanho de um argueiro.
Todos presentes nesta hora
Estão lembrados de Raimundo
Por estas terras e estas serras
dedicou amor profundo
mas, o destino foi ferino
desalmado, fez finado
quem em vida era o maior
vaqueiro deste mundo
nosso pranto de saudade
nossa grande amizade
Raimundo Jacó morreu
que tristeza aconteceu
nosso perdão pra quem mandou
Raimundo pra eternidade.
Ofertorio - Rezas de Sol da Missa do Vaqueiro
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