segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Por Dalton Costa






          BARCO-MUSEU SANTA MARIA




Um ano depois,o barco-museu Santa Maria volta a navegar nas águas do Rio São Francisco no trecho entre as cidades  Piranhas e Pão de Açucar,no sertão de Alagoas.A embarcação chegou nesta sexta-feira(7/12/2010) e vai até a próxima terça-feira(11/12/12),a antiga embarcação de passageiros passa pelos povoados Ilha do Ferro e Entremontes realizando oficinas de fotografias,videos e cinema de animação para crianças,adolescentes e adultos. As ações culturais são gratuitas e contam com arte-educadores de Maceió e artistas da própria região.
 O time é reforçado com a participação de diretor de curtas Ricardo Elia,do Rio de Janeiro e o professor do Anima Escola. Enquanto estiver ancorado,o barco-museu oferece visitas dirigdas com explicações sobre dezenas de esculturas que fazem parte do acervo da embarcação.

 Para a maioria dos moradores dessas cidades ribeirinhas,será o primeiro contato com expressões artísticas como fotografias e produção de vídeos. " Nossa missão é justamente possibilitar o acesso à arte para centenas de crianças e adolescentes afastados do centro cultural de Maceió e que nunca tiveram experiência artísticas", explica a artista Maria Amélia Vieira,idealizadora do projeto chamado "Cinema no Balanço das Águas " do Museu Coleção Karandash de Arte Popular e Contemporânea. De acordo com ela,foram feitas vários reparos na embarcação para garantir a segurança da tripulação e dos visitantes. 
Numa viagem cultural.A equipe de professores é formada por Pedro Otavio brandão(cinema),Juarez Cavalcante(fotografia),Rejeny Rocha(artes),Maria Amélia Vieira(artes),além de Ricardo Elia,da oficina de stop motion(a técnica que permite o filme de animação).Além destes,outros profissionais participam do projeto,como Dalton Costa, o diretor de cinema Glauber Xavier ;o desenhista Jorge Santos;o instrutor de artes Ricardo Lima;o fotógrafo
 Pablo Lucas; o designer gráfico Daniel Macedo; o diretor do Museu Casa do Velho Chico(PE),Antonio Jackson Borges Lima; o assistente de arte Eduardo Faustino e o assistente de produção Elson Madureira.

O Projeto " Cinema no Balanço das Águas" já está na segunda edição e é patrocinado pelo Programa de Cultura do Banco do Nordeste e BNDES.






sábado, 8 de dezembro de 2012







     SAMBA DE LATA DE TIJUAÇU                                     



    A comunidade de remanescentes Quilombola do distrito de Tijuaçu,municipio de Senhor do Bonfim,na região norte da bahia ,tem muito mais para mostrar dos seus costumes e cultura, além dos acarajés nossos de cada dia da praça nova do congresso em Bonfim. Tem o Samba de lata, uma manifestação que virou patrimônio cultural e nasceu da labuta diária misturada com a alegria das mulheres negras. Uma lata basta para levar a muitas gerações a dança das matriarcas. À sombra da barriguda, uma árvore nativa do sertão baiano, mulheres e crianças varrem o chão, molham a terra, num ritual que prepara a festa. O único instrumento: uma lata. O figurino caprichado e os adereços completam o visual das sambistas. Com pés no chão batido, apenas dois homens fazem parte do grupo e a música sai da palma da mão. Valdelice puxa o samba, acompanhando as batidas da lata. 
Essa é a mais forte expressão cultural de Tijuaçú, comunidade quilombola de senhor do Bonfim, no norte da Bahia, fundada em 1750.Buscar água de lata na cabeça, a pé, percorrendo todos os dias 18 quilômetros. a rotina de crianças, mulheres e homens negros de Tijuaçú. para transformar o sacrifício da falta d´água em diversão, nasceu o samba de lata. Samba de lata de Tijuaçú, único no Brasil, é patrimônio cultural reconhecido e multiplicado nessa comunidade de raízes negras. Valdelice puxa o samba. repete os versos que aprendeu com os avós. O resto do grupo se reveza no centro da roda. Para que as crianças aprendam cedo o valor da cultura negra, foi criado o 'latinha da mamãe', reproduzindo um movimento antigo, que também nasceu no quilombo.  Uma magia que atravessa gerações. Dona Julieta, ou melhor, Dona Menininha, como é chamada, aos oitenta e um anos, começou no samba aos dez, não consegue viver longe da roda. Em Lage dos Negros, velhos costumes sobrevivem à evolução dos tempos e as parteiras ainda são autoridade no velho quilombo. Fé e devoção aos orixás. A religião que veio da África é preservada pelos descendentes. Dos festejos das senzalas vêm a cantoria e as danças que atravessaram os séculos".

