quarta-feira, 31 de março de 2010

                                                                                          
NO ESTRADA DA PAIXÃO,TEM UM PARQUE DE PEDRA NO MEIO DO CAMINHO

Na estrada que nos leva a Nova Jerusalém,tem o Parque Memorial de esculturas de pedra  no meio do Caminho. O parque fica no Município de Brejo da Madre de Deus,no agreste pernambucano, a à 2 kms da cidade-teatro de Nova Jerusalém. Inaugurado no dia 2 de abril de 1981,o parque das esculturas possui origem na figura simples do artesão nordestino. Numa determinada época ,trabalhadores de Fazenda Nova,municipio de Brejo da Madre de Deus,encontravam-se sem atividades . Diante das circunstância, o Genial Plinio Pacheco,que tinha construido uma réplica da cidade de Jerusalém,resolveu aproveitar  a mão de obra ociosa e colocar mais um dos seus fantásticos projetos em ação, e assim as pedras cantaram no meio da caatinga agrestina. Munidos de ferramentas em punhos  quebraram o sono das pedras e as  transformaram em criaturas inanimadas do folclore nordestino sobre o granito.  

Através da criatividades dos artesãos,incitada pela razão de assegurar a preservação da memória pernambucana. Nos três meses que levam para confeccionar uma escultura tem expressivo significado para aqueles trabalhadores,é que eles acreditam que a figuram que produzem surge de dentro da pedra. Agrupadas em nove setores,cada uma com uma temática diferente,as 37 peças graniticas presentes no parque possuem o tamanho variável entre três e sete metros de altura. A partir da religião,da música e do folclore as esculturas contam a formação da gente nordestina. Desde a emblemática figura de Lampião até a vendedora de tapioca,muitos são os personagens apresentados no parque.  O passeio no parque pode ser realizado de carro quanto numa caminhada ao lado das esculturas. Tudo isso num cenário agrestino em meio a avelozes pedras e cactus,num contato direto com a cultura pernambucana. O parque das esculturas tem uma  área de 60 hectares e está aberta para visitação das 7h às 11h e das 13h às 17h durante toda semana. O ingresso custa 5,00 R$ para carros pequenos e 10,00 R$ para ônibus.  

William Veras de Queiroz 2010 D.C - Santo Antonio do Salgueiro-PE. 

segunda-feira, 29 de março de 2010

NOVA JERUSALÉM,O MAIOR TEATRO AO AR LIVRE DO MUNDO .

                  Nova jerusalém,situada no distrito de Fazenda Nova,município de Brejo da Madre de Deus,no agreste Pernambucano,a 180 kms do Recife,é lá que está o maior teatro ao ar livre do mundo,e que tornou-se internacionalmente conhecida depois que,em 1951,um grupo de amigos e parentes comemorou a páscoa de forma original,encenando o "Drama do Calvário," os atores,na maioria agricultores humildes,não poderia imaginar o sucesso em que se transformaria,com o passar do tempo,sua Paixão de Cristo. A encenação da Paixão de Cristo,passou a ser  uma tradição da familia Mendonça,que encenava a peça teatral pelas ruas do pequeno vilarejo. Com a entrada do gaúcho Plinio Pacheco na familia,em 1956,ele que era oficial da Aeronáutica e que casou com  Diva,uma das filhas de Epaminondas, o velho chefe do clã Mendonça,os sonhos não custaram a sair do papel. A iniciativa partiu do patriarca, depois de ter lido numa revista como os Alemães da cidade de Oberammergau encenavam a Paixão de Cristo.Já a idéia de construir uma réplica da cidade de Jerusalém partiu  do genial Plinio Pacheco,que levou doze anos para concretizar o seu projeto. Em 1968,foi inaugurada a cidade -Teatro de nova Jerusalém. Uma obra monumental  cercada por uma muralha de pedras com 100 mil metros quadrados e 70 torres.A grandiosidade do espetáculo também estão nos números:  são  550 atores e figurantes,400 profissionais que formam equipes de som,luz,maquilagem,penteados,contra-regras,guarda-roupa,hospedagem,alimentação,atendimento médico,segurança,administração,produção e coordenação;24 mil refeições são fornecidas a atores,equipes técnicas e administrativas durante a temporada de ensaios e de espetáculos;são 9 dias de espetáculos;860 refletores são utilizados para  iluminar cenários e platéias,num total de,aproximadamente 1,29 milhões de watts de potência;som de última geração com um sistema individualizado em cada um dos nove palcos-platéias da cidade- teatro com potencia total de 154 mil watts de potência;800 peças de figurinos fazem parte do guarda-roupa principal e roupas reservas; 13 catracas eletrônicas são colocadas para o acesso do público.  Os atores tomam cerca de duas horas para percorrer toda a área de encenação;sim,em vez  dos cenários serem alterados a cada cena,como em um teatro convencional,são os atores que se locomovem pelos cenários. Mais recentemente,atraída pela   fama   adquirida ao longo de anos pelo espetáculo de Nova Jerusalém, a Rede Globo se interessou em patrociná-lo e empresta-lhe a participação de atores do seu elenco,Suzana Vieira ,é a mãe do Salvador, Eriberto Leão,encena Jesus Cristo,Paulo Cezar Grande encena pilatos,Mauro Mendonça é Herodes,Dig Dutra encena Maria Madalena.  Isso deu maior visibilidade na mídia às encenações,mas a fama e o prestigio do espetáculos encenado anualmente ali são mais antigos. Em 2009, a estimativa é que 72 mil pessoas assistiram ao espetáculo,proviniente de 23 estados brasileiro e de 11 paises.  

William Veras de Queiroz  2010 D.C  Santo Antonio do Salgueiro- PE 

sábado, 27 de março de 2010

  
                                     MATINGUEIROS
     Eles  representam a mais pura tradução da cultura popular   no vale do São Francisco,traduzindo-se numa interlinguagem didaticamente globalizada ,incorporando elementos contemporâneos sem descaracterizar os folguedos tradicionais,grandes fontes de inspiração,recriação e farol que guia a linha de trabalho dos Matingueiros. Fundado no distante mês de Maio de 1999,em Petrolina, por um ex- Professor de literatura e redação,o recifense, Wagner Miranda.  Que trocou as praias do litoral pelas águas do  rio São Francisco,Ele veio para a região para dar uma sacudida no combalido movimento cultural da década de noventa,trouxe com ele  a influência do Mangue-beat que imperava na capital Pernambucana e do maracatú Nação Pernambuco. Reuniu artistas de vários seguimentos e montou um espetáculo de música e dança,com um rico figurino. Dentre os folguedos apresentados pelo grupo estão samba de véio,xaxado,maracatú,afoxé,maculelê,ciranda,caboclinho,côco,frevo,xote e baião e muitos outros que torna a cultura nordestina do Brasil numa das mais diversificadas do mundo. O grupo Tem três CDs lançados,que tiveram o auxilio luxuoso de grandes nomes da MPB como Geraldo Azevedo,Quinteto Violado,Hermeeto Pascoal,Dominguinhos,Genival Lacerda,Naná Vasconcelos,Siba,Jorge Mautner,Lia de Itamaracá,Jessier Quirino entre outros nomes de expressão da música Brasileira,que contribuiram para o engrandecimento do trabalho do grupo. O espetáculo traz toda essa riqueza musical,somadas aos movimentos e evoluções do balé Matingueiros que ao longo do show vestem mais de trezentas peças de um exuberante figurino composto a partir de manifestações folcloricas tradicionais: os bordados  e as cores dos maracatús. as canções e os figurinos são criados e produzidos pelo próprio grupo;sem esquecer que os elementos primordiais do sincretismo e da alquimia Matingueira tem suas origens sobre tudo além ponte,unindo Pernambuco e Bahia,Petrolina e Juazeiro .E para perpetuação do gênero,os Matingueiros oferecem oficinas e workshops didáticos de dança popular,percussão,adereçamento,fabricação de instrumentos,literatura de cordel  e composição musical,onde pessoas de qualquer idade deixam de ser apenas admiradores da cultura popular para serem criadores agentes propagadores. O espatãculo já levou a nossa cultural ao brasil e exterior. Foi o primeiro a levar a cultura Pernambucana a China,em 2002,onde fizeram 40 apresentações,de lá trouxeram além da experiência,alguns instrumentos que incorporaram aos que já tocam. Os Matingueiros pretendem comemorar os dez anos de carreira com shows,discos e um longa-metragem,pondo em evidência esse trabalho tão artesanal que numa profusão de sons, imagens   e expressõe celebram a identidade do nosso povo e mostram a grandiosa  arte de ser MATINGUEIROS.


