quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017



           DONA DALVA DE  CACHOEIRA

“Dona Dalva”   como é  conhecida na cidade de Cachoeira, Bahia, Brasil e fora daquele território, nasceu em 27 de setembro de 1927 na cidade de Cachoeira. Filha de  uma operária da Fábrica de Charutos Danemman  com um sapateiro e guarda de trânsito,  foi criada pela avó, lavadeira  moradora do  local.  A sua  história já mostra que ela vem de uma família pobre, com isso desde cedo começou a trabalhar também como charuteira da referida fábrica.
Dalva Damiana de Freitas é compositora e cantora,  mas  foi o seu grande projeto para preservar  o samba de roda  do Recôncavo que ela ganhou  notoriedade.  Líder do Samba de Roda Suerdieck  atrai turistas de todas as partes do Brasil para conhecer a “Casa do Samba  Dona Dalva”  , local onde é divulgado a sua história através de vídeos, cordéis e CDs.  Dona Dalva  vai passando  os conhecimentos para  filhos, netos, amigos, visitantes assim, o samba de roda não morre.  E atualmente, imortalizou através  dos abraços recebidos.
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Em 2012 a Universidade Federal do Recôncavo Baiano ( UFRB)  homenageou essa grande mulher com o título  Doutora Honoris Causa.  Um reconhecimento pela  excelente atuação  de Dona Dalva para a cultura do lugar.  Vale lembrar que a UNESCO  já havia em 2005   se rendido ao  projeto de Dalva Damiana, tornando o samba de roda defendido por ela como Patrimônio Cultural  da Humanidade, também tombado pelo IPHAN,  como Patrimônio Imaterial Nacional.  A vida de Dona Dalva poderá ser vista através de  documentários  que enriquecem o acervo  que orgulhosamente  parentes e amigos preservam e atrai o turismo para  Cachoeira.
Quando a visitamos  em caravana com  grupo universitário durante  o Encontro Baiano de Estudos  Culturais ( EBECULT/2012) registramos  as precariedades do local onde  o samba é ensinando, percebemos a falta de estrutura, chegando a comoção e desabafo  da filha de Dona Dalva ao lembrar da luta da mãe para que um espaço físico adequado fosse mantido pelos órgãos públicos.   Pois cada vez mais jovens e adolescentes passam pelo “quintal”  onde o  samba acontece e se encantam com  o samba de roda.  Esperamos que com os títulos que orgulham a cidade,  a situação da ”Casa do Samba Dona Dalva” tenha  sido melhorada. Podendo ser conferido através dos registros fotográficos  que fizemos na época, devidamente autorizados.
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Bem leitor amigo, só queríamos mostrar a força, garra, determinação  de uma mulher que não se acomodou, arregaçou as mangas e foi em frente.  Talvez com um projeto que poucos acreditaram que daria certo. Ensinar o samba de roda, preservar uma cultura, defender uma causa como  essa,  torna a Doutora Dalva uma mulher baiana especial. Uma senhora pobre, negra, que não frequentou  os bancos de uma universidade mas conseguiu nos ensinar com a sua  perseverança que é possível  tornar o sonho em realidade.
E não pense que foi fácil ter o reconhecimento de Ongs. Foram vídeos sendo enviados, exibidos. Registros, mobilização de parentes e amigos   para que os méritos fossem a ela creditados.  Em Dona Dalva,  uma mulher com matriz africana,  vimos a luta, a determinação e a vitória.   Para muitos  a realização reside  em  ter uma carteira cheia de dinheiro e para outras pessoas , como  Doutora Dalva  o respeito pelo seu trabalho  por si só  configura numa grande recompensa.
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Valeu, Dona Dalva!  Mulher baiana  que faz a  diferença.
                                                 Toque Poético



* imagens do Espaço Cultural “Casa do Samba de Dona Dalva” em Cachoeira, Bahia. Onde um grupo de pesquisadores da cultura  foi recebido por Dona Dalva, sua filha e demais amigos e parentes que ajudam a contar a história do Samba de Roda do Grupo SUERDIECK.

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