SAMBA DE LATA DE TIJUAÇU - SENHOR DO BONFIM - BAHIA

PIRITIBA E SAGA DE JARDELINO SATANÁS

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012



Tributo a João Cândido

Era bom ser marinheiro sentir a brisa do mar,
Roupa branca como a neve chegava a me emocionar,
Golfinhos saltitantes o navio a acompanhar,
Gaivotas e atobás eu ouvia me chamar João vem pra cá.
Meus queridos companheiros alegres a cantar,
Velhas canções de marujos ao luar...
Não éramos pretos nem brancos,
Éramos homens do mar tanta harmonia e beleza,
Por um simples capricho capitão veio mudar,
E o navio que era belo que me fazia sonhar,
Transformou-se em pesadelo em um grande navio negreiro,
Almirante em fazendeiro, capitão em capataz,
Botando os negros a ferros com a chibata a castigar.
Fiquei muito assustado comecei a lamentar,
No meu peito aquela dor a senzala voltou,
Disfarçada de marinha.
Como negro e lutador revoltei-me contra a chibata,
Denunciei os maus tratos, denunciei a esquadra,
Com os canhões apontado para Guanabara.
Internaram-me como louco minha voz foi calada,
Não calaram meu espírito minha alma idolatrada,
Sou João cândido guerreiro, marinheiro lutador,
Negro forte vencedor da revolta da chibata 
Foto: É com muita alegria que o Governo do Estado de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura e Fundarpe, recebe o tão aguardado anúncio da inscrição do FREVO na Lista Representativa  do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, realizada na 7ª sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, Paris, na manhã desta quarta-feira, 5 de dezembro. VIVA O FREVO!!!

É com muita alegria que o Governo do Estado de Pernambuco,por meio da Fundarpe e Secretaria de Cultura,recebem o tão aguardado anúncio da inscrição do FREVO na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial,realizada na 7ª  sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial,Paris,na manhã de quarta-feira,5 de dezembro. VIVA O FREVO!!!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Gonzaga - De pai pra filho: Trailer Oficial (HD)

gilberto_calungueiro




MESTRE GILBERTO CALUNGUEIRO



A pequena cidade de  Icapuí, é o município mais oriental do estado brasileiro do Ceará.Foi nessa cidade litorânea que no dia 6 de outubro de 1942,nasceu Gilberto Ferreira de Araújo,o Mestre Gilberto Calungueiro.Gilberto é um apaixonado pelo trabalho de teatro de bonecos.Tem 57 anos de dedicação à cultura popular.Além de ser responsável pelo entretenimento da sua comunidade. No ano de 2006,o Mestre Gilberto,foi reconhecido pela  da Secretária de Cultura do Estado do Ceará,como " Tesouro Vivo da cultura popular ".Um reconhecimento simbólico de sua importância no contexto cultural do estado.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Arievaldo Viana Lima




ARIEVALDO VIANA LIMA



Arievaldo é poeta de cordel,natural de Quixeramobim,no sertão do Ceará. Fundou,junto com o irmão Klévisson Viana,a Tupynanquim Editora. Responsável pelo projeto Acorda Cordel na sala de aula,pela prefeitura municipal de Canindé e pela Associação de Escritores,Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará - Aestrofe,responsável pelo blog Acorda Cordel na Sala de Aula. Com mais de 20 livros publicados,alguns dos quais adotados pelo MEC através do PNBE (programa Nacional da Biblioteca Escolar), e já escreveu e publicou mais de 100 folhetos de cordel. Membro da ABLC,cadeira,nº 40 de João Melquiades Ferreira da Silva.