William Veras de Queiroz 2010 D.C - Santo Antonio do Salgueiro-PE.    

quinta-feira, 25 de março de 2010

                                    Sobreviventes do massacre

CALDEIRÃO DE SANTA CRUZ DO DESERTO, UMA CANUDOS NO SERTÃO DO CEARÁ  

                                                            FINAL


                Padre Cicero resolveu alojar o Beato e os romeiros numa grande fazenda denominada de Caldeirão dos Jesuítas,situada no Crato,onde recomeçaram o trabalho comunitário,criando uma sociedade igualitária que tinha como base a religião. Toda a produção do Caldeirão era dividida igualmente ,o excedente era vendido e,com o lucro,investia-se em remédios e querosene. Em  pouco tempo, a organização e disciplina do beato e seus seguidores transformaram aquela terra abandonada,situada a 20 kms do Crato e com 900 hectares em terra produtiva. Lá a terra era de todos  e a terra era de ninguém. Esse era um conceito naquela comunidade. Os homens plantavam e colhiam coletivamente,mas não eram impedidos de cada um ter seu lote de terra,para plantar ,criar gado e outros animais.Uma espécie de comunismo primitivo reinava no Caldeirão,onde todos tinham trabalho,comida e felicidade terrena. No Caldeirão todos tinham sua casa e os orfãos eram afilhados do beato.Para a comunidade eram enviados,por Padim Ciço,Ladrões,assassinos e miseráveis,enfim,pessoas  que precisavam para trabalhar e obter sua fé.Havia práticas religiosa que assustava a vizinhança,tais como penitencias e rituais nas orações,mas não passava disso. Na fazenda também tinha um cemitério e uma igreja,construídos pelos próprios membros. A comunidade chegou a ter mais de mil habitantes. Com a grande seca de 1932,esse número aumentou,pois lá chegaram  muitos flagelados. após a morte de Pe.Cicero,muitos nordestinos chegaram a considerar o beato Zé Lourenço  como seu sucessor. Devido a muitos grupos de pessoas começarem a ir para o Caldeirão e deixarem seus trabalhos árduos,pois viam aquela sociedade como um paraíso,os poderosos,as classes dominantes,começaram a temer aquilo  que consideravam ser uma má influência.  O beato e sua comunidade eram caluniados pelos poderosos e pela imprensa da época.  A comunidade foi taxada de uma nova Canudos Comunista, e não tardou a primeira intervenção policial bater na porta do Caldeirão,foi em 1936, a frente das tropas estava o Tenente José Góis de Campos Barros,lá não encontraram o beato que foi avisado previamente,e que ficou presenciou um espetáculo de barbarie movido pelo anticomunismo,suspeitando haverem armas escondidas com os menbros da comunidade,a tropa invadiu casas,saqueou-as tentando encontrar o pretenso arsenal .Ameaçaram todos de morte. Ao fim atearam fogo nas casas,uma moça revoltada ateou fogo no corpo. Nada encontraram a não ser os instrumentos de trabalho. As tropas policiais ficaram por lá um mês,torturando e prendendo a população num curral a espera do lider da comunidade.em 1936, um dos lideres da comunidade Severino Tavares foi preso e levado para Fortaleza  por suspeita de participar do levante comunista de 1935.Fugindo da ação policial e acompanhado de cerca de mil pessoas o Beato organiza  outra comunidade conhecida como Mata dos Cavalos. em 1937,Severino Tavares é libertado, com o coração tomado de ódio e vingança  volta para o Caldeirão.no dia 10 de abril,outra expedição parte para o Caldeirão para o encontro com Zé Lourenço, as forças oficiais não contava com uma emboscada do grupo de Severino Tavares,um grande combate foi travado entre os grupos. No embate acabaram sendo mortos o Capitão José Bezerra e Severino Tavares.As manchetes não tardaram a surgir condenando ainda mais a comunidade. E os poderes públicos foram novamente acionados e o então Ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra pôs uma esquadra de três aviões a postos  para por fim ao Caldeirão. Em mais um espetáculo de barbarie os aviões sobrevoaram a região, dando rajadas de metralhadoras,segundo alguns mesmo jogando bombas, e matando um cem número de camponeses. Segundo depoimentos,levaram trens de cargas carregados de gente para Fortaleza. Após a dura chacina o beato ainda tenta erguer uma nova comunidade em 1938,porém, em apenas dois anos,são expulsos por mandato policial.neste mesmo ano Zé Lourenço segue para Exú,Pernambuco onde compra um terreno com poucos seguidores e organiza a comunidade União,baseada na liberdade e igualdade longe da perseguição policial,e no sossego que sempre buscou, ele passa seus últimos dias em terras Pernambucanas,onde veio a falecer em 14 de fevereiro de 1946,vitimado pela peste bubônica e, sem a sua figura a comunidade se dispersaría. Seu corpo foi carregado por cerca de setenta quilometros até Juazeiro do Norte,onde ainda hoje é possivel ver fiés visitando seu túmulo. o beato representa ainda hoje uma saída ao latifúndio. Ele morreu,mais suas idéias ainda estão vivas nos movimentos de luta pela terra no país.

William Veras de Queiroz   2010 D.C  - Santo Antonio do Salgueiro-PE.

quarta-feira, 24 de março de 2010

 CALDEIRÃO DE SANTA CRUZ DO DESERTO,UMA CANUDOS NO SERTÃO DO CEARÁ


                                                       TERCEIRA PARTE

                    Nos idos de 1920,um episódio traduziria de forma especial essa campanha desencandeada contra Zé Lourenço: a história do boi mansinho,tudo começou quando,por volta de 1900,Pe. Cicero recebeu de presente,do industrial Alagoano Delmiro Gouveia,um boi da raça zebu. Não tendo onde criar o animal, e demostrando confiança no seu discipulo,ele deixa o boi sobre os cuidados  de  Zé Lourenço. Pelo seu temperamento calmo,logo passa a ser chamado de mansinho. Como  se tratava de um presente do Padim Ciço,os moradores de Baixa D'antas tratavam com grande apreço o animal.Além disso,por ser um gado de raça,em pouco tempo mansinho,usado como reprodutor,melhoraria o rebanho local, até então formado por gado "pé-duro",ou seja, um gado resistente,mas de pouca categoria para a produção de leite e carne.
                 Depois da sedição de Juazeiro,os adversário politicos de Floro Bartolomeu e  Pe. Cicero se aproveitaram de um boato surgido do boi mansinho para divulgar a idéia de que José Lourenço era um fanático e adorava o animal como um santo. Circulou um boato de que os moradores de Baixa D'antas considerava o boi mansinho como milagreiro,usava a urina para cura de doenças e a raspa do casco como amuleto. O bispado do Crato,incomodado com a influência desse padre na região,ajudou a propagar essa idéia e passou a pressionar Floro Bartolomeu para dar fim àquele "antro de fanáticos,"novamente,como na "sedição do Juazeiro," uma disputa politica alheia ao povo da comunidade de Baixa D'antas  ,interfiriria  na tragetória de José Lourenço.Ele passou a ser o principal acusado de fetichismo  em torno do " Boi Santo",
             Em 1923,chega a Baixa D'antas ordem  para prender o Beato.Esse resolve, então, apresenta-se voluntariamente ao politico.  Ao apresenta-se o beato é preso.Não bastasse a prisão sem um crime,Floro ainda manda matar o boi Mansinho em frente à prisão. A carne foi oferecida ao beato José Lourenço,que recusou a comê-la. Depois da perseguições religiosa a Pe. Cicero, começaram a fazer circular que Zé Lourenço, não tendo mais vida de penitente,abusava da crendice do povo,apresentando o touro como  autor de milagres. Então se dia que a urina do animal era por ele distribuída como eficaz  medicamento para toda moléstia; que do seu casco era extraído fragmentos para, em pequenos saquinhos,serem pendurados no pescoço,como relíquias, à moda do santo Lenho;que todos se ajoelhavam em adoração ao touro e lhe davam de beber mingaus e papas;enfim,tudo que uma alma perversa possa conceber. Zé Lourenço ,tornou-se o foco das desavenças de Floro Bartolomeu,Pe. Cicero e o bispado. Com a prisão do beato e a morte do boi ,o deputado Floro quis acabar com a fama de apoiar cangaceiros e fanáticos. Somente com a intervensão de Pe. Cicero e de pessoas influentes do Crato,Zé Lourenço foi solto e retorna a Baixa D'antas. Apesar de tudo que passou na prisão e com a morte do boi Mansinho,Zé Lourenço não guardava ressentimentos e ficou amigo do político quando esteve preso,passando, e depois de solto, a almoçar  na residência dele quando ia ao Juazeiro. De volta ao Baixa D'antas ,o beato encontrou as lavouras destruídas,pois haviam soltado uma boiada na roça. Zé Lourenço  e a comunidade,ignoraram o ato de vandalismo e reconstruiram e replantaram o que foi perdido. Mas todo esforço foi  interrompido em 1926,quando João de Brito,proprietário do sitio arrendado pelo Beato,resolveu vender a propriedade, o comprador não aceitou a permanência da comunidade nas terras. Sem resistir, o beato,acompanhado dos seus seguidores,rumou,então, para Juazeiro do Norte. Reconhecendo a importância da experiência liderada por  Zé Lourenço, o Pe.Cicero autorizou a se assentar em outro sitio próximo do Crato,que seria de sua propriedade,conhecido como o Caldeirão dos Jesuítas. Ali, o beato iniciaria uma nova aventura, através da comunidade do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto.    

William Veras de Queiroz  2010 D.C   - Santo Antonio do Salgueiro -PE.
          

terça-feira, 23 de março de 2010


CALDEIRÃO DE SANTA CRUZ DO DESERTO,UMA CANUDOS NO SERTÃO DO CEARÁ 


                                                    SEGUNDA PARTE


        Baixa D' antas,era  mesmo o chão sagrado do Beato José Lourenço,apesar de árida e imprudutiva a terra , como sempre acontece na caatinga dos sertões nordestino,ele aceitou o desafio de fazer a terra produzir. E assim tratou de organizar os trabalhadores que o seguiram em busca do El Dourado de Zé Lourenço, que se manteria até o ano de 1926. Logo os frutos do trabalho coletivo e da disciplina ,apareceriam. O sitio Baixa D' antas se tornara um belo pomar,com milhares de pés de laranjeiras,coqueiros,mangueiras,mamoeiros,abacateiros,limeiras e cafeeiros,ao lado de uma bem cuidada cultural de algodão,cereais e de outras qualidades de hortaliças.
       A liderança do Beato Zé Lourenço era inquestionável na comunidade, não somente pelas habilidades que tinha com  o trabalho com a terra,mais também como guia espiritual daquela gente. O beato ia periodicamente ao Juazeiro e mantinha estreitos laços com o Pe. Cicero. Os moradores de Baixa D'antas passaram a vê-lo como um conselheiro.Tranformara-se no "padim Lourenço".  Seu espirito caridoso atraia cada vez mais romeiro que vinha para o Juazeiro buscando a benção do Pe. Cicero. Em Baixa D'antas não havia propriedade todos trabalhavam e colhiam os frutos. A comunidade já tinha quase  2000 mil habitantes, a mesa era farta e de orações. Não havia critérios para fazer parte da comunidade,bastava que estivesse disposto a levar uma vida pautada no trabalho e na fé. O sitio prosperou com relativa tranquilidade até o ano de 1914.  Nesse ano  Juazeiro do Norte virou palco de batalhas entre tropas enviadas pelo governador Franco Rabelo e jagunços liderados por Floro Bartolomeu. O conflito ficou conhecido como " Sedição do Juazeiro" ou guerra de 1914. Pe. Cicero, forte aliado politico de Floro Bartolomeu,convoca seus fiés para a defesa do Juazeiro. José Lourenço também foi para essa região durante o conflito, mas não se envolveu diretamente com os combates . Como em Baixa D' anta havia fartura, o beato limitou-se a fornecer alimentação para os jagunços que lutavam em nome  de Floro Bartolomeu e Pe. Cicero. as tropas rebeldes foram derrotadas em Juazeiro. Mas não deixaram de fazer estragos e causar destruição nas redondezas. O sitio Baixa D'antas,foi invadido enquanto o beato encontrava-se em Juazeiro . As benfeitorias que permitiam a opulência da comunidade foram destruidas. As casas foram incendiadas. foram muitas as atrocidades cometidas por lá. Zé Lourenço retornaria a Baixa D'antas  após o fim dos combates e não se abalaria com a destruição encontrada. Reorganizou a comunidade e, em pouco tempo,  a fartura voltou a reinar no local. Fartura essa que tornou o beato em uma figura pública. Os coronéis da região se incomodavam com a comunidade liderada pelo beato. Isso porque Baixa D'antas passou a absolver a mão-de-obra que antes era destinada aos latifundiários. Começaria então uma campanha para diminui o prestigio de José Lourenço, e as acusações de fanatismo e fetichismo não tardariam a tomar as páginas dos jornais Cearense.  

William Veras de Queiroz   2010  D.C  - Santo Antonio do Salgueiro- PE.

segunda-feira, 22 de março de 2010


CALDEIRÃO DE SANTA CRUZ DO DESERTO, UMA CANUDOS NO SERTÃO DO CEARÁ
  
                                                                      INICIO


         José Lourenço Gomes da Silva, nasceu em 1872, na cidade de Pilões de Dentro, cidade do sertão paraibano.Era filho de negros alforriados.Dedicou sua infância ao trabalho nas terra do latifúndio Paraibano. Por volta de 1886,o ainda jovem,fugira de casa com medo de uma surra prometida pelo Pai. A severa pedagogia do cipó e do marmelo utilizada pelo Pai ,incomodara  Zé Lourenço, e ele decidira tomar seus próprios rumos.Após sair de casa esteve na cidade de Serraria,também na Paraiba, onde trabalhou  como vaqueiro e amansando  burros e jumentos, as condições de trabalho não eram das melhores,porém conseguia escapar,ganhou dinheiro, comprou um bom cavalo bem arreiado,boas roupas e um terno. Alguns anos mais tarde resolveu voltar a Pilões de Dentro para rever seus familiares,lá chegando não os encontrou, e teve noticias de que haviam partido para Juazeiro do Norte,Ceará,assim como milhares de nordestinos,em busca das benção de Padim Ciço.Com o efeito,após os supostos milagres ocorridos naquela região por volta de 1889,ela se transformou numa meca para os nordestino. José Lourenço,determinado a reencontrar a familia,partiu numa manhã com romeiros de Pilões de Dentro. Durante a viagem encomodava-se com os benditos cantados pelos romeiros. Chegando em Juazeiro,logo separa-se dos romeiros e vai a procura dos familiares.Sem grandes dificuldades consegue encontrar a casa  onde seus  pais moravam. encontrou a cidade em rebuliço.o misticismo e a religiosidade popular fervilhavam através da figura do Padre Cicero Romão Batista.Foi pouco tempo para fazer amizade com um grupo de beatos. contrariando mais uma vez a vontade do pai,Zé Lourenço tornou-se beato.fez uma opção por uma vida simples e de penitencia,vestia-se a maneira de um frade,com uma batina de algodão tinto de preto,uma cruz nas costas,um cordão de São Francisco amarrado às  cintura. Ao assumir a condição de beato.José Lourenço tornou-se celibatário e passou a viver de esmolas e caridade. Além disso, pouco tempo depois ingressou  numa ordem de penitentes. Esses se reuniam à noite- em capelas,cruzeiros,cemitério ou em cruzes nas estradas  -e praticavam rituais de auto-flagelação como forma de purificação do espirito. Imbuído do espirito religioso do Juazeiro,em pouco tempo tornou-se amigo de Pe. Cicero,dele teve o aconselhamento para oculta-se em penitências para purifica-se. Assim o beato Lourenço fez, não se sabe quantos anos permaneceu oculto. No convivio com Lourenço, Pe. Cicero percebera sua capacidade de liderança e sua vocação no trato  com a terra. Aconselha,então,o beato a largar a penitência oculta e voltar  a trabalhar nas   roças. Em 1895 o beato Lourenço larga as penitências ocultas e volta para o Juazeiro. Mas tanto o beato quanto sua familia não se adaptaram a vida naquela cidade,haviam sido criados nas fazendas,trabalhando tanto com a terra ,e cuidando do gado e não se acostumavam com a vida urbana de Juazeiro. Com a ajuda de seu Padim, o beato consegue arrendar uma porção de terra no vale do Cariri,no municipio do Crato.

William Veras de Queiroz 2010 D.C  Santo Antonio do Salgueiro-PE.

sábado, 20 de março de 2010

EDUARDO ABRANTTES, O MENESTREL DA CAATINGA


    Competente  músico  que é,podería ter trilhado por  outros caminhos,e dessa forma,conhecer de perto as luzes e o glamour do showbizz nacional,mas ele não amava os Beatles e nem tão pouco os Rolling stones,e para o bem de todos e felicidade geral da nação; Ele afinou seu instrumento de corda pela violinha pulo de bode dos errantes cantadores do semi-árido nordestino,num verdadeiro pacto de orgulho e compromisso com a cultura popular.E assim, ele 
dedicou a seu Deus um canto novo, com suas trovas,puluxias e incelenças. Tornando o maior seguidor da obra  de Elomar Figueira Melo,o bardo das barrancas do Rio Gavião.
     Eduardo Abranttes,Paraibano,da cidade de Souza.municipio  encravado na mesoregião do sertão do estado que durante o ciclo das entradas no sertão,pertenceu ao dominio da casa da torre da Bahia,de Teodósio e Francisco Oliveira,donos das terras que constituia os vales dos Rios do Peixe e Piranhas,região que um dia também foi morada dos Dinossauros e que hoje tem um dos maiores sitios Arqueológico de pegadas preservadas do mundo.Foi no convivio  desse ambiente de tantos contos e histórias  que o menino Eduardo viveu sua infância e seguindo o fado de Cantador, num dia distante, colocou a viola no saco  e sobre as bençãos de Nossa Senhora dos Remédios foi prá terra da garôa,e,entre São Paulo e o Paraná ele fez história nos festivais de músicas de Toledo,Maringá,Sampa e tantos outros,defendendo a sua música e a cultura nordestina. Eduardo,móra a 28 anos,entre Olinda e Recife. Em 2005,gravou o CD,Cantigas do Sertão,um grande registro para a música regional,também no mesmo ano,integrou como cantor e compositor, o grupo de música experimental A Uzina. no ano de 2008, ele lançou o projeto " Do Sertão à Conquista " onde fazia uma leitura dinâmica e musical da obra do Mestre Elomar.   Eduardo Abranttes,segue a vida,soltando a voz na estrada,seguindo a sina dos cantadores. Ele tem um  público fiel  ,com  um trabalho autoral refinado e de muito bom gosto. Tem um repertório com base na MPB, com inserções de forró,maracatú e cantoria. Viva o Menestrel da Caatinga, viva a música popular.