Foi lançado no sábado(1/12),no Antiquário Restaurante,no Recife. O livro do escritor José Mauro de Alencar(Junior do Bode).Uma biografia em versos(um cordel) sobre  o poeta Cearense Antonio Gonçalves da Silva,ou Patativa do Assaré, o mais famoso dos poetas populares nordestino. O Canto do Patativa,que tirou  o primeiro lugar num concurso promovido Pelo  Minc no centenário do poeta. Um projeto que inclui a biografia rimada,uma pequena antologia e um DVD,com 13 poemas declamados em CD,sendo os poemas ilustrados no livro com xilogravura de Severino Borges. Na antologia ,consta A Triste partida(que Luiz Gonzaga considerava sua canção preferida),infelizmente de versos bastante atuais,para a realidade do Sertão nordestino.

sábado, 1 de dezembro de 2012





CEGO  ZÉ OLIVEIRA E A LUZ DA RABECA


  Zé Oliveira,faz parte de uma estirpes de cegos cantadores que esmolam pelas feiras livres de arruados e pequenas cidades nordestina. Filho de país alagoanos,que como tantos um dia vinheram em devoção ao "Padim Ciço" e não retornaram mais para sua terra. A prole dos Oliveiras aportou no sertão do cariri,em 1904,foram morar no sitio Baixio Verde. Zé Oliveira,foi batizado em Juazeiro do Norte,pelo então paroco local,Cicero Romão Batista. Nasceu cego e na pobreza,muito cedo conheceu o sofrimento.Um  certo dia pediu aos céus,uma luz uma guia para afastar o sofrimento de pedir esmola de porta em porta,e num verdadeiro milagre enxergou a música e a arte para aliviar o sofrimento. No ano de 1929,ganhou de um generoso Tio um presente inesquesivel e  que mais tarde se tornaría   um instrumento de trabalho,uma rabequinha. Dedicou-se ao instrumento,enquanto o único irmão alfabetizado fazia leituras dos versos de romances de cordel e assim Zé ia decorando as quadras , passou mais de 75 "rumance",entre tantos O Romance do Pavão,Princesa Rosa,João de Calais,O Capitão do Navio,Coco verde e Melancia,A peleja de Zé Pretinho com o Cego Aderaldo,O Preguisoso,Zezinho e Mariquinha,Negrão André Cascadura,Juvenal e o Dragão e tantos outros, para os frequentadores das feiras,com a trilha sonora da inseparável rabeca, nessa época viveu num mundo de poesia,apesar do cartão de memória visual está sempre vazio num mundo sem animação e imaginário que povoa a realidade dos cegos. Zé  Oliveira, tocou por muitos tempo nos reisados do vale do cariri,na companhia de um dos filho que era brincante,com a morte do filho perdeu o gosto pelo folguedo e deixou de tocar em reisados.  Era apaixonado pelo som das bandas Cabaçais,resolveu aprender a tocar pifano,  numa certa ocasião tocou um dia e uma noite,mas, a paixão de Oliveira era a rabeca. Com a rabeca fazia cantorias,particpava de festas de casamentos,batizados,renovações de santos,aniversários e em sentinelas,tocando "incelenças". Acredita que as emissoras de rádio ajudaram a minguar a farta agenda  dos   cantadores, diz que hoje só toca em romarias. Já tocou no Rio de Janeiro,São Paulo e Fortaleza,tocou na televisão,e diz que isso atrapalhou a carreira, pois muitos se recusa a dar uma contribuição acreditando que "por ter tocado na televisão o cego está rico". Em 1992,lançou pelo selo Cariri Discos,um LP duplo,Cego Oliveira,Rabeca e Cantoria. Considerado  um patrimônio vivo da cultura Cearense, Zé Oliveira segue a vida num vasto mundo de Privações além da luz dos olhos.

William Veras de Queiroz D.C -2010 - Santo Antonio do Salgueiro-PE.