William Veras de Queiroz 2010 D.C - Santo Antonio do Salgueiro-PE.   

quinta-feira, 18 de março de 2010















ANTÔNIO BARRETO-UM HOMEM CORDELISTA E CORDIALISTA, A HISTÓRIA (1ª PARTE)
O menino Toinho de Mariinha cresceu brincante entre animais e plantas no ambiente bucólico de comunidade rural do sertão onde, apesar da paisagem árida, havia presença de rios. O pano de fundo da cena era uma esplendorosa serra de morros. Marco divisório entre os municípios de Tanquinho e Santa Barbara, sua terra natal. Já desde criança Antônio Barreto gostava de assistir e participar, quando possível, das brincadeiras do lugar. Corrida de Saco, Bumba-boi, Tiração de Argola, Cantoria de Viola, Trezena de Santo Antônio, entre outras tradições locais. Aos 13 anos, mudou-se para a sede do município, onde pôde se aproximar de mais uma de suas paixões. Para ele, os ambulantes e os vendedores de livretos de cordel eram verdadeiros artistas das feiras-livres de Santa Bárbara. O fascínio era tal que ele só parava de apreciar a atuação dos mascates quando “convocado” pela a avó, com um puxão de orelha, a ir de volta para casa. “Me encantava a maneira como o camelô vendia o seu produto na feira. Como ele seduzia o comprador. E isso o cordelista também fazia para vender o seu folheto de cordel. Ele tinha de ser muito lúdico, muito brincalhão. Aquilo me encantava”. Assim lembra o cordelista, com certa dose de saudosismo. Antônio Barreto só não deve sentir saudades da maneira hostil que era tratado por alguns conterrâneos à época. Filho do comunista Pedro Barreto, o garoto sofria os preconceitos dos tempos de exceção. Nem sequer sabia o que era comunismo, mas não lhe agradava os chamados de “filho de comunista!” “Eu não tô entendendo, meu pai é uma pessoa boa, é de partilhar tudo que ele tem, por que ele é chamado assim?”. Hoje a auto-indagação é lembrança de uma questão sem resposta para a mente do menino Barreto à época. A Igreja de Santa Barbara também censurou e, para não ficar pagão, o menino Toínho Barreto precisou ser batizado em Feira de Santana. O Padre local não deixou o dono da padaria (Jaime Azevedo), que seria o padrinho do menino, entrar na Igreja. Antônio Barreto recorda que o pecado do padrinho era ser negro, comunista, espírita e intelectual auto-didata. Tom Zé diria que é contraversão demais para um homem só. Então, só cantando para espantar os males. Aos 14 anos, Antônio Barreto atuou nos programas de calouros do auditório público da cidade. No roteiro, a apresentação de sucessos interpretados por Jerry Adriane e Vanderlei Cardoso. Só mais tarde, descobriu Raul Seixas e, embalado pelas músicas do “maluco beleza”, aprendeu a tocar vilão. Nos anos 1980, já morando em Salvador, para onde foi, devido a necessidade de estudar o ensino médio, filiou-se ao Raul Rock Clube. O fã clube oficial do artista baiano era sediado em São Paulo e dirigido por Sylvio Passos. Através de Cartas, Barreto se mantinha atualizado sobre a carreira do artista. A imagem da carteira dele (sócio 10093/83) foi reproduzida na contracapa do cordel “O Encontro de Raul Seixas com Zé Limeira no avarandado da lua.” Na capital baiana, Barreto trabalhou no Pólo Petroquímico por 23 anos. Hoje está aposentado do emprego de alta periculosidade, onde exercia a função de Operador de Processo, trabalhando com benzeno e volume sonoro acima de 90 decibéis. Emprego de alta responsabilidade. Corria-se risco de explosão e vazamento letal. Um contemporâneo de Barreto acidentou-se e faleceu no hospital. O trabalho de Antônio Barreto, no Pólo, não foi resumido à responsabilidade e tragédia. Naquela época, em que já dava aula no turno noturno, lançou o “Cordel da qualidade de vida” e se apresentou na empresa. Só que ainda “não levava o cordel a sério”. Só depois da aposentadoria, em 1999, começou a praticar mais. Os amigos foram incentivando, incentivando... A esta época já havia escrito dois livro de poesias, Rimas e Loucuras (1985) e Uns Versos Outros (1995). Só dez anos depois, ao concluir oficina com Maria da Conceição Paranhos, publicou Flores de Umburana (2006), pelo selo Letras da Bahia - Fundação Cultural do Estado. No ano de 2004, Barreto fez uma oficina de cordel com Jotacê Freitas, a quem considera uma alma de luz, um irmão, um mestre. Daí não parou mais de fazer cordéis. E segue levando sua vida extrovertida, no seu papel de cinqüentão-solteirão, pai de três filhos. Após conviver com a mãe de sua primeira filha, hoje com 23 anos, partiu para “carreira solo” e teve o segundo filho (22 anos) e o terceiro (13 anos). E que Antônio Barreto siga fazendo seu cordelismo, com todo cordialismo.

Rosemary Borges Xavier, 2010-D.C-Cajueiro-Recife-PE

quarta-feira, 17 de março de 2010


               BANDA CABAÇAL IRMÃOS ANICETO


         Elas  são  a mais pura expressão da manifestação da cultura popular nordestina. A origem remontam às tradições Portuguesa,Africana e principalmente Indígenas,como é o caso da Banda cabaçal mais famosa do Ceará, a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto do Crato,que tem descendência dos Indios Cariris. A caracteristica principal da banda é a formação com pifanos,zabumbas e caixas. Essas bandinhas ganham novos nomes conforme os estados,no estado da Bahia são  conhecidas como "Calumbi" ,já em Alagoas ganha o nome de "Carapeba" ,em Pernambuco Pifanos e no Ceará,Bandas Cabaçais. a mais antiga e tradicional do nordeste é a Banda de Pifanos de Caruarú dos irmão Biano, a muito tempo radicada em Sampa.
A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto do Crato,surgiu no século XIX  ,com o agricultor José Lourenço da Siva,que transmitiu seus conhecimentos musicais para filhos e netos. O grupo compõe inspirado no trabalho da roça e na observação do cotidiano da vida do sertão. Tocando em festas populares e religiosas como casamentos,batizados e procissões, a banda Cabaçal também tem muita representatividade no estado da Paraíba, e é um exemplo de resistência cultural, e popular e tradicional no nordeste. O ritmo tradicional tocado pelas bandas é o baião,porém ritmo mais tradicionais como valsa e  a marcha também são executados. Além da música, os  integrantes das bandas também dançam, incorporando movimentos intuitivos e teatrais a sua apresentação.
  E assim como aprenderam com o pai, não deixarão a música dos Anicetos  desaparecer. Os instrumentos da Banda são fabricados por ele mesmo,conforme o segredo que passam de geração para geração. A banda é formada por Antonio e Raimundo nos pifanos,cicero na caixa e Joval nos pratos e Adriano na zabumba. e assim tentam eternizar  o som da Banda Cabaçal do  Crato por séculos e séculos,Amém.

William Veras de Queiroz 2010 D.C - Santo Antonio do Salgueiro- PE.


terça-feira, 16 de março de 2010


NAURÊA-UMA MISTURA DE RITMOS QUE DEU CERTO

A Naurêa é uma banda totalmente sergipana, formada em 2001, toca um ritmo que mistura samba e baião, além de outras batidas influenciadas de diversas tendências musicais. O sambaião é o groove da Naurêa que nasce da zabumba e do surdo. Nasce também de um trio de forró (sanfona – Leo Airplane –, zabumba – Márcio de dona Litinha – e triângulo – Alex Sant'Anna), do cavaquinho – Aragão –, do surdo de samba – Patricktor4 – da guitarra - Abraão Gonzaga - do baixo italiano de Antonio Borrelli e da cama percussiva, com congas, timbales, caixas – Betinho da Maloca. Naurêa tem ganhado destaque ao longo de sua história, ultrapassando as fronteiras do Estado de Sergipe, além de ser presença garantida nos eventos mais importantes em sua terra natal, embalando o público com canções comoÁlcool ou Acetona”, “Bomfim”, “Pra Ingrês Vê”, “Sexta Feira” (com participação de Silvério Pessoa), “Hoje Tem Forró”, “Manga Verde”, “Sambaião Serial”, “Que Oração”, “Fé e Umbigada”, “A Peleja de Lampião”, entre outras. Naurêa chegou até a Alemanha durante a Copa de 2006, num show que abriu caminho para turnês pela Europa. Some-se a isso a participação no Mercado Cultural, no Rec Beat e na FMI (a Feira da Música Independente Internacional) de Brasília. E nas citações na imprensa nacional – como na matéria "A música fora do eixo", publicada na revista Carta Capital. Apesar de apenas ter sido criada em 2001, já lançou uma demo (O pop do forró), o primeiro CD (Circular Cidade ou estudando o plágio), um ep (Kda vez + negaum) e o segundo CD (Naurêa apresenta: o sambaião). E já aponta para mais dois projetos o DVD. Foi dia 05/03/2010 na rua da cultura, gravação do DVD da Naurêa com participação de Genival Lacerda, Nino Karva, Dj. Dolores, HotBlack, Silvério Pessoa e Isaar. DVD com um CD ao vivo e o seu terceiro CD: Baleska. A música resultante da mistura de ritmos diversos impede que os espectadores fiquem parados. Há os que resistam, mas não por muito tempo. Há os que tentam descansar, recuperar o fôlego, mas todo mundo dança. É para o suor pingar de bica. Naurêa traz música de qualidade, muito agito e animação. Definitivamente a Naurêa se firma como uma das bandas que compõem a nova música brasileira. Com seu sambaião, a banda propõe uma música despojada que reverencia a tradição do forró e aponta para as várias possibilidades da música das periferias do mundo. Quer saber mais, acesse: www.naurea.com.br, tudo sobre a banda: discografia, fotos, videos e músicas para download. E também estão no http://www.elocompany.com.br/. Vamos lá conferir, um abraço a todos.

Rosemary Borges Xavier, 2010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco.

domingo, 14 de março de 2010

           ZÉ DE CAZUZA,MEMÓRIA VIVA DA POESIA POPULAR
            José Nunes Filho,Nasceu na Fazenda Boa Vista,no municipio Paraibano de Monteiro,em 13 de dezembro de 1929.Ele é fiel depositário  da poesia popular  e do improviso de viola.Zé de Cazuza ,do alto dos seus 80 anos,ele  se mantém com uma capacidade extraordinaária e guarda na cachola centenas e mais centenas de  causos,poemas,pelejas e canções de alguns dos maiores nomes da história do repente.Parte deste tesouro                                                   
ele perenizou no livro "Poetas Encantadores". Zé de Cazuza, é considerado o gravador humano,que decora  versos  a 70 anos,o dom  dele tem sido aproveitado por muitos pesquisadores e históriadores do repente de violas,muitos recorrem ao gravador humano para editar algo sobre   poesia popular. Ele é herdeiro de  uma tradição de bardos repentistas que remonta aos primeiros nomes do gênero,Zé de Cazuza,cujo pai também era porta,e em sua casa ia Lourival Batista e Pinto do Monteiro,dois dos maiores do seu tempo. Foi ouvindo os dois que ele começou a decorar versos. Graças a Zé de Cazuza foram preservados versos de cantadores que ele não chegou a conhecer,que lhe foram ensinado pelos mais velhos ou por alguns que conheceu pouco,como o lendário Antonio Marinho, de São José do Egito. Embora tenha convivido com várias gerações de repentista,não é passadista. Para ele como existiram ótimos cantadores no passado,existem ótimos cantadores no presente: A diferença para os de antigamente é que eles eram mais atrasados. Atualmente tem cantadores extraordinários,como Ivanildo Vila Nova e Os Nonatos, diz Zé de Cazuza,que é também poeta e já chegou a ser cantador de viola,mas por pouco tempo:    " Ia uma caravana de cantadores para São Paulo,isto em 1970,eu ia só acompanhar,iriam seis cantadores comigo ficava  sete Então tiraram um,e  eu fui como cantador . E me dei bem.Zé de Cazuza mora hoje na cidade Paraibana do Prata.os filhos também seguiram pelo caminho das artes, Miguel Marcondes e Luiz Romero são integrantes do grupo de música regional Vates &; Violas  o terceiro tem um trabalho ligado as vaquejadas. Assim a arte não abandonou o gravador  humano nos seus 70 anos de arte, e esse legado cultural ,segue vida afora.

William Veras de Queiroz 2010 D.C   Santo Antonio de Salgueiro -PE.

sábado, 13 de março de 2010


                      
                   SAMBA DE VÉIO, DA ILHA DO MASSANGANO


               " Nessa água que não pára ,de longas beiras" como diria Guimarães Rosa. O rio segue seu curso lento e caudaloso,abraça  a ilha e sua terceira margem, lava a copa das folhagens das ingazeiras em seu eterno mergulho,na ponta da proa a carranca emerge sorridente  sob a guia do exausto barqueiro que volta para o descanso dos justos com o cair da tarde. Quando a lua no céu  dá volta e meia, o batuque vai aonde o ouvir se espande, e a dança vai pela madrugada a dentro, celebrando a tradição de um povo que constrói sua história  em cada batida de pé.E assim a história  se repete na ilha do Massangano,banhada pelas águas do Rio São Francisco,  a 15 kms da cidade de Petrolina.os relatos do folguedo está nos corações e mentes dos ilhéus como um patrimônio,herdado pelos ancestrais, e brotam em constante depoimentos. " Quando eu era criança, papai tomava conta do samba de véio .Meia-noite o pessoal saía de porta em porta,acordavam os moradores de surpresa e de manhã cedo comiam um bode assado.Quando o samba terminava,todo mundo ia raspar mandioca." Eis a primeira lembrança que a memória de Conceição consegue acolher,  em seus 45 anos de vida. Uma vida pacata e tranquila,que contrasta com o ritmo frenético da dança.todo ritual inicia com a formação de uma roda,ao som dos cantos(com voz solo e em coro),palmas,pandeiros ,triangulos e,como principal instrumento de percursão e um dos elementos de identidade,tamboretes feitos de couro de bode,que durante o dia têm a função primordial de servir de assento.Quem vai para o meio da roda sempre improvisa o sapateado,contagiando as pessoas ao redor. o bamboleio sereno do corpo,marcado por um pequeno movimento dos pés,da cabeça e dos braços,acompanha o ritmo da música. No centro da roda quando o movimento vai extenuando,entre dez e vinte segundo o brincante é substituido com uma curiosa umbigada. Na roda do samba não existe platéia e a próxima vitima da umbigada pode ser você. A única saída é cair no samba. Aqui, quando vai nascendo vai logo aprendendo a dançar.Eu entrei com dez anos porque,naquele tempo,nossos  pai não nos levava a lugar nenhum.Eles saiam e nos deixavam presos em casa. com dez anos, eu só saia porque era samba de véio. se fosse um baile os pais não deixavam.Mais os meninos de hoje... Todos são sambistas". Afirma dona das Dores,que nasceu a 72 anos no porto da cruz,onde se brincava o Samba de véio. E assim os depoimentos se mutiplicam na retórica de um povo que através da dança  e tradição descobriu onde móra a felicidade.

William Veras de Queiroz  2010 D.C  Santo Antonio do Salgueiro -PE.  

sexta-feira, 12 de março de 2010

OLINDA-O TEU MAR ME FAZ SONHAR

RECIFE/CASÁRIO ANTIGO DA RUA DA AURORA/QUANTAS HORAS PASSAMOS AO VER A LUA PRATEANDO O ESPELHO DO CAPIBARIBE

Homenagem as aniversariantes

Recife e Olinda tão lindas
Uma olhando a outra
De frente imponentes

Olinda o que diz:
Recife menina/mulher/feliz
Com tamanha grandeza e leveza
És toda beleza
E por sobre este Rio tão frio e sombrio
Pusestes tuas pontes
Deixando passar
Teus filhos brincantes
Tal qual figurantes nas noites distantes

Recife o que fala:
Olinda menina/dona/senhora
Não te demoras na hora
Pois sobes ladeiras
Ladeiras ensaboadeiras
Por onde percorres com pernas ligeiras
Convidas teus filhos brincantes
Tal qual como antes nas noites distantes
Pois, agora descansas; que já chegou a quarta-feira

VIVA OS 475 ANOS DE OLINDA E OS 473 ANOS DE RECIFE

Rosemary Borges Xavier, 2010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco

quinta-feira, 11 de março de 2010



AMEÇA NUCLEAR - DIRETOR DO MUSEU DA PAZ DE HIROSHIMA ALERTA QUE RISCO DE UMA BOMBA CAIR NAS MÃOS DE TERRORISTAS E SER DETONADA É ALTO
Hiroshima (Japão) – Em 2009, o mundo lembrou os 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial, o maior conflito armado da história, responsável pela morte de cerca de 50 milhões de pessoas. O episódio reservou dois de seus capítulos mais dramáticos para seus instantes finais. Às 8h15 de 6 de agosto de 1945, uma segunda-feira, com Adolf Hitler já morto e a Alemanha rendida, o mundo conheceu uma nova face do terror. A primeira bomba atômica (1) usada contra seres humanos explodiu a 600 metros acima da cidade japonesa de Hiroshima, lançada por um avião B-29 norte-americano, apelidado de Enola Gay pelo coronel Paul Tibbets, piloto da missão. Cerca de 70 mil pessoas morreram entre a detonação e os dias que se seguiram. Até dezembro daquele ano, o número de vítimas chegaria a 140 mil, ou 40% das 350 mil pessoas que estavam na cidade naquela manhã. Sobre Nagasaki foi lançada uma bomba ainda mais poderosa do que aquela que varreu Hiroshima. Apelidada de Fat Man (homem gordo), ela tinha 3,25m de comprimento, 1,52m de diâmetro e 4500kg. Em seu núcleo, havia plutônio-239, o gerador de uma explosão equivalente a 21 mil toneladas de TNT-trinitro tolueno. Apenas três dias depois daquele horror, às 11h02 de 9 de agosto, foi a vez de Nagasaki, distante 320km de Hiroshima, experimentar o inferno. Também lançada por um bombardeiro B-29 dos Estados Unidos, uma segunda bomba atômica — de poder ainda mais destrutivo que a primeira — varreu a cidade, matando 74 mil dos 240 mil habitantes e ferindo outros 74 mil. O diretor do Museu da Paz de Hiroshima, Steven Leeper, faz um alerta: o risco de uma nova bomba atômica assombrar o planeta parece iminente. Aos 62 anos, completados em 20 de novembro, Leeper viveu quase a metade de sua vida no Japão. Ele chegou a Hiroshima em 1984 e, rapidamente, se envolveu com o Museu da Paz. Em 1986, começou a atuar como tradutor no museu. Nomeado diretor em abril de 2007 pelo prefeito de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, Leeper é um dos principais ativistas da ONG Mayors For Peace (Prefeitos pela paz), que luta pela abolição das armas nucleares do mundo. Segundo ele, a única forma de evitar uma nova catástrofe é extinguir todas as ogivas. Caso contrário, será muito difícil conter o desastre. “Nossa principal preocupação é que grupos terroristas consigam acesso a armas nucleares”, explicou. “Se fizerem isso, certamente irão utilizá-las”, advertiu. Leeper lembrou que já foram descobertos planos no Afeganistão em que grupos terroristas planejavam detonar uma bomba atômica nos Estados Unidos. “Os militares descobriram esse plano, que foi batizado de ‘Hiroshima americana’”, contou o diretor. A Corrida armamentista-“Se as armas nucleares continuarem se multiplicando, esses grupos (terroristas) certamente, em algum ponto, terão acesso a elas, e o controle vai se tornar impossível”, afirmou Leeper. Oficialmente, nove países possuem armamentos nucleares como mostra a figura acima, incluindo a Coreia do Norte, que, em maio do ano passado, realizou um teste “com sucesso”, segundo os militares daquele país. A polêmica sobre a proliferação dessas armas ganhou força com a iniciativa do Irã de tentar enriquecer urânio em seu país. O presidente Mahmud Ahmadinejad garante que a ação tem fins pacíficos. Sob esse pretexto, Teerã obteve apoio do governo brasileiro. “Nesse sentido, nossa maior preocupação é com Israel. Como o país possui armamentos atômicos, os vizinhos se sentem ameaçados e também querem desenvolver essas armas. Isso leva a uma corrida armamentista”, disse o diretor do museu. Mobilização- Em 1985, em Hiroshima, a Mayors For Peace organizou sua primeira conferência mundial. Quase 25 anos depois, o movimento conta com o apoio de 3.241 prefeituras, de 134 países. No Brasil, as cidades de Belém, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Canoas e Novo Hamburgo (RS), Santos e Osasco (SP) já se juntaram à ONG. “A nossa ideia é unir o apoio do máximo de cidades em nossa causa. E por que cidades? Porque elas são as que verdadeiramente sofrem com as guerras e os bombardeios, e não os governos”, esclareceu o norte-americano. Apesar disso, Leeper sabe que, no fim das contas, são os governos que decidem. Por isso, todas as atenções da Mayors For Peace estão voltadas para maio deste ano, quando Nova York sediará uma conferência para discutir o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), criado em 1970.
Para ele, existem dois caminhos sendo traçados simultaneamente no planeta. “Estamos nos movendo em duas direções. Tem gente trabalhando para eliminar as armas nucleares e gente querendo continuar a desenvolvê-las.” Segundo o ativista, apenas nos EUA são gastos US$ 55 bilhões ao ano no desenvolvimento de armas nucleares e em sistemas para operá-las. De acordo com o diretor do Museu da Paz de Hiroshima, o planeta caminha rumo a um futuro de graves problemas nas próximas décadas. Aquecimento global, superpopulação, escassez de recursos, fome e por aí vai. A lista é longa. Nesse sentido, Leeper destacou que a abolição das armas nucleares é o primeiro dos desafios. “Sei que é difícil, mas temos que conseguir. Caso contrário, faremos desse planeta um lugar inabitável”, advertiu. “Acabar com as armas nucleares é fácil. Depende de poucas pessoas (presidentes) quererem.” O apelo é coerente. O risco nuclear, que aterrorizou Hiroshima e Nagasaki há quase 65 anos, ainda existe, mesmo com o fim da Guerra Fria.

Rosemary Borges Xavier-2010-D.C-Cajueiro-Recife-PE

terça-feira, 9 de março de 2010


FÉNDÔ: A AVE GUERREIRA
A elocompany lançou o documentário que é uma homenagem a Féndô, cujo nome de batismo é Ana da luz Fortes do Nascimento, Féndô na sua língua quer dizer Ave, era portanto uma Ave, uma índia kaingang que lutou contra a perda das terras do Toldo Chimbamgue em Chapecó (SC). O vídeo trata de sua vida fazendo paralelos com o problema da demarcação de terras indígenas no Brasil e especificamente em Santa Catarina. Além disso, o documentário traz depoimentos de Féndô que explicita o seu ponto de vista frente os problemas do crescimento da cidade de Chapecó, que fica a oeste de Santa Catarina, sua opinião serve como um alerta ecológico. A média-metragem sobre esta centenária, mostra sua participação na longa luta para a recuperação das terras do seu povo. O documentário foi premiado como melhor Vídeo Educativo no I Festival da Terra, 2000, em Brasília, promovido pela CONTAG, e Menção Honrosa no 7º CineEco (Serra da Estrela, Portugal). Este trabalho que subsidia estudos e debates sobre a questão indígena nos meios universitários. É mais uma das páginas da nossa história que por longos anos ficou no desconhecido mundo das nossas memórias tribais. O documentário foi produzido no ano 2000, sobe direção de Penna Filho, com duração de 25 minutos, pode ser conferido no site:
www.elocompany.com.br.
Rosemary Borges Xavier, 2010-D.C-Cajueiro-Recife-PE

segunda-feira, 8 de março de 2010


MARIA BONITA-A RAINHA DO CANGAÇO

Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita, nasceu em 8 de março (Dia Internacional da Mulher) de 1911, no sítio da Malhada da Caiçara, povoado da então cidade de Santo Antonio da Glória (BA). Depois da emancipação, o endereço da rainha do cangaço passou integrar a cidade de Paulo Afonso (BA). A casa onde Maria Bonita nasceu e viveu tem cinco cômodos e um externo, usado na época como depósito. A casa aproximadamente 50 metros quadrados Depois da varanda, uma sala com cerca de 12 metros quadrados abrigava a família. Em seguida, uma espécie de hall separava os dois quartos do imóvel e a cozinha.
Lá viveram os pais da cangaceira, Maria Bonita e outros dez irmãos (Benedita, Joana, Antonia, Francisca, Dorzina, Zé de Déa, Izaias, Ozéas, Arlindo e Ananias). A partir do ano de 2006 quando a casa foi restaurada, o endereço virou atração turística na cidade. “A obra demorou cerca de dois a três meses. Foram investidos R$ 75 mil pela prefeitura no projeto”, disse o historiador João de Souza. Dentro da casa há uma exposição fotográfica com imagens de Maria Bonita, Lampião e de cangaceiros da época. Também estão expostos um banco de madeira, um fogão e um pote de água, considerado a geladeira da época. Do lado de fora, o quintal abriga uma árvore conhecida na região como barriguda e um umbuzeiro, que oferece sombra para dois bancos de pedra. O povoado de Malhada da Caiçara fica a cerca de 38 quilômetros de Paulo Afonso. Ainda hoje moram parentes de Mara Bonita na vizinhança. Segundo Souza, Maria Bonita saiu a primeira vez da casa quando tinha 16 anos. Ela se casou com José Miguel, conhecido como Zé de Nenê. Em 1929, depois de 15 dias separada do primeiro marido, ela conheceu Lampião. “O marido dela era muito boêmio e eles viviam brigando. Em uma dessas brigas, ela voltou para a casa dos pais e não quis mais saber do marido. Foi aí que ela conheceu Lampião”. Maria bonita viveu no local de 1911 a 1929. Hoje dia internacional da mulher e aniversário do centenário de Maria bonita, uma mulher pioneira em todos os exemplos que podemos tomar, o Sol Vermelho presta homenagem, a todas que foram, são e serão tal qual a rainha do cangaço.

Rosemary Borges Xavier, 2010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco.

domingo, 7 de março de 2010


ZÉ CABOCLO, FEZ DA BRINCADEIRA DE CRIANÇA SEU OFÍCIO
Zé Caboclo - José Antonio da Silva (1921-1973), casado com Celestina Rodrigues de Oliveira foi também discípulo de Vitalino”. Filho de louçeira desde criança modelava brinquedos de barro. Foi o caminho inicial para se tornar um dos mais conceituados “bonequeiros” do Alto do Moura, em Caruaru-PE. Zé Caboclo trabalhava junto com seu cunhado Manuel Eudócio, irmão de sua mulher. Há várias criações referentes ao cotidiano sertanejo atribuídas aos dois parceiros. Uma delas é a representação do olho nas figuras através de um pequeno relevo pintado de branco com um pontinho preto no meio. Outras criações da dupla se refere a série “os profissionais” : dentistas, advogados, médicos, delegados, juízes etc. O artista criava também moringas e jarras antropomorfas, representações do Bumba-Meu-Boi, do Maracatu, sem nunca ter visto uma apresentação, também criava santos católicos, foi um dos ceramistas a introduzir o negro em suas peças. Muitos de seus filhos e filhas e descendentes, continuam em atividade em Alto do Moura, Caruaru-PE. Dentre eles sua filha Marliete Rodrigues da Silva, nascida em 1957, especialista em esculpir cenas típicas da região através de miniatutas. Usa o espinho do mandacaru para “bordar” as peças. Zé Caboclo têm peças no acervo de importantes museus e coleções particulares: Museu do Barro, também conhecido como Espaço Zé Caboclo em Caruaru-PE; Museu do Homem do Nordeste no Recife-PE; Museu Casa do Pontal no Rio de Janeiro-RJ ; Museu do Folclore Edison Carneiro no Rio de Janeiro-RJ e Museu da Chácara do Céu (Fundação Raymundo Castro Maya) no Rio de Janeiro-RJ. Suas obras podem ser vistas atualmente na mostra CAMINHOS DO SANTO juntos com outros no Museu de Arte Popular -Pátio de São Pedro, Recife-PE, casa 49, bairro de São José. Seg a sex 9h às 17h Até maio, 2010.

Rosemary Borges Xavier, 2010-D.C-Cajueiro-Recife-PE

sexta-feira, 5 de março de 2010















FOI COM MUITA REZA, E O TERÇO ESTÁ DE VOLTA

Na história do grupo O Terço, que originou-se em 1968, estão três bandas da década de 60 - Joint Stock Co., Hot Dog e Os Libertos, por onde iniciaram o guitarrista Sérgio Hinds, o baixista César das Mercês e o baterista Vinícius Cantuária. O grupo Os Libertos, então formado pelos três músicos citados acima, era uma atração que agitava as domingueiras do Rio de Janeiro. A banda ainda se chamaria Santíssima Trindade. Em 1970, César das Mercês foi substituído por Jorge Amiden. O grupo passou então a se chamar O Terço. O conjunto é originário do Rio de Janeiro, mas radicou-se em São Paulo. Antes do primeiro LP lançaram um compacto com a música Velhas Histórias, com a qual ganharam o festival de Juiz de Fora. Aquela era a época do Rock Rural e do Rock Progressivo, e O Terço seguiu estas sonoridades. Acompanhem agora a longa caminhada com muita reza, ou melhor com muito rock desta banda. O primeiro LP, lançado em 1969, intitulado simplesmente O Terço-homônimo, apresentou um rock tipo anos 50, 60, com leves tintas progressivas, que continha também músicas em inglês. Neste primeiro trabalho, o grupo ainda revoltou alguns católicos fanáticos, ao posarem de jeans, camisetas e descalços dentro de uma igreja para a foto da capa. O segundo trabalho, também homônimo e lançado em 1972, traz uma sonoridade mais progressiva conta com a participação de Luiz Paulo Simas (ex-Módulo 1000 e futuro Vímana). Em 1975, foi lançado o LP Criaturas da Noite, que consagrou definitivamente a banda. O Terço seguiu estrada, e lançou, após o estrondoso sucesso de Criaturas da Noite, em 1976 o disco Casa Encantada, que também conseguiu boas vendagens, sendo um trabalho que sempre caracterizou o som da banda: rock com elementos de MPB. Ainda em 1976, O Terço participou do filme Ritmo Alucinante, dirigido por Marcelo França. O grupo ainda participou de um disco de Walter Franco, o qual também contou com as presenças de Sérgio Dias e Arnaldo Baptista (ambos dos Mutantes), entre outros. Importante também a participação de Hinds, Mercês, Venturini e Magrão no disco Nunca (1974), da dupla Sá & Guarabyra. Em 1978, O Terço lança o disco Mudança de Tempo, apresentando muita MPB e um bom trabalho de guitarra de Sérgio Hinds. Neste play aparece pela primeira vez o famoso e premiado logotipo de autoria do artista plástico Guernot. Depois de Mudança de Tempo, o baixista Sérgio Magrão deixa o grupo, para fundar, junto com Flávio Venturini, o 14 Bis. Som mais puro, de 1982, é outro álbum que investe bastante na MPB. Em 1990 o grupo lança o trabalho seguinte, o homônimo O Terço. Em 1993 o Terço sob nova formação Hinds, Franklin Paolillo (bateria), Luiz de Boni (ex-May East, Tom Zé, Zero e Paulo Ricardo-RPM nos (teclados) e Andrei Ivanovic (ex-Metrô, Vultos, Edgard Scandurra -Ira (baixo), lançou o comentado CD Time Travellers, CD de progressivo sinfônico, que também foi lançado na Europa e no Japão. Nos anos seguintes foram lançados: 1994 - Live at Palace, 1996 – Compositores, 1998 - Spiral Words, Outra bela capa, de autoria do também fotógrafo Marcelo Rossi (não é o famoso padre). 1999 - Tributo a Raul Seixas. A volta do Terço com a formação mais festejada da década de 70 (Flávio Venturini, Sérgio Hinds e Sérgio Magrão), traz para o cenário musical a magia dos anos 70 sob olhar dos anos 2000. A experiência aliada à emoção de músicos brilhantes que, assim como o vinho, se tornaram melhores com o tempo, traz a oportunidade de mostrar que quando a química funciona grandes trabalhos são realizados. Luiz Moreno infelizmente faleceu em 2003. O baterista convidado é Sérgio Melo. VAMOS REZAR PRA QUE O GRUPO CONTINUE BOTANDO MUITO ROCK PROGRESSIVO NAS PARADAS.


Rosemary Borges Xavier, 2010-D.C- Cajueiro-Recife-PE / Para o bLoG soL vERmelHO

quinta-feira, 4 de março de 2010















MEMORIAL LUIZ GONZAGA VAI SAIR DO PAPEL!

Se os sabores da canjica, da pamonha, do milho assado e cozinhado, do pé de moleque, se os crepitar das fogueiras e fogos já não são mais os mesmos..., que pelo menos tenhamos um espaço físico, para visitar e mostrar a quem não conheceu, esta criatura, que sempre voltava seu olhar em direção ao Criador, ora agradecendo ora rogando uma realização de um sonho, que foram tantos. Então, está confirmado, martelo batido e ponta virada. Finalmente uma homenagem à altura da genialidade e da obra do rei do baião, Luiz Gonzaga. Na verdade para o sertanejo de uma forma geral, e para o mudo. O Recife vai ganhar talvez o maior projeto arquitetônico dedicado a cultura regional, já construído em Pernambuco. Os Armazéns 14 e 15 devem ser transformados no Memorial Luiz Gonzaga e a pesquisa para a construção já foi iniciada. Os responsáveis pelo projeto são os arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fannuci, os mesmos nomes do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e o Museu do Pão, no Rio Grande do Sul. O investimento na obra do Memorial Luiz Gonzaga, que deve contar também com um teatro, teria sido um pedido pessoal do presidente Lula e a idéia já tinha sido levantada há pelo menos três anos. Além do Brasil Arquitetura, escritório que reúne a equipe de Marcelo e Francisco, toda a parte de conteúdo vai ficar sob a batuta de Isa Grinspum, socióloga pernambucana, mas radicada em São Paulo, também responsável por todo o conteúdo do Museu da Língua Portuguesa. "Temos muitas idéias. Passamos quatro dias em Pernambuco, visitamos Caruaru e conversamos com um monte de gente", explicou Isa. "A idéia é que seja uma grande obra, irradiando a importância de Luiz Gonzaga para todo o Brasil", disse. Ouvir isso de uma pessoa feito Isa é importante para mostrar a grandeza do estudo sobre o conteúdo do memorial/museu. Socióloga, trabalhou por mais de dez anos com Darcy Ribeiro, antropólogo, membro da Academia Brasileira de Letras, que se destacou por trabalhos desenvolvidos nas áreas de educação, sociologia e antropologia. "Vamos ter uma parceria importante com estudiosos da obra de Luiz Gonzaga e do sertanejo de uma forma geral", afirmou Isa. Muitas obras de Gonzagão já estão sendo adquiridas para o acervo. Muitos estudiosos sobre ele também já foram acionados para participação no trabalho. "Conversamos com várias pessoas, tivemos em vários lugares. Vamos montar uma equipe multidisciplinar, juntando antropólogos, poetas, estudiosos", explicou. Entre esses nomes, está o do poeta e historiador Antonio Risério. "Vamos trabalhar a partir de um texto base de Risério", falou Isa. Antonio Risério foi quem fez o projeto para a implantação do Museu da Língua Portuguesa e tem feito roteiros de cinema e televisão. O projeto é caro. O valor inical seria de 50 milhões de reais. "Na verdade vai girar em torno de 30 milhões", explicou Tarciana Portela, representante do Ministério da Cultura no Recife. A verba é federal e o trabalho vai ser fechado em parceria com o governo estadual. "Um grande desafio para o pernambucano, para os brasileiros de uma forma geral. É uma visão geral do sertão. O foco é Luiz Gonzaga, mas é ele integrando essa visão dos sertões brasileiros para todo o Brasil. Na verdade vai ser uma grande estação cultural, um centro de cultura integrada", disse Luciana Azevedo, presidente da Fundarpe. "Desde o que é representativo do mundo do sertão e também universal. Vamos trabalhar com novas cenas e principalmente nas linguagens de comunicação digital". Para isso, centros de pesquisa como o Cesar e o Porto Digital vão ter participação direta. Existiam três opções para o funcionamento do memorial. A Fábrica Tacaruna, na divisa entre o Recife e Olinda, o espaço do Memorial Arcoverde, e os galpões do Porto do Recife. "A prioridade é para o Armazém 14", disse Luciana Azevedo. "A déia é que a primeira fase esteja pronta ainda este ano", disse Luciana. "A obra vai ficar sendo coordenada pelo Porto do Recife". Agora é torcer para que o pontapé seja dado de verdade e que a obra seja realmente concluída. Ponto para Pernambuco.

Rosemary Borges Xavier, 2010-D.C-Cajueiro-Recife-Pernambuco

terça-feira, 2 de março de 2010

CASCABULHOS, A DEBUTANTE

" A Europa e a China estavam assombradas porque toda noticia que vinha do céu só falava que São João estava alegre,vadioso,espoucando e rabeando buscapé.Mandaram perguntar ao Papa, o Papa não soube responder. Mandaram perguntar ao diabo,o diabo também não. Até um menino pequenino,na frente de um jardim onde só plantava siriema de pescoço grande passou correndo e disse: Manda perguntar em Pernambuco.Vai ver que o Cascabulho mandou para ele uma porção de arraiais de São João erolados num embrulho, e aí a China sossegou e, dando a mão a Europa,São João dançou. E o Menino dizia : Tá vendo, O Cascabulho contribui para a paz universal,com buscapé é fogo no rastro." Amém.(texto de Tom Zé para o cd brincando de coisa séria).
O Cascabulho formou-se em torno da figura de Jackson do pandeiro,de que o grupo recriou diversas músicas. Revelação do Abril pro Rock de 1997,eles investem na tradição e no folclore,resgatando valores e ritmos poucos difundidos e misturando-os ao som urbano. O nome surgiu do abito que a vó do vocalista Silvério Pessoa tinha de alimentar os porcos com restos de frutas, o cascabulho. A banda, surgiu no municipio de Carpina, na zona da mata norte de Pernambuco. Em 1997,teve participação no Free Jazz e aparição na entrega do prèmio Sharp de Música,que homenageou Jackson do pandeiro,tornando-se conhecida no eixo Rio-São Paulo. O Cascabulho já levou sua mistura de ritmo para o Canadá e aos Estados Unidos. Com show no Summer stage Festival no central Park,recebeu elogios de Jon Pareles critico do New York Times.isso tudo antes de gravar o primeiro disco. O CD de estréia,Fome dá Dor de Cabeça,trás coco ,forró,maracatú,embolado por um espirito pop. Em 1999, o disco levou o prêmio Sharp na categoria Regional e a música "Quando sonhei que era Santo " o de melhor música também na categoria regional. Em 2000, o vocalista Sivério Pessoa deixou o grupo para fazer carreira solo,pondo em dúvida a continuidade do grupo. Mas, o grupo segui com nova formação. O CD " Fome Dá Dor De Cabeça" foi lançado em 2000 na Europa, pelo selo Piranha Records, e no Japão, pelo selo Nikita Records. Com Kleber Magrão nos vocais e companhia, foi gravado o segundo CD," É Caco De Vidro Puro" esse segundo disco mantém a fusão de ritmos tradicionais com elementos pop,permeando,não raramente,por arranjos jazzisticos. Conta ainda com a participação especial de TomZé,Naná Vasconcelos,Fred 04 e Marcos suzano. Em 2008, o grupo lançou o CD, "Brincando de Coisa séria " Que tem a participação de Zeca Baleiro,Júnior Tostoi e Carlos Malta. Em 2010, o grupo completou 15 anos de estrada e foi durante o carnaval Multicultural do Recife na Praça do marco Zero,a grande comemoração e apoteose da banda, e que de quebra ainda teve a participação de Jair Rodrigues,que veio para animar a festa dos Cascas.

William Veras de Queiroz 2010 D.C - Santo Antonio do Salgueiro - PE.

Nova Tv por Internet da Elo Company, Blinkx Brasil, é uma empresa pioneira em mídias digitais e distribuição de conteúdo audiovisual. Possui amplo catálogo entre longas, curtas, videoclipes, documentários, minisséries e animações que distribui para televisões, festivais, mostras e linhas aéreas em todo o mundo. Na sexta-feira, 29/01/2010, dentro da Campus Party, a Elo Company – a empresa apresentou ao mercado a blinkx Brasil, TV por internet da Elo, totalmente inovadora, planejada e desenvolvida especialmente para democratizar o acesso a vídeos dos mais variados assuntos e promete revolucionar os modelos de distribuição de conteúdo. A Internet não será mais a mesma. A TV da Elo, blinkx Brasil, é composta por mais de 18 ELO CHANNELS, canais digitais, organizados e divididos por temas de interesse, e disponibilizados ao público da forma mais aberta, direta e democrática possível. Para que o sistema fosse alinhado com o que existe de mais atual dentro do mercado mundial, a Elo Company obteve licença exclusiva para o Brasil da tecnologia blinkx, com mais de 110 patentes no mundo, algo nunca visto até o momento. "Trata-se de uma tecnologia que analisa o vídeo de forma contextual por meio de transcrição de áudio e identificação de imagem, além do uso de base de dados de texto. Com esta tecnologia, as tags são geradas automaticamente e a busca do vídeo e de seu conteúdo é aprimorada. Em inglês é possível obter a transcrição com uma taxa de acerto de 90%. Estamos aprimorando a tecnologia para que a mesma funcione bem no português", explica Sabrina Nudeliman, diretora e co-fundadora da Elo Company. "Mais importante que a tecnologia é o conceito do projeto. A ELO pretende disponibilizar gratuitamente diversos vídeos de conteúdo nacional que não estão disponíveis nas mídias tradicionais, com temas como sustentabilidade, cinema e musica", completa Sabrina. Canais, temas e parceiros diferenciados. Dentro da ELO CHANNELS, os canais são divididos por temas, como ELOMUSIC, ELOCINEMA, ELOSUSTENTÁVEL (com vídeos sobre Sustentabilidade e temas ecológicos), ELOXTREME (esportes radicais), ELORAÍZES (com o melhor das manifestações musicais regionais), ELOARTE, ELOANIMA (específico para cinema de animação), ELOGOURMET, ELOFASHION, ELOLEITURA e diversos outros. "As diferenças para o YouTube, por exemplo, são gigantescas", explica Sabrina. "O conteúdo disponibilizado pela TV da Elo, não é aleatório e caseiro: são vídeos produzidos por profissionais e cuidadosamente selecionados por curadores especializados que atestam sua qualidade buscando oferecer um conteúdo que agregue algo ao usuário.". Para evitar pirataria, não será possível baixar os vídeos, que estarão disponíveis apenas em Streaming. Outro ponto importante são os parceiros já fechados com a Elo para o fornecimento de conteúdo em vídeo para sua TV. Entre eles, Planeta Sustentável, CUFA, Projeto Tamar, Cinematográfica Vera Cruz, Showlivre, Atração, Recohead, Taiga Filmes, Docdoma, Núcleo de Animação de Campinas e vários outros.Veja mais em www.elocompany.com.br, garanto que vale a pena, só pra indicar um documentário: Féndô-Tributo a Uma Guerreira, direção de Penna Filho, é de se arrancar lágrimas, para ver o vídeo, quando entrar no site citado acima clica no ícone Elocinema, lá em baixo da página lado direito do monitor do PC, clica no número 2, vai abrir uma página é só procurar o vídeo do documentário, tem muito mais coisas boas!. Os fundadores da Elo Company são: Ruben Feffer Presidente e Sabrina Nudeliman, Diretora de Estratégia e Executiva.. TE CUIDA GLOBO.COM, POIS PODES VIRAR GLOBO.SEM
Rosemary Borges Xavier, 2010-D.C-Cajueiro-Recife-PE